O evento apresentou grupos de investigação de violações de
direitos humanos cometidas durante o regime militar
A mesa de debate 50 anos do golpe militar e a nova agenda de
transição no Brasil, promovida pelo Ministério Público Federal no Pará
(MPF/PA), ocorreu no início da tarde da última terça-feira, no auditório da
instituição em Belém. O evento, realizado um dia após a data que marca os 50
anos do golpe militar no Brasil, contou com a presença do procurador do Estado do Pará, Paulo Klautau;
da procuradora da república Melina Alves Tostes e do escritor André Costa
Nunes.
O procurador do Estado do Pará Paulo Klautau abriu o evento
expondo importantes pontos da pesquisas acadêmicas sobre o direito à memória e
à verdade e esclareceu questões relacionadas à punição dos agentes da ditadura
militar.
Já a procuradora da República Melina Alves Tostes,
apresentou detalhadamente as frentes de
investigações dos três grupos trabalho do MPF: criminal, memória e verdade e
defesa de minorias. Na oportunidade, a procuradora apresentou, também, o mais
novo grupo de trabalho do MPF, que atua na apuração das violações de direitos
humanos cometidas contra indígenas durante a ditadura militar.
Apesar dos avanços, a procuradora Melina Alves Tostes
pontuou um impasse no processo de apuração do MPF: “A grande dificuldade das
investigações de crimes ocorridos durante a ditadura militar está em coletar
provas de fatos que ocorreram décadas atrás”, observou.
Finalizando o primeiro momento da mesa de debate, o escritor
André Costa Nunes compartilhou as experiências de um militante do Partido
Comunista durante o regime militar no Brasil. Segundo o escritor, a Comissão da
Verdade precisa ouvir e colher depoimentos das famílias das vítimas da
ditadura.“Assim como as vítimas, as famílias dessas vítimas também sofriam e
precisam de amparo”, defende.
Além disso, André Costa Nunes acredita que o Brasil precisa
encontrar outras formas de ensinar as novas gerações o contexto da ditadura
militar no país. “Tem que haver uma cartilha ou um jogo de computador para que
a gente possa atrair essa geração para a história da ditadura militar no
Brasil, porque a grande mídia não vai fazer isso”.
Após a fala dos três integrantes, a discussão foi aberta aos
participantes do debate, que fizeram perguntas e contribuíram com informações e
até experiências vividas durante a ditadura militar.
Investigações continuam - No total, em todo o país tem 187
investigações em andamento para apurar crimes ocorridos durante a ditadura.
Além de duas denúncias relativas à guerrilha do Araguaia, no Pará, outras seis
ações penais foram ajuizadas em outros Estados contra 17 agentes da ditadura
por crimes como sequestro, ocultação de cadáver, homicídio, transporte de
explosivos, fraude processual, favorecimento pessoal e associação criminosa
armada.
Duas ações estão em andamento, duas não foram analisadas
pela Justiça e quatro foram rejeitadas pelo poder judiciário. Nesses quatro
casos, o MPF recorreu e aguarda novas decisões. O MPF permanece investigando os
crimes ocorridos durante a ditadura militar e não estão descartadas novas ações
penais.
George Miranda
Ministério Público Federal no Pará
Assessoria de Comunicação
(91) 8403-9943 / 8402-2708
ascom@prpa.mpf.gov.br
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quinta-feira, 3 de abril de 2014
Em Belém, MPF abre as portas e realiza debate sobre os 50 anos do golpe militar no Brasil
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