Atalaia: o fim dos anos áureos não voltaria? |
Nesses dias que passo em Breves, desde o dia 27 de outubro,
contato uma série de coisas que me chamam a atenção e me levam a ficar
seriamente preocupado com a forma com que se esquece facilmente a própria
historia e arranca-se violentamente as marcas de um passado glorioso.
Ali próximo ao prédio da prefeitura de Breves há um lindo
prédio que já foi, em tempos áureos, palco de grandes realizações festivas de
uma sociedade que se reunia para socializar momentos ímpares, entre elas festas
de debutantes, conquistas de campeonatos, festas dançantes. Estou falando da
sede do Clube Atalaia.
Quando tentei descobrir os fundamentos do tal fracasso,
houve até quem buscasse na memoria uma denúncia feita sobre o barulho gerado
pelo som. Além disso, o informante também revelou que a vizinhança é composta
pela elite da sociedade brevense, cujo peso foi preponderante no fechamento das
portas que remetiam ao passado.
Fiquei curioso com a movimentação de jovens sarados e moças
esbeltas saindo e entrando pelo portão ao lado e fui informado de que ali
funciona uma academia. Do clube?, Indaguei. O homem que conversava comigo, com jeito alegre típico dos brevenses, disse que o espaço é locado para uma professora, a qual implantou
um negócio crescente em Breves: as academias.
Também fiquei curioso com o destino do futebol brevense.
Segundo meu interlocutor, o clube não mais possui a relevância do passado. Nem
estádio possui. No lugar onde funcionava o estádio do Clube Santana foi erguido
o Hospital Regional. Parece-me que os governantes, para não parecer que
desprezam o futebol como prática esportiva e envolvimento social da comunidade,
fazem apelos emocionais em trocar os estádios por algo que mexe com o
consciente coletivo como a implantação de uma escola ou um hospital, ambos
considerados prioridades, como se o social também não o fosse.
Ao percorrer as pontes que levam ao malocão do Campus de
Breves da Universidade Federal do Pará, o pensamento volta-se a direcionar a
questão dos espaços que se tornam cada mais comprometidos com a superpopulação.
Isso propõe um desafio aos governantes atuais, pois os anteriores não
propuseram um plano diretor para a cidade que é considerada a Capital do
Marajó. O mesmo pensamento volta ao andar na garupa de um mototaxi. Enquanto
percorremos as ruas emburacadas que recebem nomes das cidades do Marajó, como
Breves, Melgaço, Curralinho, vejo casebres, casas e bangalôs á venda. Nenhum
campinho à vista para a prática do futebol como anteriormente já foi comum.
Pelo contrário, meninos ousam utilizar o corpo e a mente em práticas de futebol
no meio da rua!
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