O que é inclusão na escola? Essa
pergunta foi feita durante uma formação que participei no início deste mês e
nos faz refletir.
Como eu sou “inxirido”, logo meti a
minha colher ferrugenta e disse que, nos meus tempos de aluno, eu era excluído
dos grupos de alunos. Só era incluído quando havia necessidade de contribuir
com meu talento de desenhar, escrever, resumir, ou melhor, minhas habilidades
em ser um bom estudante.
Prossegui a minha arenga relatando
casos de colegas que sofriam bullying sem o saber ante a ausência da definição
em ser abusado, maltratado ou mesmo excluído. A prática não provinha
exclusivamente dos colegas, mas também dos professores ou mesmo da própria
escola como um todo. Numa determinada escola havia uma sala em que eram
selecionados os filhos de papai, aqueles que compunham a elite da sociedade
portelense.
Para demonstrar a exclusão por
parte de professores, durante a existência do blog publiquei uma postagem que
contava a história do “Lélio, um estudante sem motivação”, que não tinha
habilidade com os afazeres da escola, coisa que ele nunca teve oportunidade com
sua família que era tradicionalmente composta de analfabetos ou
semianalfabetos. Na escola, sua habilidade com a bola nunca foi valorizada,
pois educação física sempre foi eminentemente recreativa.
Embora a prática do esporte seja
louvada nas páginas dos livros de história e promovida pelos órgãos de saúde e,
recentemente, pelos setores de educação, a exclusão se agiganta naturalmente
dentro de uma sociedade onde o consumismo determina que é melhor quem tem mais.
Nesse sentido, alguém tem que ser excluído, naturalmente. Exemplifiquei as
centenas de alunos que ficam na arquibancada, infelizes por não possuírem a
mesma habilidade em jogar futsal, vôlei, etc. Deveria haver bilhar, xadrez e
outras modalidades para os estudantes com outra vocação que não seja a força
bruta.
Mesmo durante uma festa
comemorativa – páscoa, dia das mães, etc -, vemos que professores com menor
poder aquisitivo também são excluídos. Brindes caros comprados por um professor
não pode ser ostentado por outros com menor carga horária e até formação,
resultando numa festa com visível produção com vestes excludentes aos olhos dos
convidados, também aí diminuídos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário