Durante vários anos, sob o governo de Elquias Monteiro, em Portel não se comemorou o tradicional Dia da Independência até que um vereador teve a idéia de oficicializar o ato cívico através de uma lei e aquele suspense de nove anos teve um fim e as crianças puderam sair às ruas para comemorar em desfile pelas suas escolas o dia de 7 de setembro.
Mas após belas conquistas como FUNDEB (uma super-injeção de dinheiro federal para o setor da educação básica) ladeado de PDDE, PDE, além de verbas para a merenda escolar, o governo municipal atualmente não garantiu o mínimo para que a festa mais popular do meio estudantil viesse a ser concretizado este ano de 2010. Em reunião realizada na SEMED, falou-se que só com o palanque oficial dos desfiles são gastos 20 mil reais.
Segundo declarou o diretor de ensino da SEMED, Rosivaldo Paranhos, o montante de despesas com o dia 7 de setembro em Portel chegou a 100 mil reais e que tamanha despesa não traz compensação aos cofres públicos. Ainda segundo Paranhos, a decisão foi tomada pelos próprios pais, os quais, em reunião em suas respectivas escolas, decidiram pela não realização do marco cívico.
Mas os pais de alunos de escolas como Rafael Gonzaga e Alcides Monteiro contam outra história. De acordo com eles, a diretoria escolar fez uma reunião, na qual expôs as dificuldades financeiras que o município vem enfrentando e caso houvesse uma manifestação em favor do desfile as despesas correriam por conta dos pais. "A maioria de nos pais está desempregada, não tem condição de bancar as despesas", disse um pai indignado de aluno da escola Rafael Gonzaga. Na escola Alcides Monteiro não foi diferente. Pais se manifestaram dizendo que se trata de uma discriminação para com a escola em que predominam crianças que recebem Bolsa-Família.
De acordo com a diretoria de uma creche municipal, o repasse para a realização do desfile no dia da raça é em torno de mil reais. Já diretorias de escolas de grande porte relatam que o maior repasse está na ordem de 2 mil reais. Ao considerar esses dados, fomos em busca de opinião de pessoas experientes na realização de eventos dessa natureza e uma delas, que não quis se identificar, disse que o maior gasto está na compra de instrumentos musicais, mas que só chegaria aos 100 mil reais se renovasse todo o material de bandas das escolas.
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