Verba da construção do sambódromo desviada, só restam as ruas |
Nestes dias Portel está mais barulhenta do que nos outros dias. O início do período carnavalesco foi dado às portas fechadas em um clube da cidade. Foram dois dias seguidos: no sábado e no domingo. De segunda a quarta, a tradição ganha espaço: nas ruas. Portel recebe verba para construção de sambódromo e foi desviada, mas tudo depende da criatividade dos brincantes.
Apesar dos organizadores se esforçarem ao máximo para fazer parte do show que toma conta do Brasil todo, o bloco Os Safados realizou sua apresentação em espaço fechado, o que provocou uma série de críticas numa rede social de grande impacto e a principal jaz exatamente porque contou com dinheiro público. Muitas pessoas, inclusive, se deslocaram para a cidade de Breves.
Não quero aqui analisar a fundo a questão do êxodo ocorrido no carnaval deste ano, mas acredito que grande parte do problema esteja na prática que é recheada de amadorismo. A divulgação do evento em mídias sociais, por exemplo, é fraquíssima. O bloco Vai Quem Quer, muito tradicional, não tem sequer uma página na Internet. O mesmo se pode falar do bloco Morro de Fome Mas Não Trabalho. Encontramos, paralelamente a isso, ideias contrarias à divulgação nos modernos aparelhos de mídia, sendo que os defensores do tradicionalismo dizem que isso é besteira. Ora, se fossem empresários, pensariam doutro jeito por acreditarem que a alma do negócio é a propaganda.
O mais poderoso, o Bloco do Porco, padece do mesmo mal. Alguns, em relação a isso, podem até conjecturar a participação do governo municipal, atolado em dívidas. No entanto, recorro à afirmação acima em que ensaio a falta de ação dos próprios organizadores. Afinal, carnaval acontece todos os anos! Ora, ao longo do tempo, tudo deveria ser arranjado até a data do evento. Mas parece que as coisas estão sujeitas ao casuísmo.
Amador por amador, o bloco que mais faz sucesso é o Bloco do Porco que desfila amanhã, mesmo sem "corredor da folia" armado como nos anos passados, nem tampouco arquibancada. Não precisa. O Porco nem de abadá precisa: só lama no corpo e ainda tem a capacidade de unir todos os brincantes, sejam dos Safados, Vai Quem Quer, Piriguetes ou outros. Tudo à moda antiga, quando não se precisava de grandes indumentárias nem de elevadas somas em dinheiro para se divertir.
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