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sexta-feira, 18 de janeiro de 2019

Lembrando fatos que se repetem na história: concursos públicos

O fato relatado agora é fruto de uma lembrança de conclusões minhas acerca de situações vivenciadas no cotidiano de Portel. A correlação com o fato do passado com o do presente, alvo desta postagem, mexe com o brio, o equilíbrio e a vida em si de cada um dos envolvidos.

Era início do governo de Pedro Barbosa, em 2005, após dar uma surra no candidato de Elquias Monteiro e do falecido Nicias Ribeiro, o Raso. Veio o Ministério Público e exigiu um TAC em que o recém eleito prefeito tinha que decidir em não fazer concurso - assim agradando os vereadores que viviam da exploração dos eleitores no famoso toma-lá-dá-cá - ou sofrer punições no bolso, entre outras penalidades. O puxa-encolhe foi grande. Reuniram, debateram, fuxicaram, lamentaram, ruiram. Não teve jeito. Realizou-se o concurso. Eis que expus a você, caro, leitor, a situação do passado. Agora, deixa eu mastigar um pouco, antes de me imiscuir nos assuntos da atualidade, quase à véspera do maior concurso da história de Portel.

Entre tapas e beijos. os que desejavam tanto concurso público viram o pouco se tornar nada, quando não passaram no exame promovido pela banca Ordem. Foi um caos. Antes, temporário com poucos direitos. Em seguida, sem nenhum direito, exceto o de amargar no olho da rua. Sobreveio mais uns punhados de concursos, enchendo até no gogó do Parquet e deixando a oposição em maus lençóis ao constatar que o povo estava desempregado e esta não podia fazer nada, até porque também estava na rua da amargura. 

Nos dias atuais, o pedido era de concurso público. Novamente o Ministério Público age e age bem, ao exigir um ditame constitucional, se é que não ofendo Ulisses Guimarães, nestes termos. Emerge, então, o record de concurseiros e concursandos de toda parte: Roraima, Rondônia, Amapá, Tocantins, São Paulo e outros federalizados distantes da Amazônia e seus dias contados. Estes candidatos são vorazes, roendo cada beira de edital do Brasil afora. 

Esta foi a lembrança de fato que se repete na história. Matutem, matutem, matutem.

Imiscurindo (veja no dicionário aí. rs)

Em face das perspectivas de adquirir uma vaga por meio de concurso público (é salutar, porquanto a Constituição garante esse direito até o momento deixado pelos  comunistas - não se sabe se esse direito vai perdurar com esse governo de Bolsonaro), surgem facetas que desafiam a comodidade. A primeira emerge dos anseios do sindicato, que pleiteava concurso público. A segunda, diz respeito à realização do dito concurso público, pois, uma vez aberto, dá vazão à inscrição de milhares de pessoas que não moram em Portel e vão, certamente, tirar a vaga dos temporários (nesse quesito pesa a questão da retirada de direito e/ou a perda do emprego).

A questão da garantia do direito de conseguir um emprego público certamente tem origem nos chamados de "comunistas", para acabar com a balbúrdia do setor público e a farra da contratação dos amiguinhos do poder. Esse direito está ameaçado diante dos extremistas que assumiram recentemente as rédeas da nação, numa frágil democracia, tão jovem que não tem menos de 40 anos (exatos 33 anos). Jovem porque, dentro dos seus quinhentos anos de mando de direitona, 33 anos é apenas um fiasco de tempo para experimentar uma democracia. E a própria velocidade da internet, principalmente por meio das redes sociais, deixou a sociedade brasileira atordoada, a ponto de entregar o poder nas mãos daqueles que são contra os pobres.

Dentro dessa derrubada de direitos, emerge o sindicato dos trabalhadores da educação pleiteando concurso público (e olha que são os mesmos que há exatos três anos ainda gozavam das benesses do poder municipal que nascia das entranhas do PMDB, passando pela do PSDB, segundo dados do próprio Tribunal de Contas da União). A ideia era que surgisse concurso somente depois que perdessem a mamadeira, tanto que perseguem até hoje aqueles que lutaram por direitos sem negociações na calada da noite, como já amplamente denunciada por este blog à sociedade e ao próprio sindicato estadual, mas até agora nada foi feito, senão ouvir, ouvir e ouvir.

Uma vez vindo o concurso público, criou-se uma "faca de dois legumes", como diz uma amiga professora da vanguarda, possibilitou a abertura à entrada de pessoas estranhas ao quadro de pessoal da prefeitura municipal de Portel, diante de tão acalorado debate sobre o estrangeirismo na política municipal. Uma vez saciado o desejo citado no parágrafo anterior, os efeitos colaterais já estão se manifestando, porque vazam informações de que o número de inscritos no concurso público de Portel já superam os seus 13 mil inscritos. Há várias razões para isso: a) Portel paga em dia seus servidores na atual gestão; b) os proventos estão de acordo com a política nacional do Piso Nacional instituído pelos chamados "comunistas do Brasil"; c) Portel é cheia de terras abençoadas com praias e terras baratas, propícia a garantir que cada um tenha seu próprio balneário, etc.

Enfim, é chegado o momento de refletir que Portel não é só dos portelenses, mas de todo o Brasil. Que vençam os melhores nas vagas dos concursos públicos e aceitem as possibilidades criadas. Vencerão os melhores, os mais preparados.

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