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segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Quantos são os professores sem formação em Portel?


Como está a questão da formação de professores do quadro da prefeitura em Portel? Será que depois do escândalo do PARFOR (veja sobre o assunto clicando aqui), houve alguma medida para conter os abusos que vinham sendo cometidos?
Lembro que me inscrevi no PARFOR em busca de formação como professor de língua inglesa e, estranhamente, não consegui uma das vagas que eram ofertadas no município de Breves. O mesmo sucedeu em outras tentativas nesse mesmo programa. Em relação ao IFPA também fui aprovado, mas não pude cursar porque era voltado para os professores com atuação na zona rural. Até este ponto compreendi que eu não poderia mesmo cursar, já que a formação era especificamente voltada para professores lotados no interior e eu fui aprovado em concurso para atuar na zona urbana.
Mas o que mesmo me intriga é a falta de coerência da administração pública com a finalidade dos programas de formação. Atualmente, após uma exoneração em massa dos professores contratados, vemos o desperdício imenso de tanto esforço em professores que não vão mais atuar, pois a nova administração de Portel já prevê o chamamento dos últimos concursados que deverão preencher todas as vagas hoje existentes. Portanto, os senhores e senhoras que são maioria no IFPA e PARFOR deverão ficar de fora. E já pensaram naqueles professores que são do quadro da prefeitura e nem sequer foram contemplados com uma dessas vagas? Ao analisar essa questão, os administradores deveriam estar com as estatísticas prontas e fazer uma análise criteriosa no sentido de identificar fielmente os professores que ainda não tem a devida formação em pedagogia.
No rio Campinas, conheci uma professora chamada Odária e, pelo que consta, ainda não teve a devida formação e olha que esta senhora atua até mesmo antes da implementação da Constituição Federal, ou seja, uma das professoras pioneiras da região. Nesse mesmo rio, na fronteira com o município de Bagre, o professor Badu é uma figura antiga na área educacional com 20 anos. Olhando situação semelhante, no rio Acutipereira temos o caso da professora Maria José (Zeca), com 28 anos de atuação, também não foi contemplada com uma formação e deveria, já que entrou no quadro da educação através de concurso público, na administração de Nancy Guedes. A lista é grande, que engrossa a lista dos mais de 600 mil brasileiros sem essa necessária e urgente formação, e não cabe a nós, do blog, identificar todos os professores que estão sem a devida formação no município de Portel. Na pior das hipóteses, pode acontecer a esses heróis e essas heroínas da educação o que sucedeu à professora Eulália Pinto que, por força da lei, deixou de ser professora para atuar como servente, já que educador com ensino fundamental não mais poderia trabalhar como professora.
De acordo com conversas mantidas com pessoal que trabalhou no período da gestão da SEMED (Professora Rosângela Fialho e cambada), a seleção era mesmo feita “na coxa”, ou seja, o critério do QI (Quem Indica). Ao olharmos as feições dos estudantes desses programas, podemos contar um a um e relacioná-los a alguém influente dentro dessa secretaria nesse período, tais como parentes ou amigos. O mais estranho é que eu já vinha denunciando esse tipo de burla. No entanto, nenhuma ação foi tomada pela cúpula do governo de Pedro Barbosa para coibir essas ações paternalistas, onde é necessária a presença de um padrinho e de um afilhado. E, já pensou agora, que o padrinho não mais existe e os afilhados estão se humilhando para conseguir a manutenção em vaga que não é sua? Já que o legítimo detentor da vaga é aquele que passou em estágio probatório e, para isso, se fez necessário um exame em concurso  público de provas e até de títulos.
Lembro muito bem que o ex-secretário Orzírio Santana se pronunciou numa reunião com o conselho do FUNDEB, quando eu ainda era conselheiro, mostrando a sua preocupação com a rotatividade de professores. Ou melhor, num momento o professor temporário está a serviço da SEMED e, noutro, já deixou o ofício de lecionar, indo, às vezes, para outro estado. Essa observação é muito pertinente, pois essa situação acontece há um certo tempo e nenhuma ação foi tomada para coibir essa distorção das funções dos programas de formação. Não acham que chegou hora de acertar?

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