Extraído do Blog da jornalista Franssinete Florenzano, via Marajó Notícias.
É muito grave a situação em Soure, no arquipélago do Marajó. Servidores públicos e integrantes de movimentos sociais ocuparam a prefeitura desde ontem, reiterando uma pauta de reivindicações já apresentada há meses.
É muito grave a situação em Soure, no arquipélago do Marajó. Servidores públicos e integrantes de movimentos sociais ocuparam a prefeitura desde ontem, reiterando uma pauta de reivindicações já apresentada há meses.
Hoje, o Bispo do Marajó, Dom José Luiz Azcona, reconhecendo a
legitimidade dos pedidos, foi interceder pelo atendimento aos pleitos.
Entretanto, em reunião, o advogado do prefeito, Ricardo Corrêa,
exaltado, ofendeu o religioso e chegou a abanar as mãos em seu rosto. O
prefeito João Luiz Melo(PT) teve que sair escondido pelos fundos para
não ser surrado pela população, que aderiu ao movimento e se aglomerava
em frente ao prédio, revoltada pelo tratamento ao Bispo.
Dom Azcona tem
75 anos, é incansável em seu papel de evangelizar e proteger os mais
pobres, está sem se alimentar o dia inteiro tentando ajudar a apaziguar
os ânimos e certamente não merece ser desrespeitado. Como o prefeito
reuniu com os dirigentes sindicais dentro da prefeitura mas se recusou a
conversar com o povo na rua, a turba partiu em direção à residência do
alcaide e exige a sua renúncia imediata. O quadro é alarmante. O efetivo
da PM é insuficiente para conter os 23 mil habitantes da cidade.
As reivindicações da população estão elencadas em petição pública: o descalabro na saúde, expresso na falta de remédios e instrumentos nos postos de saúde, mofo e infiltração no hospital, precariedade nos programas de saúde preventiva, ausência de pré-natal, falta de água potável, unidades de saúde e ruas destruídas, prédios públicos em ruínas, obras paralisadas, escuridão nas vias públicas, trabalho em ambiente insalubre e não pagamento dos direitos trabalhistas.
A situação
de abandono no município se completa pela falta de promotor de justiça
fixo e pela inoperância da Câmara Municipal. As demandas incluem a
instalação de uma agência da Caixa Econômica Federal, porque a lotérica
local não consegue atender as necessidades, e programas que evitem o
êxodo de jovens por absoluta falta de oportunidades de trabalho.
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