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sábado, 26 de janeiro de 2013

A grande decepção de um professor



Um jovem veio me perguntar, há alguns vinte minutos atrás, sobre o pagamento dos professores. Respondi que esse dinheiro pode nem sair, exceto pelas vias judiciárias. Mas tem gente que acha que pode ganhar no grito. Tolice!

Desde dezembro do ano passado que sugeri uma ação através da assessoria jurídica do SINTEPP. E olha que até o prefeito municipal, Paulo Ferreira, parece concordar com tal proposição, pois mencionou isso em um programa de televisão local, pois sabe o gestor que a prefeitura não é sua e que existe o princípio da impessoalidade.

O grande problema é o engasgo deixado na garganta de muitos professores pela ex-secretária Rosângela Fialho, que não recebia a representação do sindicato, parece ter deixado todo mundo em estado de defesa. Era algo como uma birra, que certamente tinha o apoio da quadrilha que operava dentro das cintas do governo. Mas isso mudou (creio eu, até o momento). Agora temos um novo prefeito, uma nova secretária de educação e, com certeza, espaço para diálogo e não existe melhor caminho para a consumação das reivindicações do que este. Certo que no passado fomos às praças protestar (lembra quando houve atraso no pagamento de 1/3 de férias em junho passado?) em frente à prefeitura e, depois, como se fosse uma praga anunciada por mim, não saiu o décimo terceiro para custear as despesas do Natal e até aquelas contas que acumularam no decorrer do ano.

Ficamos aperreados (para usar um termo muito utilizado pela minha saudosa mãe), a tal ponto de um cara que me vendeu uma antena à prestação vir me ameaçar na minha porta. Ora, tenho amigos e bastou um telefonema para que esse amigo providenciasse a merreca. Resultado: o incompreensível perdeu a amizade, acarretou rescisão da prestação de serviços de internet e passei pra Vivo. Esse amigo não emprestou, deu! O dono do açougue, coitado, veio com os diabos e, ao receber as devidas explicações, acalmou e concordou que não era só eu o endividado. E quando acabou o gás, então! E gás sempre acaba no feriado ou de noite. Uma amiga nos socorreu! Três dias depois, foi a vez da conta de luz chegar ao prazo de corte e lá vem a equipe da CELPA, carrinho branco com uma escada em cima. A conta tinha sido paga por uma amiga nossa! Quem tiver amigo, preze-o muito bem, pois é um bem precioso.

E, falava ao jovem, que um dia eu prestei concurso, no tempo da Nancy Guedes, e lutei ao lado de Pedro Barbosa para elevá-lo ao cargo de prefeito e perdemos. O governo seguinte, de Elquias Monteiro, perseguiu a mim e mais 20 pessoas (só neste caso, sem lembrar outras situações). Resultado: 21 pessoas demitidas contra as leis deste país, uma vez que fomos concursados e alguns destes já haviam se estabilizados por força de tempo de serviço, como é o caso do meu amigo Jabuti e também do meu falecido vizinho Jacupeba (pai também de Severino, outro afastado ilegalmente). 

Quando retornei a Portel, em 2004, Pedro havia sido eleito prefeito e, por uma questão de três meses, eu havia perdido meu emprego de auxiliar administrativo do qual eu havia pedido licença sem vencimento por dois anos (foi uma sugestão dada pelo meu primo Rosimar Moraes, que acatei por ser um conselho de um grande advogado) após a nossa reintegração, fiquei sem meu emprego estável. Ora, diferentemente dos professores que ficaram sem receber, devido a gastos em campanha política, eu e meus amigos entramos na justiça para, em seguida, receber tudo de direito: 13º, férias, salários e até indenização por danos morais. Em Breves, o então prefeito Gervásio Bandeira, no último ano de seu mandato – também em época de eleição -, deixou de pagar os servidores brevenses, mas estes também entraram na justiça e já começaram a receber o que lhes é devido a partir de 2012.

A minha decepção veio justamente neste ano. Ao retornar a Portel, fiz concurso para agente administrativo e, com medo de um atraso inexplicável, entrei, em seguida, num concurso para professor, na expectativa de que, com um fundo específico para a educação e vindo diretamente do Governo Federal, meus ganhos ficariam garantidos, livres de atrasos ou “falta de recursos”. Vi que dinheiro tinha (quase seis milhões de reais) e vi minha grande decepção: mexeram no dinheiro da educação em época de eleição também e acabei na pindaíba. Mas não fiquei só nesta situação. Centenas de professores também passam por dificuldades neste momento, com exceção de alguns que eu nunca vi madrugarem na frente do banco para receber o dindim. Não precisam, ganhavam mais do que o prefeito!

2 comentários:

Fabio disse...

Pelo visto, não devem nem chamar os novos concursados. Eu estava na expectativa, mas depois dessas situações eu me pergunto se vale a pena deixar minha cidade e meu concurso nível médio.

Educadores de Portel disse...

Não se despere, aguarde que vai acontecer a chamada. Prefeitos incompetentes tem muitos, mas o Ministério Público Federal já está cuidando do caso e tudo vai voltar à normalidade.