Nesses dias, como é feriado de
fim de ano, em vez de me acabar no álcool ou participar de todo tempo de
festanças que só consomem o dinheiro, o sono e a beleza da gente, fiquei a
refletir sobre algumas coisas da vida.
Entre tais reflexões me veio
aquela afronta cometida por um vereador contra a vida de um blogueiro de renome
que sou e muito lido em toda parte do mundo, inclusive na minha própria cidade
onde tenho leitores assíduos e ávidos em saber o que eu sei. Pois bem, em
muitas discussões, o assunto da agressão foi comentado e, por acaso, li um
livro sobre o capitalismo no mundo e sobre os indícios de fatores sombrios por
trás de um simples gesto ocasionado pela baixa massa cinzenta no cérebro.
Coincidência ou não, levantou uma série de questões a ponto de lembrar de meu
querido amigo e já falecido Ronaldo Wakimoto, um homem que sempre pensou grande
em termos de desenvolvimento para nossa cidade, justamente no âmbito da
produção de alimentos. O homem era digno, mas uma leva de interesses mesquinhos
patrocinou uma campanha degenerativa ao pudor e honra daquele jovem que sonhos
com melhores dias para a nossa juventude, apesar de ter cometido besteira no
passado, passou seus restos de dias na terra como um homem que tinha uma força
de vontade em ajudar os outros.
No livro que li, contava, em
certo trecho, que existem pessoas que não comem. E, por outro lado, pessoas que
não dormem. Os que comem vivem na dependência dos que dormem e os que não
dormem vivem assim com medo da revolta dos que não comem. Eu quero estar ao
lado e, talvez, na liderança desses que não comem.
Essa questão acima – dos que
dormem e não comem – é um bom exemplo da dependência por razões culturais, já
que uma pessoa que não compreende o mundo em que vive jamais poderá fazer as
mudanças que precisam ser feitas. Só para citar, Ronaldo Wakimoto entendia bem
de política rural (filho de um grande agricultor japonês, muito amigo meu, por
sinal), mas não constituía um grupo politicamente ativo e sem esse grupo
organizado é um alvo fácil de ser atacado (entremeio a isso, faço lembrar que
recentemente foram eleitas pessoas nesse município porque os inimigos da
sociedade não sabiam quem atacar, já que eram muitos candidatos). E Wakimoto
era um só, atacado facilmente pela covardia dos que afundaram Portel. Em minhas
viagens, percebi que eu, como Ronaldo Wakimoto, já estou sendo triturado pelas
forças aliadas corruptas no sentido de me desmerecer como um ativo membro de
minha sociedade. Mas diferentemente dos outros que não constituíram forças,
hoje somo como outras pessoas que me admiram e já me veem como um líder. Já
soube identificar de onde procedem os ataques e como estão organizados os meus
novos inimigos e antigos inimigos do desenvolvimento desta cidade e de seu
povo, muitos inclusive que vieram de lugares distantes para tentar humilhar nossa
gente humilde. Mas o buraco, pelos aqui, é mais embaixo. Faço parte de vários
organismos e estou em processo de agremiação de mais setores que clamam por
justiça e dias melhores. Conhecer a estrutura reinante e as estruturas que
precisam ser solidificadas são premissas importantes para quem quer fazer a
arte da guerra contra as sombras do atraso e da ignorância.
Nós somos um povo sem qualquer
norte, pois o próprio sistema de formação educacional insiste radicalmente em
formar só professores, enquanto temos mais necessidade de médicos, advogados,
pesquisadores (esses poderiam alavancar profundamente a produção de produtos
não explorados – uma riqueza debaixo dos olhos e que a ignorância não deixa
perceber). Ora, devemos pensar grande e pensar grande não significa ter o rei
na barriga, mas entender que a organização de nossa terrinha merece a grandeza
de um país. Só para se ter uma noção, o povo não produz mais nem sequer os
alimentos que servem de base ao café da manhã. Falta uma macaxeira (que é uma
delícia que nem se compara com pão da cidade, cheio de fermento), tapioca em
rama para fazer um beiju ou mesmo a farinha de tapioca (aquela branquinha de
cor de neve que a gente põe dentro do café ou mesmo no açaí). Sem falar nos
produtos sazonais que deveriam estar, em primeiro lugar, na merenda escolar,
mas sem uma tecnologia, no mínimo, não teremos como avançar o acondicionamento
desses alimentos para que, industrializados, cheguem até as crianças com a
qualidade e riqueza alimentar devida.
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