Hoje encontrei, em uma rápida passagem pelo município de
Breves, uma encantadora senhora de cabelos grisalhos. A conversa centrou-se na
falta de emprego, violência e outros horrores na nossa moderna sociedade.
Lembrei, ali junto a uma barraquinha de tapioquinha, que no
primeiro governo de Pedro Barbosa eu cometi uma grande tolice. Sim, foi uma
grande tolice, quase beirando à idiotia. Naquele momento, junto com meu amigo
Cupu, integrava a novíssima Secretaria de Desenvolvimento. Seria a estrela de
um governo que prometia mudanças radicais. Não foi.
Tínhamos em mente a produção de peixe como uma forma de
alavancar a economia do município e não mais permitir que a fome e a falta de
oportunidade tirasse nosso caboclo do campo para trazer seus filhos para a
cidade e jogá-los na prostituição e nas garras do tráfico de drogas.
Pois bem, aquele sonho acabou e junto com ele, o primeiro
recurso para a criação de tanques de peixe, salvo engano, foi desviado, na
ordem de 370 mil reais. Enquanto isso, os que acreditavam na ideia estavam a
fazer perfurações no solo, um modelo antiquado que só seria viável para quem
dispusesse de dinheiro à vontade, o que não se trata do nosso agricultor. O
poço tinha que ser oxigenado por meio de uma bomba d’água. Um fiasco! Tanto que
só lograram êxito alguns empresários, mas utilizando áreas alagadas.
Outro importante fator de amparo à economia rural seria a
aquisição de produtos da roça para a feitura da merenda escolar. Outro fiasco,
outra tolice minha! Havia tubarões (e dos grandes) dispostos a travar brigas
enormes para salvaguardar produtos industrializados como a bendita almôndega,
que sei lá de onde vem, mas alimenta um comércio que não é o nosso, nem
tampouco faz bem para o povo ribeirinho, uma vez que suas produções ficam a
apodrecer.
O sonho era colocar o açaí nas escolas, o que daria inveja a
muitos curtidores desse fruto que tanto encanta os que já provaram da fruta,
literalmente falando. Agora, imagina o cupu, o bacuri e a própria farinha!
Tapioquinha, então! O povo produzindo, o povo consumindo.
A vendedora, bem no canto da Caixa Econômica de Breves,
compra tapioca a 4 reais diretamente do produtor, mas acrescenta que o mesmo
produto é encontrado na feira ao lado no valor mais elevado: 6 reais. Ela poderia
aumentar sua renda, caso comprasse de algum produtor portelense, haja vista que
eu mesmo consigo tapioca a 2 reais! Tudo uma questão de ajustes e contatos. Aliás,
o produtor nem sempre é empreendedor.
Eis que minhas tolices ainda são lembradas.
LEIA NESTE BLOG, A INTERESSANTE FORMA DE COMO ELEGER MEMBROS
DE CONSELHOS PARA PRIVILEGIAR OS GRANDES TUBARÕES.
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