Texto pinçado de Diários de Brasília, em 22 de setembro de 2010, Postado por Fábio Schaffner, às 9:53
No momento em que a Lei da Ficha Limpa entrará em um debate decisivo no Supremo Tribunal Federal (STF), que definirá sua validade para as eleições deste ano nos próximos dias, uma pesquisa divulgada ontem pela Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) mostra que a nova regra caiu no gosto do eleitorado brasileiro. O levantamento indica que 9% da população não conhece a lei e 3% é contra a norma que proíbe a candidatura de políticos com condenações por órgãos colegiados – mas 85% é favorável.
O estudo, realizado pelo Ibope, traça o perfil do eleitorado brasileiro. Foram entrevistadas 2.002 pessoas, entre 18 e 21 de agosto, em 140 cidades.
– A democracia requer tempo – disse o presidente da AMB, Mozar Valadares.
E completou:
– Temos de ter compreensão com a história e os costumes do país. É um processo que leva tempo.
Entre os 85% que aprovam a lei, a predominância (91%) é de eleitores das regiões Norte e Centro-Oeste. Por nível de escolaridade, 91% dos favoráveis à Ficha Limpa têm curso superior e 88%, ensino médio completo.
Entretanto, 73% dos entrevistados acreditam que a política é uma atividade que beneficia os próprios políticos e não a sociedade. E, na hora de votar, 21% levam em conta os benefícios que a comunidade ou a própria família pode receber.
– Isso mostra o grau de insatisfação em relação à classe política. O que precisamos, agora, é agilizar as denúncias e punições – afirmou Valadares.
Em outro ponto da pesquisa, ficou evidenciado que quase metade dos eleitores brasileiros conhece casos de políticos que compram ou compraram votos. Dos 43% que admitiram ter conhecimento da prática, a maior parte dos entrevistados (57%) tem grau de escolaridade mais alto, com nível superior completo. Percentual semelhante (41%) afirma conhecer alguém que já votou em troca de algum benefício, e 13% admitem que votariam em um candidato que oferecesse alguma benesse.
A pesquisa mostra ainda um dado que preocupa a AMB: 54% dos eleitores não denunciariam tentativa de compra de votos. Entre os que denunciariam, 14% declararam não saber a quem procurar. A maior parte (43%), entretanto, procuraria a Justiça Eleitoral.
Nenhum comentário:
Postar um comentário