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domingo, 8 de setembro de 2019

Saudosismo do 7 de Setembro: será que vamos continuar a celebração?

Gente, a história que vou contar hoje é de arrepiar. Eu não me contive e fui presenciar o desfile das escolas de Portel. Fui com o dever de melhor informar, mas também fui porque mexe com minhas memórias da infância. São lembranças compartilhadas por muitos, aliás é a celebração de Independência política do Brasil. 

Mil imagens povoaram a minha mente ao ver de perto alunos das escolas municipais de Portel a desfilar na Floriano Peixoto, a  rua que, por tradição, serviu de palco para a comemoração ao Dia 7 de Setembro. É como se eu tivesse voltado ao passado, anos 1970, 1980 e início dos anos 2000. Tempos memoráveis, construídos pelo suor e esforço de pais de família, diretores, professores, ou seja, um exército de homens e mulheres a movimentar um comércio e uma cidade inteira.

A Praça da Matriz foi, quase que invariavelmente, o cenário principal para o povo reunir e ver seus esforços na produção dos belos uniformes e bandas bem trabalhada durante meses. No passado, sem bem lembrado, as bandas não provocavam comentários de reclamação pelo barulho. Era aceito normalmente, porque o evento só acontecia uma vez no ano e envolvia a todos, desde o gari, servente, professor, aluno e autoridades. Ninguém se furtava a prestigiar a data. E as famílias gastavam o que não tinham em sapatos, meias, enfeites. Tudo em nome da Pátria, num tempo em que imperava o respeito.

Lembro das bicicletas bem enfeitadas e das corridas encenadas por Juarez Paranhos, Negrão, Ocir e tantos outros que a memória não dá conta, mas se unirmos conversas em torno do assunto, tem muita história pra contar. As bandeirinhas de papel eram um máximo na indumentária e também enfeitavam os carros. Poucos carros, mas eram bem produzidos. Ninguém queria fazer feio, essa é a verdade.

Vi um batedor de bumbo chamado Pindoba, da antiga escola Amazonas. Essa figura era admirada pelos mais jovens que disputavam uma vaga nas bandas das escolas. Com o passar do tempo, não eram mais Paulino de Brito e Escola Amazonas. Viria Abel Figueiredo, Lourdes Brasil e tantas outras, cada qual com uma banda a crescer em tamanho e sofisticação. A dedicação era tanta que as bandas passaram a disputas que iam desde o uniforme até a perfeição na execução musical, com rapazes e moças bem treinadas nos instrumentos de sopro, crias da Assembleia de Deus, fecundo lugar dos prodígios da música portelense.

De acordo com uma ex diretora com que conversei, o último desfile ocorrido foi em 2006, no governo de Pedro Barbosa. Em seu lugar surgia a "Caminhada da Paz", tendo início na frente da Prefeitura e desfecho no Ginásio de Esportes Edson Guedes, com uma solenidade de abertura do Jeps. 

No início dos anos 1990, esse fervor em comemoração do Dia da Independência teria um aspecto de protestos, com faixas às vezes plantadas em última hora, atacando atos das autoridades. As diretoras ficavam atônitas, a correr de um lado a outro pra que os políticos não sofressem com a ousadia de exigir demandas na data do 7 de Setembro. O desfecho não foi outro: logo as autoridades deixaram de fazer os grandes e memoráveis desfiles. A população não protestou contra o encerramento de tão lindo evento. O tempo, no entanto, provocou saudades e começaram, com o surgimento da Internet em Portel, a pedir a volta do fenômeno comemorativo.. 

E se não ocorrerem novamente ataques contra os grandes desfiles, talvez a população venha a hostilizar o estraga 7 de Setembro. Mas esperamos que "IT-A COISA" não apareça mais.😂

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