Logo que cheguei à agência do Banco do Brasil, a única da
cidade de Portel, cheguei a dizer a uma pessoa ao meu lado que ficar numa fila
é um verdadeiro teste de paciência. E vi uma pessoa chegar ao limite.
Era por volta das 9 horas quando entrei e já notava a
presença da mulher que ia fazer um papel social de pura rebeldia, aprovado pela
maioria das pessoas que sorriam e diziam tipo de frase como estas:
- Se ninguém fala, ela falou tudo.
- Tava demais esperar quase 4 horas.
Inicialmente a moça chamou a atenção de um escriturário,
indagando, em tom de irritação, as razões do atendente estar ausente de seu
lugar de trabalho. Ouvindo o barulho, o gerente deixou a sala onde estava e
tentava inutilmente fazer a mulher calar, dizendo:
- Vocês já vão ser atendidos, vocês já vão ser atendidos.
E a mulher, estressada por ficar horas além do permitido em
lei, esbravejava e chamada pelo caixa que havia se ausentado para fumar um
cigarro do lado de fora da agência, começou a atirar palavras de revolta:
- Eu não entendo por quê você estão atendendo só os usuários
da prioridade! Deveria atender em forma de revezamento.
E via-se a alegria estampada no rosto da mulher que fez com
que os serviços aparentemente voltassem ao normal. Mas não voltou. O barulho
das máquinas de contar cédulas tilintavam:
- tec! tec!
tec! tec! tec! tec! tec! tec! tec! tec!
Já se passavam exatos 51 minutos quando o número da senha 21
soou no autofalante do monitor e finalmente outro atendimento convencional. Faltavam
assim 8 minutos para as 13 horas. Quando eram 12 minutos para as 14 horas, um
amigo meu que portava o número de senha 69 propôs-me trocar pelo meu, o 39. Com
a fome que eu estava, resolvi dar-lhe o boleto e o dinheiro para o pagamento.
Agora, 14 horas e 11 minutos, finalmente estou em casa, relatando a amarga
experiência de ficar mais de 4 horas na fila de um banco.
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