Como está a questão da formação
de professores do quadro da prefeitura em Portel? Será que depois do escândalo
do PARFOR (veja sobre o assunto clicando aqui), houve alguma medida para conter
os abusos que vinham sendo cometidos?
Lembro que me inscrevi no PARFOR
em busca de formação como professor de língua inglesa e, estranhamente, não
consegui uma das vagas que eram ofertadas no município de Breves. O mesmo
sucedeu em outras tentativas nesse mesmo programa. Em relação ao IFPA também
fui aprovado, mas não pude cursar porque era voltado para os professores com
atuação na zona rural. Até este ponto compreendi que eu não poderia mesmo
cursar, já que a formação era especificamente voltada para professores lotados
no interior e eu fui aprovado em concurso para atuar na zona urbana.
Mas o que mesmo me intriga é a
falta de coerência da administração pública com a finalidade dos programas de
formação. Atualmente, após uma exoneração em massa dos professores contratados,
vemos o desperdício imenso de tanto esforço em professores que não vão mais
atuar, pois a nova administração de Portel já prevê o chamamento dos últimos
concursados que deverão preencher todas as vagas hoje existentes. Portanto, os
senhores e senhoras que são maioria no IFPA e PARFOR deverão ficar de fora. E
já pensaram naqueles professores que são do quadro da prefeitura e nem sequer
foram contemplados com uma dessas vagas? Ao analisar essa questão, os
administradores deveriam estar com as estatísticas prontas e fazer uma análise
criteriosa no sentido de identificar fielmente os professores que ainda não tem
a devida formação em pedagogia.
No rio Campinas, conheci uma
professora chamada Odária e, pelo que consta, ainda não teve a devida formação
e olha que esta senhora atua até mesmo antes da implementação da Constituição
Federal, ou seja, uma das professoras pioneiras da região. Nesse mesmo rio, na
fronteira com o município de Bagre, o professor Badu é uma figura antiga na
área educacional com 20 anos. Olhando situação semelhante, no rio Acutipereira temos
o caso da professora Maria José (Zeca), com 28 anos de atuação, também não foi
contemplada com uma formação e deveria, já que entrou no quadro da educação
através de concurso público, na administração de Nancy Guedes. A lista é grande,
que engrossa a lista dos mais de 600 mil brasileiros sem essa necessária e
urgente formação, e não cabe a nós, do blog, identificar todos os professores
que estão sem a devida formação no município de Portel. Na pior das hipóteses,
pode acontecer a esses heróis e essas heroínas da educação o que sucedeu à
professora Eulália Pinto que, por força da lei, deixou de ser professora para
atuar como servente, já que educador com ensino fundamental não mais poderia
trabalhar como professora.
De acordo com conversas mantidas
com pessoal que trabalhou no período da gestão da SEMED (Professora Rosângela
Fialho e cambada), a seleção era mesmo feita “na coxa”, ou seja, o critério do
QI (Quem Indica). Ao olharmos as feições dos estudantes desses programas,
podemos contar um a um e relacioná-los a alguém influente dentro dessa
secretaria nesse período, tais como parentes ou amigos. O mais estranho é que
eu já vinha denunciando esse tipo de burla. No entanto, nenhuma ação foi tomada
pela cúpula do governo de Pedro Barbosa para coibir essas ações paternalistas,
onde é necessária a presença de um padrinho e de um afilhado. E, já pensou
agora, que o padrinho não mais existe e os afilhados estão se humilhando para
conseguir a manutenção em vaga que não é sua? Já que o legítimo detentor da vaga
é aquele que passou em estágio probatório e, para isso, se fez necessário um
exame em concurso público de provas e
até de títulos.
Lembro muito bem que o
ex-secretário Orzírio Santana se pronunciou numa reunião com o conselho do
FUNDEB, quando eu ainda era conselheiro, mostrando a sua preocupação com a
rotatividade de professores. Ou melhor, num momento o professor temporário está
a serviço da SEMED e, noutro, já deixou o ofício de lecionar, indo, às vezes,
para outro estado. Essa observação é muito pertinente, pois essa situação
acontece há um certo tempo e nenhuma ação foi tomada para coibir essa distorção
das funções dos programas de formação. Não acham que chegou hora de acertar?
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