Depois dos fatos que renderam pedidos de explicação em diversos órgãos, ato público e reuniões em todos os lugares da cidade de Portel, houve por bem debater algumas situações bem curiosas e que resultam em profundo desgosto, sobretudo porque as más notícias circulam no setor da educação.
Entre os assuntos palpitantes está o caso da história da Professora sem Calcinha, a postagem mais popular desde a criação do blog Educadores de Portel em 2009. Aquela história triste que causa revolta em qualquer cidadão levou a uma denúncia acerca das famosas NOITES CULTURAIS realizadas por alguns diretores com o fim profícuo de proporcionar descontração, por outro lado houve mentes perversas que nutriam as tais noitadas em prazeres sexuais, um claro exemplo do que seja o assédio sexual. Assédio sexual não é uma simples cantada, mas uma condição de poder de um sobre o outro, no caso um diretor ou vários diretores sobre professoras. Pessoas carentes de emprego eram colocadas em um cacuri (artefato usado para aprisionar peixes) e de lá não podiam sair, sendo obrigadas a manter relação sexual com os diretores, geralmente a pessoa que faz a indicação das boas qualidades da professora. Fatos assim foram denunciados e hoje as noites culturais estão mal vistas. Porém, as coisas não coibiram os acontecimentos de opressão. É o que vamos tratar da presente postagem.
Segundo professores oriundos da zona rural, os acontecimentos deixaram a velha formatação das noites culturais para assumirem festinhas particulares. Os denunciantes dizem que pessoas detentoras de cargos comissionados se dirigem a determinado local na zona rural e dão as suas laçadas, munidos com muita bebida alcoólica e até equipamentos de som para a promoção das festas que são conhecidas como mucuras. A coisa se torna ainda mais dramática quando a professora se recusa participar das orgias. Em alguns casos há a redução da carga horária da professora ou até a própria exoneração do cargo no final do ano.
Hoje estive no sindicato dos professores, o SINTEPP, para averiguar se denúncias deste quilate chegam aos ouvidos dos coordenadores da entidade, no entanto a resposta não foi muita animadora. Não há uma denúncia sequer, pois o medo de retaliações são grandes, pois os diretores agem com tanta arrogância que às vezes se pensa que são verdadeiros ditadores com o poder de crucificar quem ousar lhes tirar o harém.
Outro aspecto verificado foi a não resolvida questão dos documentos de denúncias encaminhados à secretária de educação. Pessoas de comunidades, como dirigentes religiosos, reclamam que abaixo-assinados não chegam às mãos da gestora do setor de educação. No caso de diminuição de carga-horária de professoras que "não entraram na dança" dos diretores, há exaltados de nariz empinado que não estão expedindo cópias dos relatórios que supostamente deveriam indicar as razões que culminaram na redução de carga horária. Uma coordenadora teve sua voz gravada dizendo que não pôde fornecer as cópias porque se trata de documentos sigilosos. Ora, se trata de anotações acerca do profissional, não há porque trancar as informações. Há inclusive pedidos de fornecimento dos documentos diante do poder judiciário, ou seja, os diretorezinhos vão ter que mostrar as informações acerca dos servidores na marra, sobretudo porque esse setor deve ser gerido por pessoas maduras e não por moleques sem responsabilidades. Moleques não levam a sério as questões educacionais, principalmente quando mexe com servidores sérios e comprometidos com a profissão. Esses indivíduos amolecados nem sequer tem a disposição de elaborarem um relatório por escrito, pois na palavra de um diretor metido a superprotegido do poder, seu relatório foi feito verbalmente, ao que o diretor de ensino acatou. Tal constatação foi por mim mesmo verificada quando ouvi da boca de um desses ditadores de meia tigela, afirmando que ainda iria produzir o tal relatório. Ora, depois do mal provocado, ele irá redigir um documento assim?
Atualmente o entendimento geral é que as ações dos diretores possuem aval de superiores de alto escalão do governo, que saberiam o que acontece mas não têm coragem de tomar providências. Ainda em relação ao sumiço dos documentos, em setembro do ano passado no SINTEPP fez um ato público na Praça da Bandeira, onde uma das principais pautas era exatamente o sumiço de ofícios solicitando audiência com a secretária de educação Rosângela Fialho.
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