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sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Relatório denigre imagem de professores: seria o único caso?


Trabalhos dos meus alunos ficam desmerecidos depois de relatório errôneo 
Após o ato realizado ontem em praça pública, lanço neste momento a público os equívocos cometidos por uma equipe técnica escolar que derrubou todo o meu conceito que tinha sobre a preparação, o profissionalismo, a ética, o bom senso na condução de problemas que não são resolvidos para que caminhos novos sejam trilhados, mas que pessoas sejam punidas. E é assim que me vejo: um cara punido e julgado sem a mínima condição de defesa, assim como outros quatro professores foram execrados, a ponto de muitas pessoas na rua olharem torto para a gente, como aquele criminoso que era boa gente até que se descobrisse o seu lado sombrio.
Os comentários abaixo foram de minha própria produção, sem a ingerência de qualquer outra pessoa, sendo, portanto de minha inteira responsabilidade. Já estive em situação semelhante, me calei. No entanto, de agora em diante, usarei de todas as ferramentas legais disponíveis para dar um exemplo de que um cidadão não pode ser ignorado pela elite política que faz seus estragos pelas mãos de pessoas inocentes, que, apesar de serem pessoas decentes, não foram treinadas para exercerem uma função no trato de julgamentos de condutas humanas, especialmente profissionais. É importante ressaltar que trago esses fatos a público para que outros professores sigam meu exemplo e não permitam que ações politiquentas atrapalhem o futuro de profissionais capacitados, passíveis de erros, mas que possuem o desejo e a esperança de sempre fazer o melhor por sua comunidade. Afirmo isso porque tenho minhas ações políticas e sou oposição ao governo reinante nessa municipalidade e os ataques parecem estar se tornando orquestrados, beirando a desonra e a difamação pública do professor, como profissional, assim como do Ronaldo de Deus, pai de família e cidadão com seus direitos políticos garantidos pelo seu cumprimento de suas obrigações legais e sociais, conforme legislação desse país.
Não queremos que danos à moral de professores sejam perpetuados nesse município. Que, ao escreverem relatórios, aprendam a fazê-lo com bases bem sólidas, para que o vexame não seja tão contundente como o que vou expor agora:
TEXTO SOBRE O RELATÓRIO DA COORDENAÇÃO DA ESCOLA ALCID ES MONTEIRO A RESPEITO DOS TRABALHOS EDUCACIONAIS DO PROFESSOR RONALDO DE DEUS MACHADO
I Abordagem: O OFÍCIO DA DIRETORA ENCAMINHADO À SECRETÁRIA DE EDUCAÇÃO MUNICIPAL DE PORTEL
Bilhetes escritos pelos alunos do professor Ronaldo atestam o contrário do relatório eivado de erros
     Inicialmente cabe fazer uma abordagem sucinta a respeito do erro crasso efetuado pela direção escolar da Escola Alcides Monteiro, a qual afirma, através do ofício nº 11/2012, que Ronaldo de Deus Machado “prejudicou seus alunos que irão para uma quarta série sem saber ler e escrever direito”. Tal afirmativa é leviana, pois há, nesse trecho, uma clara generalização sobre o resultado dos trabalhos do profissional. Medidas devem ser tomadas quanto a essa abordagem, cujo teor demonstra um total desconhecimento a respeito da turma, onde mais de 90% dos alunos do professor em tela alcançaram ÊXITO quanto ao quesito questionado pela diretora, fato este que pode ser facilmente provado através de testes para que a imagem do professor não seja prejudicada, mais do que já está com essa afirmação, digo novamente, leviana. Desmerecer os trabalhos do professor Ronaldo de Deus é desmerecer um exército de professores que trabalharam estes alunos desde a creche, passando pela primeira série, segunda série. Inclusive recebi, no início do ano letivo, uma professora cuja missão foi, orgulhosa de seu trabalho, dizer que todos os seus alunos sabiam ler. 
     No blog Professor Ronaldo e Seus Alunos (http://ronaldoeseusalunos.blogspot.com/) pode-se ver que os alunos escreveram bilhetes. Ora, se escreveram, podem ler. Ainda a respeito do documento ofício nº 11/2012, assinado pela diretora Sônia Maria de Araújo Bezerra, há uma afirmação clara de informação com intenção de prejudicar o professor Ronaldo de Deus, onde se vê: “passa grande parte da sua aula acessando a internet no seu horário de trabalho”, coisa que não é verdade, para não dizer que é uma mentira deslavada, pois o professor acessou a internet no período em que o docente de educação física estava com seus alunos, fato esse que se repetia às terças e sextas-feiras. Cabe ressaltar que vários professores fizeram reclamações ao vice-diretor Sebastião Moraes de Abreu sobre o corte de sinal para a sala dos professores, o que impediu que o professor acessasse internet no horário de folga enquanto o professor de educação física Reginaldo Paranhos estava com seus alunos na área reservada a isso.
II Abordagem: A ATA DO CONSELHO ESCOLAR DA ESCOLA ALCIDES MONTEIRO
Recebi  a ata das mãos da presidente do Conselho Escolar, com o cuidado de verificar os originais e, inicialmente, verifiquei que o livro não continha TERMO DE ABERTURA. Ao ler a ata realizada à punho pela senhora Marcileide Souza Pacheco, professora contratada e secretária do conselho, constam apenas as falas, inicialmente da Diretora “junto com o conselho”, num impreciso posicionamento do Conselho. Ou o conselho se manifesta de forma autônoma, em separado, ou os dois falam em uma só voz, como um todo, ou o conselho é a diretora. Ainda que persista a idéia de que a diretora é da categoria dos conselheiros natos, o conselho não é composto somente pela parte que ocupa cargo comissionado. Aparece a fala do coordenador pedagógico Otoniel de Souza da Silva. Em seguida também surge a palavra do vice-diretor. Há um trecho que relata que “ficou decidido pela direção e coordenação junto com o conselho da escola que o professor Ronaldo de Deus Machado ( ...)” vai ficar à disposição da Secretaria de Educação. A ata prossegue tecendo comentários acerca de outros funcionários não docentes. Ressalto, porém, que em nenhum momento foi relatada a fala dos membros do conselho, uma vez que esses membros deveriam se manifestar e, diante disso, o registro em ata seria fundamental para se saber se os mesmos opinaram ou foram induzidos a assinar o documento ata.
III Abordagem: O RELATÓRIO DE OBSERVAÇÃO SOBRE O PROCESSO EDUCATIVO, OS PARECERES E DIÁRIOS DE CLASSE EM 2011 E RENOVAÇÃO DE MATRÍCULA NO ANO LETIVO DE 2012 NA EMEF ALCIDES MONTEIRO
Grupo de danças implantado pelo professor Ronaldo de Deus: meu trabalho não presta em nada?
No meu entendimento, a coordenação não cumpriu seu papel de nortear os trabalhos dos professores sob sua égide, porquanto  busca explicação à sua falta de intervenção no processo.  Por exemplo, diz o coordenador que “Bem pouco tempo e espaço foi-nos permitido para com o acompanhamento e assessoramento dos professores no processo educativo...”. Vê-se, portanto, evidenciado nesse trecho a falha vital que ocasionou a interpretação errônea a que a diretora Sônia Maria incorreu ao afirmar no ofício nº 11/2012, cujo trecho lembro a seguir: “... prejudicou seus alunos que irão para uma quarta série sem saber ler e escrever direito”. Não vejo motivos para eu discorrer sobre a amplitude e interpretação dada ao ato de SABER LER E ESCREVER DIREITO. Ao  tentar se desculpar pela sua falha na intervenção sobre suas “considerações de observações necessárias desse pouco tempo”, o coordenador imputa de forma generalizada que o professor Ronaldo de Deus não leu a cópia xerocada do livro “Guia Prático de Alfabetização e Letramento”. E a pergunta que fica para essa imputação é: quem seriam os poucos professores? Haveria a necessidade do professor Otoniel fazer algo mais específico, pois um conselho, pela experiência e conhecimento da prática exercida no município de Portel, não tem a preparação necessária para tanto, pois não houve até o momento a tão necessária capacitação. Embora a carapuça não me sirva, apesar de eu entender que estão colocando carapuças demais em mim, haja vista as considerações acima por mim evidenciadas, houve novamente a afirmação generalizada de que “apenas alguns utilizaram esporadicamente” os “recursos didático-pedagógicos disponibilizados em acervo”. Utilizei sim de materiais, ainda que para isso tenha ouvido sermão de pessoas da secretaria. Não só usei materiais, mas fui além em dar oportunidade a meus alunos de produzirem conhecimento como atestam as fotos colhidas do blog Ronaldo de Deus e seus Alunos. Cumpre-me considerar ainda que a assertiva a respeito da violência em sala de aula é uma questão que deve ser compartilhada com a coordenação e direção, inclusive à família, coisa que foi realizada por mim sem nenhum receio que tenha cometido, em face disso, uma coisa estranha. O ponto a respeito de descaso e descompromisso, onde o professor abandonou ou ignorou os alunos nestas circunstâncias em sala de aula, mesmo eu não estando envolvido nessa situação, há que notar que a presença do profissional na reunião do conselho seria de vital importância. Lembro que a ata menciona o início da reunião às 16:40h e terminou às 20:40 h. O “julgamento” foi realizado sem a manifestação do professor, que eu não sei quem é, porém, mesmo assim, considero que o professor não pode se expor a riscos desnecessários, especialmente no horário noturno, creio que a referência é restrita a esse horário, pois o texto não demonstra especificamente indícios a respeito de quem é tecido o comentário.  Embora eu tenha pessoalmente comunicado ao coordenador pedagógico sobre as constantes reclamações dos pais que moram em locais distantes, cujos filhos chegam tarde demais em casa, geralmente quando já é noite. Crianças estas que estão na faixa dos 9 a 12 anos de idade. Recomenda que “esses pais deveriam buscar seus filhos na saída do horário na escola”, num total desconhecimento da realidade dessas famílias, cujos pais ou mães possuem horários diferentes de um coordenador pedagógico, que sai a hora que quer da escola. Empregados de serrarias não são assim. Um julgamento, a meu ver, levado à cabo por pura ignorância. Quanto aos registros em caderneta, cumpri fielmente o preenchimento, entregando no tempo hábil. Confesso que houve deslizes, sou um ser humano, mas refiz os lançamentos e não permiti que danos fossem causados a quaisquer dos meus alunos, pois nessa escola ou em outra por onde passei, nunca tive a intenção de prejudicar as pessoas. Fui ajudado por uma auxiliar, muito prestativa, por sinal. Para finalizar, penso eu que o corpo técnico da escola é do tipo que acredita na expulsão dos problemas e não na sua resolução, numa claríssima intenção de aplicar sanções lançadas ao peito do conselho, quando a coordenação da escola poderia ter feito uma intervenção.
Abordagem final: Ao fazer as abordagens aqui, lembro da possibilidade de fatos como esses já terem produzido vítimas, pois a maioria dos professores não busca saber o que seus coordenadores estão produzindo a seu respeito em relatórios generalizados e com sintomas de ignorância a respeito dos alunos, da escola, da comunidade, o que pode ser inclusive percebido nos muitos desencontros entre direção e vice-direção, pois não foi uma única vez que vi a falta de sintonia, a falta de informação do que ocorre num turno e noutro. Saibam que ali há uma diretora que freqüenta mais o horário da manhã, enquanto que o vice permanece no horário da tarde. Eu mesmo ouvi o vice-diretor fazendo reclamações sobre o não repasse de informações por parte do turno da manhã ao turno da tarde. Naquele momento eu sugeri que as ações fossem feitas através de memorandos e que se usasse o quadro de avisos.
Além da providência em fazer o teste com os alunos para comprovarem a falta de tato na observação equivocada de que prejudiquei todos os meus alunos ao não lhes ensinar a ler nem escrever direito, o que é uma afronta, mas também irei além ao pedir a retratação em não ouvir os professores envolvidos, pois não se deu chance de defesa, especialmente no que se refere ao contraditório. Conselheiros como os da classe dos pais, distantes como são os pais da vida escolar de seus filhos, são passíveis de indução, principalmente por um documento eivado de erros, quanto mais avaliar um caso em que não houve a alegada ampla defesa, que é garantida na Carta Magna desse país. Que nenhum professor seja desrespeitado nos seus direitos. Que as manchas não permeiem a vida de um professor, o que distancia cada vez mais a categoria dos técnicos e dos professores, estes não são menos importantes daqueles que trabalham horas e horas num laptop sob ar condicionado.


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