Vista frontal do Balneário
Apresento aos caros leitores do meu blog um empreendimento que nasceu da crise, em plena pandemia, um balneário localizado na região do Acutipereira, em Portel, uma espécie de volta às ambientações vivenciadas na infância. Começa então um grande projeto.
Este é mais um desafio da minha vida, a criação de um balneário para as pessoas desfrutarem das belezas do município de Portel. Mas, o início foi apenas um escape da pandemia, afinal a Organização Mundial da Saúde recomendava o isolamento social. Foi exatamente o que fiz, isolando-me da cidade, numa´ área da zona rural.
Numa conversa informal com um amigo chamado Naudir Ponte, eu revelava a dificuldade que eu estava preocupado com o que vinha acontecendo. É que, ao chegar do trabalho, já tinha amigos na minha casa da cidade, com cerveja, carvão e churrasco. Ou seja, estavam fazendo o isolamento social na minha casa!
Naudir indicou uma propriedade localizada no Acutipereira que, segundo ele, tinha a parte de areia mais ampla da região. Não fui ver a propriedade imediatamente, postergando a ação para duas semanas depois. Nesse período, um empresário comprou o terreno. Ao chegar lá, um rapaz já estava fazendo limpeza da terra.
Mas, as crianças, meus amigos e minha esposa se aventuraram pela vizinhança e descobriram outro terreno, mais amplo. Insistiram tanto que fui olhar a propriedade, e sentei num banco junto à praia. Como se tivesse treinada, minha neta entrou entre minhas pernas e pousou o cotovelo nos meus joelhos e disse: "Vovô, você vai comprar essa praia pra mim? Não resisti e prometi: "Amanhã eu compro pra você".
Após a negociação e consequente pagamento do preço conveniado, contratei uma equipe pra preparar uma casa equipada com banheiro, quartos, água de poço artesiano, e tudo mais. Em quinze dias a obra foi entregue. E, enquanto esse tempo todo fazíamos churrasco com muita cerveja, num isolamento que mais parecia uma estação de férias.
Logo os amigos ficaram sabendo onde estávamos escondidos. Começava então a surgir pedidos pra que passassem alguns momentos no que eles chamavam de "paraíso". Era um pedido do tipo "é só eu e minha esposa", e assim outro casal. De repente tivemos que negar, dolorosamente, mais pedidos de visitas. Afinal, estávamos no pico da pandemia!
Os amigos começaram a sugerir que comprássemos bebidas e comidas, que eles comprariam, em vez de trazer da cidade. Após refletir um pouco de tempo, tipo uma semana, acabei comprando um refrigerador do tipo freezer. E, numa dessas conversas, eu e minha esposa iniciamos um projeto de criação de um balneário, na expectativa de que uma vacina surgisse e pudéssemos, no futuro, abrir ao público,.
Estabelecemos um projeto composto de trapiche, pois a praia é bem extensa, com um prolongamento de mais de 300 metros. Isso significa, para a compreensão de vocês, poder caminhar com a água na altura da cintura bastante longe da orla. É pura praia e precisava de um trapiche pra que as lanchas e outras embarcações pudessem se aproximar.
Com a construção do trapiche, surgia a necessidade de fazer a cabeceira do mesmo, chamada de mesa. No entanto, a queríamos coberta, pra que ali fossem atadas redes, com bancos ao redor e possibilidade de colocar mesas com cadeiras. Escadas também foram projetadas para a descida para o imprescindível banho.
Após, passou-se à construção das maloquinhas que apelidei de Barbie Stand, lugar para que as pessoas pudessem sentar-se debaixo e tomar aquela cerveja à sombra, na companhia dos amigos, namorada, esposa e tudo o mais. Todas coloridas, viria se tornar uma marca do balneário.
Pensamos também, do lado oposto da Barbie Stand, um bar. Esse, por sua vez, viria conter um salão feito pra aqueles que gostam de balançar o esqueleto. Inicialmente o bar está sendo capaz de atender ao público.
Mas, há muito mais sonhos contidos em projeto que devem ser concretizados no futuro, como chalés, outras malocas, tanque de peixe para o comovente pesque e pague.
O terreno que foi indicado pelo amigo?
Bem, um ano após, o empresário me procurou e propôs venda. Ao deixar escapar a informação, muitos disseram que estava caro demais e acabei gastando um bom dinheiro que tinha guardado. Após ter desperdiçado o dinheiro, certa manhã olhei para a propriedade e tive um profundo arrependimento.
Mas, minha mãe dizia "quando tem que ser seu, será". E foi o que aconteceu. Meses depois o cidadão me procura e novamente faz outra proposta de venda. Desta vez não falei pra ninguém, apenas pra ele eu disse:"amanhã eu compro". E foi o que aconteceu.
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