Nossa luta pela transparência continua. Aqui você sabe quanto foi repasado à conta do FUNDEB

DO JUIZ AO RÉU, TODO MUNDO LÊ O BLOG EDUCADORES DE PORTEL

domingo, 29 de agosto de 2010

VAMOS FAZER CAMPANHA EM PROL DA HONESTIDADE


Este é um modelo de camiseta usado por pessoas que desejam um país decente, livres desses ladrões que tentam usar a máquina administrativa para enriquecer. Foi distribuída no início da campanha para a Lei Ficha Limpa por um blog capixaba e pode ser usada como inspiração para um movimento estadual contra todo tipo de ficha suja do Pará.
Em Portel daremos um passo em direção a uma campanha contra os sujeiras que estão tentando comprar a dignidade dos cidadãos e, lamentavelmente, já conseguiram se aliar aos fichas sujas portelenses. Em Portel também tem essa erva daninha que grassa em qualquer terreno onde o adubo é dinheiro. Bandido sempre apoia bandido.

sábado, 28 de agosto de 2010

INCRA E O DESVIO DE R$ 3,5 MILHÕES

Na noite desta quarta-feira (25), o Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) enviou uma nota à imprensa sobre a operação que investiga o desvio de R$ 3 milhões de um programa do governo federal. De acordo com o órgão, as investigações, que resultaram na prisão de sete acusados, iniciaram a partir de uma denúncia da Superintendência do Incra em Belém.
Confira a íntegra da nota:
“Sobre a prisão de pessoas acusadas de desviar verbas de convênio entre o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e associações de Projetos Agroextrativistas (PAE), depositadas em agência do Banco do Brasil de Breves, a Superintendência Regional da autarquia em Belém esclarece que:
As investigações da Polícia que levaram a prisão das pessoas acusadas de participar do esquema que desviou R$ 3,5 milhões da agência do Banco do Brasil tiveram início a partir de denúncia feita por esta superintendência.
Em julho deste ano, análise da movimentação de recursos depositados em contas correntes vinculadas de associações de projetos agroextrativistas criados pelo Incra em ilhas da região do Marajó, constatou o desvio de cerca de R$ 2,8 milhões da conta da associação PAE Ilha Grande, localizado no município de Melgaço.
O valor desviado é proveniente de um montante total de quase R$ 8,4 milhões, depositados em conta vinculada/bloqueada da associação, para a compra de bens e equipamentos de apoio à produção, em benefício das famílias beneficiárias da política de reforma agrária do governo federal.
A constatação foi feita após se fazer a confrontação entre ordem bancária de pagamento com o saldo existente, que era de R$ 5,5 milhões. Nesse tipo de conta, a movimentação só é possível com a autorização do Incra, o que não fora o caso.
O fato foi imediatamente comunicado ao Banco do Brasil, que, por sua vez, constatou a movimentação não autorizada e se comprometeu a fazer a devolução do valor desviado, para que as famílias continuem recebendo o crédito de apoio à produção.
A superintendência congratula a Polícia Civil do Pará pela rápida ação que levou a prisão dos acusados e espera que a Justiça responsabilize os culpados pelo crime.
Continuamos atentos ao uso dos recursos destinados a milhares de famílias que tanto precisam do apoio para continuar produzindo e viver de forma digna.
Reafirmando seu compromisso com a transparência na utilização de verbas públicas, esta Superintendência se coloca à disposição da sociedade e dos órgãos de controle do Estado para maiores esclarecimentos.

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

BANCÁRIO É PRESO POR DESVIAR R$ 3 MILHÕES EM BREVES

Veículos luxuosos, computadores, televisores, dólares e sem falar em uma conta bancária “rechonchuda”, tal como o proprietário, Tomaz Nogueira Junior, 36. Ele e a irmã, Ana Lucia da Silva Nogueira, 33, foram presos, em Belém, por meio de mandado de prisão. A prisão dos dois é resultado da operação “Peixe espada”, que ocasionou em mais cinco prisões no município de Breves e em mais sete cumprimentos de mandados de busca e apreensão.

A operação é consequência de investigações que tiveram início há dois meses, quando a diretoria do Banco do Brasil, da agência de Breves, denunciou à polícia o desvio de três milhões de reais. Tomaz é concursado do banco, onde trabalhava há dois anos, e o principal responsável pelo desvio do recurso federal repassado através do Incra, com objetivo de investir em agricultura e planos de manejo, entre outros.

A partir do momento em que foi realizada a auditoria no banco, o funcionário foi afastado do cargo, passou a responder processo administrativo e as investigações policiais tiveram início. “O representante do banco informou à polícia, que o bancário já estava agindo há um ano e o dinheiro roubado está estimado em três milhões de reais. Mas junto com ele tem outras pessoas envolvidas, as investigações ainda não terminaram”, explicou o delegado Luis Xavier.

“Ele chegou a declarar que tinha acordo com os presidentes das associações que ficavam responsáveis pelo recebimento da verba. Em vez do dinheiro ser repassado para os associados, para fins de investimentos, acabava sendo repartido entre os presidentes e o bancário, mas ele ainda disse que a maior parte não ficava com ele”, completou o delegado.

Por dia, o bancário desviava aproximadamente R$ 45 mil e em pouco tempo ele conseguiu acumular um valor considerável em uma conta bancária no nome da irmã. Com o dinheiro ele sustentava o luxo no qual vivia, já que estava afastado do banco.

Tomaz envolveu não só a irmã, como a própria mãe, Maria Ana da Silva Nogueira, que foi presa, também ontem, no município de Breves, local onde mora. Ele colocava os bens no nome dos integrantes da família.

Luxo

O bancário desfilava em uma Hilux L200. Só o som do veículo custou R$ 30 mil. O carro está estimado em R$ 150 mil. Mas ele revezava e também passeava em uma moto no valor de R$ 80 mil. Tomaz deu para a irmã um Fiat Idea, no valor de R$ 50 mil. No apartamento onde os dois foram presos, os policiais encontraram R$ 10 mil e 350 dólares. Além de vários objetos eletrônicos.(Diário do Pará)

terça-feira, 17 de agosto de 2010

NOTA PÚBLICA DO COMITÊ DO MCCE DE BELÉM

05/08/2010 - 14:52 — MCCE

A Comissão Justiça e Paz da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil Norte 2, integrante do Movimento Nacional e Estadual de Combate à Corrupção Eleitoral e e demais pastorais e organismos da CNBB Norte 2,  vêm externar a decepção com que receberam a notícia de que o Tribunal Regional Eleitoral decidiu, por maioria do colegiado, manter as candidaturas de políticos publicamente envolvidos em malversação do dinheiro público e outro condenado por estupro contra criança.
A decisão causou tristeza, indignação e sensação de impunidade, especialmente porque a Lei da Ficha Limpa (135/2010), de iniciativa popular com mais de um milhão e seiscentas mil assinaturas, sancionada pelo Presidente da República, veio ao encontro dos anseios de toda a sociedade brasileira, que clama por uma democracia plena, e o TRE do Pará se mostrou, com essa decisão, completamente divorciado dos novos tempos.
Não é possível concordar com o fundamento da decisão, uma vez que os candidatos impugnados não podem se valer da alegação do princípio da presunção da inocência, já que tal princípio se volta apenas a impedir a aplicação imediata das sanções de natureza penal, não se estendendo a todo ordenamento jurídico. E inelegibilidade não é pena, mas medida preventiva. Trata-se do direito da sociedade de definir em norma o perfil esperado dos seus candidatos. Não se trata de considerá-los culpados, embora haja elementos suficientes para tal, mas de, à vista de circunstâncias objetivas, prevenir a sociedade da possível candidatura de alguém que não tem condições de exercer a função pública.
A indignação é tão grande que se há de perguntar de você leitor, deixaria sua casa, seus bens, serem administrados por políticos que renunciaram porque foram flagrados utilizando-se do dinheiro público? Ou deixaria sua família, sua filha de nove anos de idade sob os cuidados de um candidato condenado por ter estuprado, violentado sexualmente uma criança?
Conclamamos, neste momento de tristeza e decepção, o povo a não votar nesses candidatos e a refletir sobre a decisão do TRE, reconhecendo, todavia, a postura dos dois magistrados que votaram a favor do cumprimento da Lei da Ficha Limpa.
Reafirmamos o nosso compromisso para com a justiça e continuaremos exigindo, através dos meios legais, que a decisão seja revista. Jamais nos intimidaremos, pois nosso compromisso maior é com o clamor de todo um povo, de uma sociedade, por eleições limpas, livres dos que não souberam honrar o mandato conferido pelo povo.


Belém, 05 de agosto de 2010.
Comissão Justiça e Paz da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil Norte 2, integrante do Movimento Nacional e Estadual de Combate à Corrupção Eleitoral e  demais pastorais e organismos da CNBB Norte 2.


Pobrezinha

Lembro muito bem do dia em que entrei para a escola Paulino de Brito nos anos 70. Era um menino tímido, mas muito observador e dono de uma memória invejável. Assim, logo percebi situações de desigualdade social e guardo cenas na minha memória até hoje. Havia uma sala exclusiva para os meninos e meninas considerados filhos da elite portelense. Na minha turma não havia isso, aliás, éramos, em sua grande maioria, pobres. Lembro bem do menino chamado Lélio que se sentia oprimido pelos demais e procurava apoio em mim. Mas no meio de situações de opressão e pura exclusão encontrei, assim como o Lélio achou em mim, pessoas que me apoiavam, como foi o caso da professora Wilma Carvalho. Essa educadora foi muito marcante em minha vida e foi ela quem achou que eu deveria estar numa série mais avançada, uma terceira ou quarta séries. Ela procurou inclusive a minha mãe, sra. Nazaré de Deus Machado, para conversar sobre essa possibilidade. Esta, por sua vez, tentou convencer-me, mas o esforço da professora foi em vão por causa de um único motivo: eu não queria de jeito nenhum abandonar meus colegas, dentre os quais havia até vizinhos, gente com quem eu desenvolvera um laço de amizade quase fraternal.

Um dia entrei em conflito com uma secretária escolar justamente por enxergar o que os outros talvez enxergassem mas não tinham coragem de desafiar. Lembro que ela me disse que eu deveria era me mudar pra um outro país, como os Estados Unidos. Pobrezinha, pensava ela que injustiças dessa natureza não existem no país do Tio Sam.
As desigualdades e o preconceito me incomodavam. Havia um paparico acentuado em relação aos filhos de pessoas ocupantes de cargos públicos ou da empresa que gerou empregos por décadas (AMACOL). Às vezes, os oprimidos mesmos são os responsáveis pela continuidade da opressão. Considere o seguinte fato. Na segunda série, já no Abel Figueiredo, havia uma turma visivelmente faminta – cheguei a pensar certa época que muitos iam à escola para comer! – e uma mocinha linda, que eu não sei por onda anda hoje, resolveu colher umas deliciosas mangas das centenas que tinha no seu quintal e trouxe para a filha do prefeito da época. A garota rica então abriu a sacola, cheirou as frutas, guardou três para comer em casa e quase deu as restantes para os colegas de classe, porém foi impedida pela menina pobre. Pensei com meus botões: “tanto menino morto de fome e ela dá comida para a filha do prefeito, que é também um empresário forte na cidade!”.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

PRECONCEITOS DO MUNDO, SÓ ME FALTAVA ESSA!

Essa aconteceu ontem à noite durante um jogo via internet. Jogo  para relaxar o uso mental constante com os meus escritos sobre os problemas da minha cidade de Portel, e, de repente, um outro jogador de bola 9 entrou no site AGAME fez uma gozação a respeito do meu perfil de cadastro. Acompanhe:
- Professor de creche? – perguntou o americano.
- Por que não? – respondi, curioso.
- Deve ser guei. - comentou o gringo.
- Pode ser. – disse, sem me sentir ofendido.
- Ou pedófilo. – provocou novamente o estrangeiro.
- Você escolhe. – dei-lhe uma opção.
- É esquisito. -
- Você não compreende.
- Nesta idade uma criança precisa é de uma mulher.
Assim pensava eu quando tentei dissuadir os técnicos e a secretária de educação de Portel, mas esse desconhecido não precisava saber disso.
- Não aqui em Portel
-Onde é Portel?
-No Brasil. Meus alunos são pobres. Não tenho preconceitos.
-Não se trata.
- Muitos não têm pai. Ou mãe.
-Desculpe-me.
-Sem problemas.
- Sinto-me como um idiota.
- É.
- Mas você não dá a mínima.
- To acostumado. Passei a vida sendo vítima de preconceitos e discriminação.
- Você me humilhou.
- Não fui eu. É a vida.
Outra coisa que o gringo deveria saber é que quando eu entrei para as duas creches em que trabalhei (ABC e Moranguinho – hoje chamada de Prof. Margarida) descobri que aquelas crianças precisavam de uma coisa muito mais importante que os ensinamentos tradicionais: carinho e humanidade. Criei um laço de afeto tão grande, tanto que onde eu as encontro é uma festa de alegria. Saudades e uma grande lição que dou até para gringos.


segunda-feira, 9 de agosto de 2010

PORTEL: "NÃO TEMOS QUEM NOS PROTEJA"

Dom José Luiz Azcona: Este governo é criminoso
Durante a visita do bispo Dom José Luiz Azcona da prelazia do Marajá à Portel, em 30 de julho, o qual também é membro da Comissão de Justiça e Paz da CNBB - conferencia dos bispos do Brasil -fez passeio pela favela Portelinha, Bairro da Cidade Nova e Pinho e disse que, nos últimos meses, “o pânico se espalhou em toda a população”.
Na área onde funcionou a empresa AMACOL durante várias décadas hoje existe a maior favela da Ilha do Marajó e serve de esconderijo para ladrões e traficantes de droga e lá encontrou um morador que, em tom de desespero, disse:  “Por favor, faça alguma coisa por nós, não temos quem nos proteja”.
Em entrevista à rádio Arucará no dia 09/08/2010, o bispo lembrou que em 2009 foi encaminhado um pedido assinado por várias autoridades do município, tendo como reivindicações: a) 30 policiais, uma vez que o rodízio reduz pela metade o efetivo policial; b) Rotatividade, para evitar vínculos de amizade que prejudiquem os trabalhos; c) viaturas policiais; d) coletes à prova de bala; e) armamento; f) lancha para policiamento fluvial.
No dia 25 de setembro, por ocasião de sua visita à cidade para inaugurar o marco inicial da construção do Linhão, foi entregue esse documento em forma de requerimento à governadora Ana Júlia Carepa com a assinatura de desejo da população através do prefeito, vice-prefeito, vereadores,  juiz de direito (na época, Max Ley do Rosário Cabral), promotora de justiça (Dra. Samile Simões Alcolumbre), pastor presidente da Assembléia de Deus em Portel (Gabriel Oliveira da Silva), Frei Walben da Silva Monteiro, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Portel (Gracionice Costa da Silva), Sindicato na Educação Pública do Estado do Pará (Lucidalva Maciel Xavier), não houve nenhuma resposta. “Este governo é criminoso”, disse a autoridade religiosa da igreja católica.
Delegada atacou o pivô da violência: traficantes de droga
Coincidentemente, assassinaram mais um cidadão de bem na cidade, justamente às vésperas (08/08/10) de sua entrevista na rádio sobre a elevação da criminalidade em Portel, o bispo frisou: “Crueldade, falta de humanidade, absoluta indicação do desamparo e o abandono que a sociedade portelense se encontra.” Quando aquele homem desesperado recorre ao bispo para pedir segurança é porque “o povo tem perdido total confiança nos políticos”, afirma Azcona.
No dia 13 de maio de 2010 foi encaminhado um abaixo assinado com 5 mil assinaturas solicitando a delegada que, ao substituir o delegado Adalberto Pereira Cardoso, proporcionou segurança para Portel, que, segundo o líder religioso, “cumpriu sua responsabilidade de forma efetiva”, mas “o atual mostra incompetência”. “O Sr. Delegado tem que repensar sua situação, o bem comum exige essa situação”, cobrou.
“Este município sofreu um atentado, a polícia tem que se sentir envergonhada e responsabilizo as autoridades por esta situação. Todos unidos, temos que começar trabalhar, protestando contra este governo que se manifestou inimigo do povo do Marajó”, disse Dom José.
"Estamos abandonados pelas autoridades" - bispo “Por favor, faça alguma coisa por nós, não temos quem nos proteja” - morador da Portelinha

Uma das razões está no descaso com o plano de desenvolvimento para o Marajó, o qual “foi aprovado e está encalhado, assinado pelo Lula e pela Governadora. E, devido às cobranças para a sua conctretização,perseguiu a igreja”, indignou-se.
Perguntado pelo locutor da rádio Arucará, JR Lobato, o que o bispo poderia fazer por Portel, este disse: “o Marajó não sairá da miséria se não alcançar o nível de dignidade que lhe foi seqüestrado. O território não responde a esta realidade, foi um massacre. Nós somos Marajós e precisamos de liberdade, isso foi negado por este governo por encalhar sistematicamente o plano”. O prefeito diz que a segurança pública não é de sua alçada. Assim, o bispo prometeu ajudar, primeiro orando por uma sociedade que se encaminha para o abismo. Em segundo, disse Deus está batendo na porta de cada cidadão de uma sociedade que está caminhando para o abismo, é hora de fazer um novo evangelho, um novo pentecoste está amanhecendo e durante o círio pensava neste povo, que precisa voltar para a igreja. Estamos abandonados pelas autoridades, não quero levante, não quero revolução, quero o direito para a população, não se pode retornar para trás ou nos colocamos contra a própria vida, concluiu o religioso.

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Salário de professor varia até quatro vezes entre estados

Valorização profissional não acompanha importância do docente para a educação. Diferenças salariais são grandes
A valorização dos professores é considerada ponto crucial para o sucesso das escolas com bom desempenho no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Com salários de até R$ 7 mil, cursos de especialização pagos pelas instituições onde trabalham e inúmeros recursos à disposição, esses professores podem se considerar privilegiados em relação ao cenário nacional.
A realidade salarial para a maioria das escolas do País é bastante diferente das melhores escolas no ranking do Enem, composto em sua maioria por instituições privadas. Levantamento feito pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), com dados de setembro de 2009, mostra que há professores que, mesmo com diploma de ensino superior, ganham pouco mais de um salário mínimo.
No Ceará, Estado com uma das remunerações mais baixas do País, docentes em início de carreira ganham, em média, R$ 627,08 por mês. O valor é quatro vezes menor do que recebem os professores iniciantes no Distrito Federal. Incluindo todas as gratificações, os salários dos cearenses não ultrapassam R$ 739,29 quando começam a dar aulas.
No Amazonas, os docentes recebem pouco mais que isso: R$ 841,32. De acordo com a pesquisa realizada pela CNTE, em Roraima, os iniciantes ganham apenas R$ 10,19 a mais que no Estado vizinho. Em todos esses casos, os profissionais que lecionam nas escolas amazonenses não recebem o piso salarial definido em lei para a categoria.
Remuneração mínima
Em junho de 2008, foi aprovada pelo Congresso Nacional uma emenda constitucional que institui o piso salarial nacional para os professores. A categoria é a única do País a ter o benefício assegurado na Constituição Federal.
Segundo a lei, os Estados e municípios teriam até 1º de janeiro de 2010 para começar a pagar a remuneração mínima de R$ 950 a docentes que trabalhassem 40 horas semanais e tivessem o ensino médio completo. O valor já subiu para R$ 1.024, segundo correção feita pelo MEC na data em que o piso se tornaria obrigatório em todo o País.
Apesar da determinação legal, milhares de professores estão longe de receber esses valores. Os governos de Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina e Ceará, com apoio da Confederação Nacional dos Municípios (CMN), entraram com uma ação direta de inconstitucionalidade (Adin) no Supremo Tribunal Federal (STF) contra a emenda constitucional. Para eles, o valor definido pela lei seria superior ao que poderia ser pago pelos Estados sem comprometer seus orçamentos.
“O STF já julgou que o piso é constitucional, mas os Estados reclamam que o valor de R$ 1024 deve ser a soma do salário base com as bonificações. A lei diz que o piso é só o salário base e as bonificações devem ser pagas além dele”, explica o vice-presidente do CNTE, Milton Canuto de Almeida.
O STF precisa dar um parecer final para acabar com o impasse. Até lá, muitos profissionais continuarão recebendo o piso como soma do salário-base com benefícios. “Se o piso considerar o valor dos benefícios, os professores podem ser prejudicados na aposentadoria, que é calculada a partir do salário base e não das bonificações. Este pode ser um grande prejuízo para o professor”, explica Almeida.
Em Santa Catarina, os docentes são pagos dessa forma. O menor salário-base é o pago pelo Estado aos iniciantes: R$ 534,46. Porém, com o pagamento de regências de classe, a remuneração média chega a R$ 1.023,24. “Ninguém no Estado ganha menos que o piso e, enquanto o STF não julgar que o piso deve ser sem os acréscimos, podemos pagar desta forma. No dia que isso mudar, nós nos adaptaremos, mas, até lá, estamos dentro da lei”, defende a diretora de Desenvolvimento Humano da Secretaria de Educação de Santa Catarina, Elizete Melo.
Na opinião da diretora, a situação do professor em Santa Catarina não é tão desfavorável. “A maioria deles tem formação em licenciatura, por isso esse valor é pago para poucos”, afirma.
Diferenças entre municípios
No Ceará, a rede estadual paga pelo menos R$ 1.024 para os 300 professores da rede que não possuem diploma de licenciatura. “Eles estão fora da sala de aula, em processo de aposentadoria. A remuneração média dos professores da rede com carga horária de 40 horas semanais é de R$ 2.240,30”, afirma Marta Emília Silva Vieira, coordenadora de gestão de pessoas da Secretaria da Educação do Ceará.
Realidade bem diferente da cearense é a da capital federal. O DF chega a pagar R$ 2.551,59 com bonificações. O Amapá aparece em segundo lugar entre os que melhor pagam os professores. A remuneração total é de R$ 1.895,22, mas o salário-base não passa de R$ 971,91. Em São Paulo, a remuneração média paga para um professor iniciante, com ensino médio e que trabalha 30 horas semanais, é de R$ 1.213,26.
Os salários pagos aos professores são inferiores às remunerações de outros profissionais cujo papel é essencial para a sociedade. Médicos, advogados, engenheiros, contadores, policiais e caixas de banco ganham mais.
Carência de profissionais
A baixa remuneração contribui para que um problema antigo das escolas brasileiras continue sem solução em um curto período de tempo: a falta de profissionais. Com a crescente expansão de investimentos e leis que tornaram obrigatórios o ensino fundamental de nove anos e o ensino médio, cada vez mais professores serão necessários nas salas de aulas brasileiras.
O último levantamento oficial feito para tentar mensurar a quantidade de docentes que o País precisa para atender à demanda brasileira apontava uma carência de 250 mil professores nas escolas brasileiras. O estudo elaborado pelo Conselho Nacional de Educação (CNE) com a ajuda do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) se baseou em dados de 2007.
De lá para cá, os números não foram atualizados. Mas um dos autores do estudo, Mozart Neves Ramos, acredita que a realidade atual permanece a mesma de dois anos atrás. “Não há como fazer uma mudança assim em tão pouco tempo. Só para formar os futuros professores são necessários quatro anos. Acho que a partir do ano que vem poderemos perceber os impactos das políticas adotadas”, pondera.
O estudo realizado por Mozart mostra que as maiores carências são nas áreas de exatas: física, química, matemática e biologia. Só em física é preciso contratar 23,5 mil novos professores para o ensino médio. Mozart, que é conselheiro do CNE, lembra que tão importante quanto suprir essa carência é corrigir outro problema presente nos quadros docentes dessas disciplinas. Muitos dão aulas sem formação específica para as áreas.
Apenas 5% dos professores de física das séries finais do ensino fundamental têm licenciatura na área. Em química, apenas 10,4% dos docentes têm formação adequada. Em biologia, 16,4%. Mesmo em língua portuguesa, a disciplina dessa fase que mais possui professores com formação adequada para o ensino da matéria, os qualificados não passam de 65% do quadro de profissionais da área.
No ensino médio, as áreas em que há mais profissionais com formação inadequada são física (só 25,1% dos docentes têm formação na área) e química (28% dão aulas sem qualificação adequada). “Esse é um problema que tem de ser analisado no mesmo patamar de importância do déficit de docentes. Essa é uma situação igualmente grave”, ressalta.
“É preciso reconhecer que muitas medidas foram tomadas após esse estudo para enfrentar esse problema. A Universidade Aberta do Brasil, a ênfase do Reuni (programa de expansão das federais) e a implantação de programas de incentivo à docência podem aumentar a quantidade de professores formados no País”, diz. (iG)
 
 

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

A RAINHA DA SUCATA

Às vésperas de uma eleição que vair mudar (tenho sérias dúvidas) o rumo da política praticada em Portel, os dinossauros da política tentam se mostrar preocupados com os alarmantes gastos da SEMED com servidores, principalmente cargos comissionados. E, o que é lastimável, muitos desses "peixinhos" são ou contratados ou concursados para o cargo de professor de nível básico (1ª a 4ª séries) e, criminosamente, estão em flagrante desvio de função. Ainda com relação a essa situação nada ética, os apanhiguados políticos foram concursados para determinado rio ou pólo e foram vergonhosamente removidos para cargos de direção de escola ou coordenação.
Segundo fonte de dentro da SEMED, esta secretaria estaria sendo usada como cabide de emprego, como uma verdadeira sub-prefeitura, onde todos os cabos eleitorais devem ser prioritariamente acomodados. Mas o entendimento de setores mais críticos da sociedade entende que nada passa de uma nova configuração política que está sendo tramada visando o futuro político do estado e seus inevitáveis reflexos no município de Portel. E isso é visível a qualquer cidadão portelense, uma vez que a onda de crimes só aumenta após o fechamento do principal setor de fomento na Pérola: a madeira.
Fatos como a ausência de merenda escolar no início do segundo semestre em toda a rede municipal de ensino mostra como está séria a condição de sucateamento do FUNDEB. Lamentavelmente remédios como o que está sendo aplicado não condiz com a realidade, pois o gasto com pessoal é só uma ponta do iceberg, pois segundo um grupo de vereadores, o gasto anual chega a 3 milhões. Todavia, se essa ponta implicar em gastos como o aluguel de uma S10 no valor de 5 mil por mês, estamos muito longe de solucionar a gastança da verba educacional.
Para piorar ainda mais, o 2º repasse do mês de julho do FPM é menor do que a previsão para o período, e esse empecilho vem dando dor de cabeça à muita gente.

domingo, 1 de agosto de 2010

ACADÊMICOS FAZEM PASSEATA EM PORTEL

Resgate de corpo: falta de ações preventivas nas praias
Nesta quarta-feira, 28/07, os acadêmicos da Faculdade Teológica do Estado do Pará – FATEP – fizeram uma manifestação através de passeata, tudo em resposta às quatro mortes de turistas provenientes do município de Breves. O fato lamentável ocorreu na penúltima semana de férias em Portel, mais precisamente na praia Tucano. Os quatro adolescentes desconheciam  a geografia local e se aventuraram até o início do canal por onde passam embarcações de grande porte e foram arrastados pela correnteza.
Idéia simples: garrafas pet servem de bóia. 
Certo que as vítimas deveriam estar acompanhadas por pessoas conhecedoras das características do balneário Tucano, mas os acadêmicos em Pedagogia da FATEP têm ponto de vista diferente. Esses estudantes acreditam que as praias de Portel há muito tempo necessitam de atenção por parte das autoridades, uma vez que não existem sinalizações quanto aos limites de banho e áreas destinadas ao tráfego de embarcações. Destacam também a falta de placas de advertência, bóias e balizamento. “Algumas placas de advertência não carecem de tanto estudo para serem afixadas”, disse um dos manifestantes. “Basta uma iniciativa”, concluiu.
Ainda com relação à segurança, o movimento também destacou a falta de saneamento por parte dos bares, que despejam urinas e fezes diretamente no rio e muitos veranistas não sabem disso. Quanto a esse aspecto, a secretaria de meio ambiente municipal disse já estar tomando providências há um ano, informando aos donos de bares da situação e pedindo adequações. Mas o que se observa é que faz tanto tempo assim e nada foi concretizado até o momento.
Outro fato lembrado durante a caminhada foi a grande quantidade de lixo produzido ao longo do ano e que aumenta significativamente durante o mês de julho, principalmente de garrafas de vidro que, incautamente, muitas pessoas quebram e arremessam na areia  e dentro do rio. O resultado não podia ser outro, pois segundo a secretaria de saúde, em levantamento feito pelos próprios acadêmicos, é grande o número de vítimas de corte por vidro. Em atenção a essa ocorrência, foram distribuídos vários depósitos de lixo feito de madeira em parceria com comerciantes da cidade.