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segunda-feira, 6 de janeiro de 2020

A morte de um idoso doente: estaríamos julgando alguém sem dar chance de defesa?

Homem morre em hospital, sendo sendo sua morte utilizada como bandeja política. Entremeio à exploração politiqueira, surgem várias indagações.

A primeira observação era de que uma cirurgia num paciente de 74 anos é altamente melindrosa. Segundo médico com quem conversei, há necessidade de fazer alguns levantamentos clínicos sobre o paciente, já considerado o fator idade, tal o atinente à pressão arterial, somados com outros dados como a identificação da causa da dor. Ou seja, o diagnóstico é de suma importância para fundamentar a decisão médica.

Essa observação faz sentido, sobretudo porque o médico não adivinha, só podendo chegar a conclusões após uma série de diagnósticos. Entre esses exames está o ultrassom, sendo que o único médico a manusear esse equipamento é o Dr. Ruan, afastado pela delicada situação de saúde que enfrenta seu genitor, acometido de câncer em estágio terminal.

Uma coisa chamou a minha atenção: o pastor da igreja  onde o paciente se congregava (Pr. Cordeiro) segurava um papel enquanto tentava acalmar o Dr. Evandro. Aquele papel era autorização exigida pelo Dr. Evandro para a realização de exame de ultrassom na sua clínica particular. Mas o médico e vice-prefeito não aceitou apenas o papel autorizativo, queria falar com o médico, que evitava a todo custo sua exposição, pois o Dr. Evandro estava acompanhado de um assecla preparado para registrar uma tentativa de humilhação pública ao profissional que atuava no plantão médico naquele momento.  

Nos vários debates sobre o assunto, muitos cidadãos portelenses são unânimes em uma coisa: já se sabia que paciente estava morrendo. Acredita-se que não poderia morrer numa clínica, mas no hospital, assim poderia gerar um fato político. Tratava-se de uma enfermidade que já vinha acometendo este cidadão há muito tempo. A difamação dos serviços de saúde pública, da forma como vem acontecendo, afasta o cidadão comum por acreditar que o atendimento não acontecerá ou será em vão. Dessa forma, muitas pessoas não recorrem aos serviços públicos de saúde, sendo levadas por outras quando o caso já não tem solução.

Há ainda mais uma ponderação: o médico nunca foi ouvido nessa história toda. Quais são suas explicações? Teria mesmo ele sido negligente ou dentre as mil salvações de vida ele estaria sendo julgado quando falhou numa só? Já viram ou ouviram a outra parte da história? Não seria justo ouvir o outro lado? 

Imagem: Distubiarte
Seria bom deixarmos de ser hipócritas e pararmos de fingir que estamos ajudando quando na verdade queremos apenas um espaço debaixo do holofote.

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