Jabuti: "Queria receber ainda em vida e ter uma melhor comida" |
A prefeitura de Portel deixou de pagar cerca de 21
servidores e, mesmo com um acordo extrajudicial celebrado entre o ex-prefeito
Pedro Barbosa e os 21 prejudicados, o pagamento foi suspenso.
No sentido de promover a suspensão do pagamento os advogados
Adilson Tenório e Evandro Cruz entraram com um embargo, no qual alegavam que o
valor estava muito elevado, coisa que, segundo especialistas, deveria ter sido
questionado quando da ocasião do mérito.
Para piorar a situação, o advogado Ismael Moraes, que
defendia os servidores, abandonou o caso. Diante desse abandono, o judiciário
deu um prazo curto para que esses efetivos providenciassem outro representante
legal, caso contrário o feito seria extinto.
Durante a Semana da Conciliação, no ano passado, nenhum
representante jurídico nem o prefeito Paulo Ferreira compareceram perante o
juiz. Após esse fiasco de desinteresse, tudo que os servidores do fórum dizem
que “está na mesa do juiz” e que “os juízes que comparecem para preencher
buracos perdem o tempo julgando prazos de menores infratores e tirando da
cadeia criminosos também com prazo vencido”.
Jabuti, esperançoso de que tenha uma melhor alimentação |
Recebi hoje uma visita de um dos integrantes dessa ação
indenizatória que Paulo Ferreira não paga, mesmo tendo um acordo extrajudicial
feito por Pedro Barbosa. Jabuti, como é conhecido o Sr. Benedito, tem 94 anos
de idade. De acordo com o Sr. Benedito, ele gostaria de pelo menos receber esse
dinheiro enquanto em vida. Benedito é o mais velho da turma de 21 servidores exonerados injustamente no período de Elquias Monteiro em 1998 e reintegrados em 2001.
Além dessa esperança, Jabuti também gostaria de ver
suprida uma alimentação melhor, já que o salário mínimo da sua aposentadoria
como ex-servidor da prefeitura não é suficiente para pagar as contas. Ele
revela que sua casa está quase a desmoronar e esse dinheiro serviria para fazer
uma restauração. Conta ainda que sustenta alguns netos, oriundos do interior e
que moram com ele no sentido de poder estudar.
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