Acusação: não paga servidores há
meses
A justiça
da comarca de Pacajá decidiu pelo afastamento imediato do Prefeito de é
afastado pela justiça da comarca local em função de inúmeras denúncias de
irregularidades no manuseio dos recursos públicos da prefeitura, em benefício
próprio.
Antonio
Mares Pereira, o "Tônico Doido" é acusado, segundo decisão do
juiz-substituto da comarca, Pedro Enrico de Oliveira, de "atrasar
sucessiva, deliberada e reiteradamente o pagamento dos salários dos servidores
municipais, em que pese a regularidade dos repasses
constitucionais".
Mas,
diferentemente de outros municípios em que a imprensa A é calada, a B é muda e
a C se finge de doida, a população do município de Pacajá foi para as ruas
comemorar o afastamento do prefeito. Além de afastá-lo do cargo, o juiz ainda
proibiu o "Tônico Doido" de frequentar os prédios públicos da
prefeitura, o que também vale para os seus secretários, não incluindo aí os
titulares da pasta da Administração, Educação e Saúde. Foi decretado também o
bloqueio dos bens dele e de seus familiares. As contas públicas da prefeitura
também foram bloqueadas até decisão posterior.
A Câmara
de Vereadores de Pacajá, se não se mostrar corrupta igual a outros municípios
vizinhos, terá 48 horas para empossar o vice-prefeito Ronaldo “Chapéu de Couro”.
Mas o juiz foi cauteloso com o poder corruptível da Câmara: caso os verecos de
lá não cumpram a decisão judicial, o presidente poderá ser afastado, inclusive,
correndo o risco de ser preso. Toma-te!
No pedido
de afastamento, o Ministério Público do Pará (MPPA) afirma que o município não
tem saneamento básico, água tratada e urbanização em geral, além do
empobrecimento do comércio e da população local, uma vez que os servidores, por
não receberem seus salários, não têm como consumir os produtos vendidos em
Pacajá.
O mais
absurdo, porém, é que apesar de todas as carências da população e dos
servidores, "Tonico Doido" decidiu investir pesado na 11ª Expoap, a
Feira Agropecuária de Pacajá, que deve se realizar nos próximos dias, pagando
cachês para artistas que variam de R$ 22 mil a R$ 240 mil.
O juiz
mandou suspender a realização da feira e, obviamente, os pagamentos de qualquer
cachê aos artistas contratados pelo prefeito.
Em sua
sentença, Pedro Enrico de Oliveira cita o poeta Juvenal, que criticava na Roma
dos imperadores, a política do "pão e circo", à falta de obras
sociais. "O poeta latino compreendeu como funcionava aquela
estrutura doentia de poder. Bastava dar comida e diversão ao povo, elementos
suficientes para manter a sociedade pacificada, pois alimentados e alegres, não
teriam razões para reclamar". afirma o juiz.
"Tonico
Doido" foi eleito em 2012 com 68% dos votos de Pacajá. Agora, enrolado
na Justiça, terá que enfrentar uma longa batalha para livrar-se da cadeia, pois
é suspeito de ter enriquecido no cargo. Seus advogados já estão se movimentando
para que ele retorne à prefeitura.
Fonte: G1
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