Essa aconteceu ontem à noite durante um jogo via internet. Jogo para relaxar o uso mental constante com os meus escritos sobre os problemas da minha cidade de Portel, e, de repente, um outro jogador de bola 9 entrou no site AGAME fez uma gozação a respeito do meu perfil de cadastro. Acompanhe:
- Professor de creche? – perguntou o americano.
- Por que não? – respondi, curioso.
- Deve ser guei. - comentou o gringo.
- Pode ser. – disse, sem me sentir ofendido.
- Ou pedófilo. – provocou novamente o estrangeiro.
- Você escolhe. – dei-lhe uma opção.
- É esquisito. -
- Você não compreende.
- Nesta idade uma criança precisa é de uma mulher.
Assim pensava eu quando tentei dissuadir os técnicos e a secretária de educação de Portel, mas esse desconhecido não precisava saber disso.
- Não aqui em Portel
-Onde é Portel?
-No Brasil. Meus alunos são pobres. Não tenho preconceitos.
-Não se trata.
- Muitos não têm pai. Ou mãe.
-Desculpe-me.
-Sem problemas.
- Sinto-me como um idiota.
- É.
- Mas você não dá a mínima.
- To acostumado. Passei a vida sendo vítima de preconceitos e discriminação.
- Você me humilhou.
- Não fui eu. É a vida.
Outra coisa que o gringo deveria saber é que quando eu entrei para as duas creches em que trabalhei (ABC e Moranguinho – hoje chamada de Prof. Margarida) descobri que aquelas crianças precisavam de uma coisa muito mais importante que os ensinamentos tradicionais: carinho e humanidade. Criei um laço de afeto tão grande, tanto que onde eu as encontro é uma festa de alegria. Saudades e uma grande lição que dou até para gringos.
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