Se contarmos os votos dados aos candidatos opositores a Paulo Ferreira, ficaremos cientes de que as pesquisas já confirmavam uma alta rejeição ao recém eleito prefeito de Portel para o quadriênio de 2021 a 2024.
O candidato Alex Aquino obteve 6.953 votos (26,28%), Manoel Maranhense logrou 6.339 (23,96%), Igor Diniz teve 4.746 (17,94%), Delegado Junqueira 752 (2,84%), Jorge Barbosa 349 (1,32%) e Professor Carlos Moura 241 (0,91%), o que somam juntos 19.380 (73,25%). Por conseguinte, Paulo Ferreira possui uma rejeição enorme, tendo ganhado no efeito judô, ou seja, usou a força dos adversários para vencer.
Um detalhe que os "cientistas políticos" da situação não atentaram foi quanto ao aumento do número de eleitores, pois no pleito de 2016 Portel possuía 33.161 eleitores aptos contra 36,739 no ano de 2020. Esse aumento decorre da transferência de títulos de outros municípios para a Comarca 44ª. No Alto Pacajá o aumento foi originado da transferência de títulos dos sem-terras. No Acutipereira foi fruto do trabalho de um candidato a vereador que repatriou os votos de eleitores que antes haviam sido levados para Melgaço.
O que precisa ser compreendido é que em 2016 Paulo Ferreira amealhou 6.472 votos o que, subtraídos de 7.081 votos obtidos em 2020, teremos o acréscimo de 609 votos. Conclusivamente, manteve seu fiel eleitor e ainda trouxe de outros municípios mais de 600 votos.
Jader Barbalho, conjuntamente com o movimento social, foi uma peça fundamental na construção da vitória de Paulo Ferreira, pois gravou um vídeo em apoio ao seu filiado do MDB, mesmo que tenha usado uma cola para lembrar como se chamava o candidato a prefeito de Portel. Não se sabe da extensão dos danos dessa decisão, já que dentro de dois anos terá mais de 70% de eleitores com sangue nos olhos de olho no próximo candidato a governador do Pará. Ou seja, 73,25% dos eleitores não desejariam Paulo Ferreira no poder novamente.
VEJA COMO OS EX-ELEITORES DE MANOEL MARANHENSE DERAM O PODER A PAULO FERREIRA: O TIRO NO PÉ!
O setor rural repudiou Paulo Ferreira
Agora vamos dar uma olhada nos gráficos produzidos pelo TRE, através dos quais o leitor poderá ter uma visão geral dos votos dados aos candidatos. Vamos iniciar pelo rio Acutipereira e prosseguiremos até os demais três rios.
Acutipereira
Apesar de liderar na região das terras, o povo das águas deu mais votos ao novato na política Alex Aquino. Acredita-se que o povo o tenha recebido bem e o tenha prestigiado nas urnas por conta da indicação em vida do saudoso Pedro Barbosa.
Nessa região, Alex Aquino conseguiu 355 votos, enquanto que Paulo Ferreira ficou em segundo lugar com 230 votos. Manoel Maranhense ficou em terceiro com 127 votos.
Foi nessa região que mandei fazer uma pesquisa para tanto saber quem era o preferido nessa eleição quanto quais os motivos para votar nos candidatos. O quesito compra de votos não entrou na pesquisa, mas há uma publicação sobre o fato histórico que superou as outras eleições.
O ponto chave foi destacado como o cuidado com a estrada, tendo a saúde em segundo lugar e a educação em terceiro. Em termos particulares de interesse dos eleitores está a questão do emprego.
Quem prometeu emprego certamente agiu com leviandade, sobretudo porque há uma lista de espera que deverá ser preenchida até o dia 20 de dezembro deste ano, cumprindo assim exigências do SINTEPP e do Ministério Público. Destarte, o sonho do empreguismo já era!
A derrota do atual prefeito foi promovia pelo movimento social, que se engajou na luta ao lado de Alex Aquino. O número de apaixonados por Paulo Ferreira permaneceu quase o mesmo em relação à eleição de 2016. Mas o movimento social foi derrotado na eleição para vereador.
Camarapi
Essa região foi por onde o prefeito Manoel Maranhense iniciou sua carreira como empresário, tendo explorado o setor da farinha e, posteriormente, o da madeira. Assim, conhecedores do caráter e da índole de Manoel Maranhense, permaneceu como o predileto, tendo abocanhado a maior votação, com 981 votos. Paulo Ferreira obteve 823 votos, enquanto que Alex Aquino teve 714 votos. Novamente friso que quem entregou o poder ao Paulo Ferreira foi este jovem advogado.
Pacajá
Rio muito extenso, com lugares de difícil acesso, Pacajá. Paulo Ferreira ficou em terceiro lugar, perdendo até para o sonhador Igor Diniz. Alex Aquino foi bem votado, ficando em primeiro com 1457 votos. Manoel Maranhense, o atual prefeito, ficou em segundo lugar.
As redes sociais influenciaram em muito a escolha dos candidatos. Grande parte das antenas de internet foram doadas pelo prefeito, mas quem fez mais uso da Web foi a oposição, que se infiltrou em todos os grupos comunitários. Apesar desse ponto primordial, a saúde é considerada como critério basilar na formação da opinião desse povo.
Anapu
Foi nesse rio que Manoel Maranhense atuou por mais de uma década e ficou acima de Paulo Ferreira, pois obteve 760 votos enquanto que Paulo Ferreira obteve 445. Mas a aposta de Pedro Barbosa superou os dois, com 802 votos.
Concluindo
Assim sendo, Paulo Ferreira foi o mais rejeitado e Alex o mais aceito. Realmente foi ele que entregou o cargo a Paulo Ferreira. No entanto, há outras considerações quanto a aspectos internos do Governo de Manoel Maranhense.
Entre estes aspectos, importante revelar a desavença entre secretários que, por interesses diversos, não se falavam. É fácil deduzir as consequências desse desentendimento, como engrenagens de uma máquina que se atritam pelo desgaste do tempo e acabam prejudicando sua finalidade. Afinal, a máquina pública é um organismo.
Houve muito dinheiro na campanha, mas não chegaram ao destino final. Logo estaremos diante de um desfile de bens patrimoniais como fruto dos recursos desviados e não aplicados no campo político. No Acutipereira, por exemplo, falo com propriedade porque os adversários jogaram livres.
A diretora do polo Acutipereira foi perseguida pelos fiscais do próprio partido do governo. Gente ligada ao prefeito sendo monitorada pelos fiscais só demonstra como a Coordenação de Campanha estava mais perdida do que cego em tiroteio. NO mesmo passo, fiquei sabendo que uma mulher foi arranjar fiscais para atuarem no Anapu e não encontrou pessoas "confiáveis". Ou seja, deram missão a pessoa que não conhece as comunidades.
As ações externas dos Poderes Estaduais também influenciaram na derrota de Manoel Maranhense. Pode-se citar como exemplo a ausência do Exército ou contingente militar no apoio. Apenas um comboio a seguir um agente da Promotoria Pública a percorrer as ruas da cidade. Nas comunidades consideradas problemáticas teve, em décadas, a primeira vez que não recebeu policiamento.
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