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Manoel Maranhense e equipe: trabalho |
Ainda eram sete horas da manhã quando estávamos, professores Ronaldo de Deus e Odinéia Ferreira, a caminho do igarapé Muim-Muim, após uma breve visita ao posto de combustível e a uma loja de ferragens para comprar lubrificante e lima para motosserra. Percorremos a cidade em poucos minutos em cima da nossa moto, a qual foi recuperada na véspera (sexta-feira) pelo amigo Babá após sofrer uma pane que resultou em eixo quebrado e queima do kit de força. Ao passarmos pela ponte de 68 metros de comprimento do igarapé Muim-Muim, a moto foi semiencoberta pela água, pois nesse período do ano a maré fica brava mesmo. Essa é a vida dos professores que trabalham na zona rural de Portel, enfrentando todo tipo de dificuldade que se possa imaginar.
E qual o motivo de estarmos em pleno sábado no meio do mato, quando poderíamos estar ao lado de nossos familiares curtindo o fim de semana?
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Odinéia instrui trabalhadores: a limpeza ganha força. |
Tudo começou no ano passado quando o aluguel de barco se tornou inviável e opção foi viajar em cima de uma moto velha que nós temos já há alguns anos. Mas a estrada não recebe os devidos cuidados que merece, encontrando-se cheia de buracos, mato alto, pontes quebradas ou não existentes. Assim, diante da inércia do poder público, que é realmente o responsável pelo zelo aos bens públicos, a professora Odinéia Ferreira Corrêa teve a iniciativa de criar um projeto de construção de pontes e limpeza do caminho percorrido. Então, Evandro, Odinéia e eu, Ronaldo de Deus, partimos para o comércio da cidade com a missão de arrecadar dinheiro e materiais para a construção de pontes e comida para alimentar os voluntários, os quais são moradores das comunidades envolvidas: Prainha, Queimada, Cumarú, Pinheiro, Campinas e Boa Vista.
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Miguel, líder comunitário: Comunidade desamparada |
Para se ter uma idéia da adesão e até informar a todos quem foram os contribuintes para o projeto, a gente cita: Célio Alves (Posto São Benedito), Elias Medeiros (grande empresário madeireiro e comerciante), Gilberto (empresa SEMA), Pantoja (dono de comércio e navios), Bethoven (madeireio), Adônis (oficina e loja de motos), entre outros. Antes de procurarmos todos esses empresários, entramos em contato com a secretaria de infraestrutura, mas não tivemos resposta positiva, mas depois da repercussão que a iniciativa provocou, houve a manifestação do secretário Leno e, assim, enviou uma equipe liderada pelo capataz Semeão e nortearam os trabalhos da maior ponte que fica na localidade Queimada. Antes dessa já havíamos construído a ponte do Cumaru, com dez metros de comprimento e uma adesão maciça dos moradores do local. Mais projetos dessa natureza estão vindo aí.
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