Nossa luta pela transparência continua. Aqui você sabe quanto foi repasado à conta do FUNDEB

DO JUIZ AO RÉU, TODO MUNDO LÊ O BLOG EDUCADORES DE PORTEL

sábado, 9 de novembro de 2013

Ezídio Maciel: torneio para arrecadar fundo para festa de fim de curso


A turma da 8ª série da EMEF Ezídio Maciel realizou três torneios de futebol no último sábado, dia 9 e eu estive a prestigiar o evento, juntamente com a professora da turma, Odineia Correa.

O que eu não esperava mesmo era me tornar um dos narradores do evento, o que aconteceu quase por acaso. Antes da programação principal, a professora Odineia propôs a realização de um mini torneio entre as crianças, segundo ela porque havia muitos infantes no local disposto a brincar e assim haveria entretenimento antes do certame principal. Como o locutor oficial, o ACS Beto, não havia chegado, me pediram pra narrar as partidas. E olha que logo depois veio o torneio feminino e a narração continuava até Beto chegar com seu microfone wireless e seu jeito peculiar de narrar os lances.

Crianças, jovens e até idosos se ajuntavam ao redor do estádio apelidado de Laguinho, um nome dado devido no inverno ficar repleto de água, servindo de morada de pequenos peixes. Para arrecadar fundos no sentido de fazer uma festa de conclusão do curso fundamental, foi montada uma barraca. Nela podia-se ver bolo, balas, refrigerante e outras guloseimas. Assim seguia a festa, com a presença de outro professor: Rildo Moraes, que trajava um chapéu no estilo vaqueiro do nordeste, todo de couro.

A brincadeira seguia pela tarde toda, numa aparência de reunião familiar, sem confusão, sem brigas, apesar de algumas discórdias a respeito da arbitragem, que era conduzida pelo experiente Nunes, morador da Vila Boa Vista, mas nada que pudesse ser considerado violento, pois estava entre uma das regras o xingamento e palavras de baixo calão em relação ao árbitro ou mesmo quanto aos adversários.

Entre a torcida estava a matriarca da comunidade, a Senhora Vena, que é esposa do respeitado Quincas, que apesar da idade avançada, participa ativamente das realizações comunitárias da localidade. Quincas não compareceu, já que se mantinha ocupado com sua venda. Mas a filha, a Ane – que também é aluna da 8ª série -, estava ali, como uma verdadeira aprendiz de comerciante a dar troco e vender os produtos da barraca, junto com a Leciléia e a filha do locutor Beto, a qual ficava responsável pela guarda do dinheiro que entrava.

No final da tarde, apurou-se mais de 360 reais em inscrições de times oriundos de diversas comunidades, ausente a rapaziada de Aparecida, que é onde reside a Vanica, terra conhecida como Laranjal. Após ajustar os valores, sob o olhar e testemunho de diversas pessoas, Odineia e eu estávamos prontos para a volta ao nosso lar.

No meio do caminho, na localidade Pinheiro, havia uma festança que já estava em seu segundo dia, numa celebração anual que dura três dias consecutivos. Vi barracas cheias de comida, amigos, conhecidos e o patriarca da Vila, o seu Caboco, que acenava enquanto passávamos. Pena que a noite já caía e nossa moto estava sem farol e as crianças esperavam em casa. No meio da noite, por volta das sete horas, encontramos dois casais de professores que, na escuridão, se dirigiam ao local do festejo, uma forma respeitosa de celebrar junto aos pais dos seus alunos. Assim, participamos de mais um dia entre comunitários do interior, atravessando pontes decrépitas, sendo rimpados por matos cortantes, derrapando em areia e fazendo curvas íngremes. Sem esquecer cavalos que ficam no meio da estrada e só arredam o casco quando já estamos a cerca de cinco ou seis metros de distância.

Bom saber que o resultado do evento beneficente arrecadou mais de mil e setecentos reais, que deverá fazer uma bela festa no mês de dezembro.

Nenhum comentário: