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sexta-feira, 25 de setembro de 2015

Juiz de Pacajá afasta prefeito "Tonico Doido" e seus secretários.

Acusação: não paga servidores há meses

A justiça da comarca de Pacajá decidiu pelo afastamento imediato do Prefeito de é afastado pela justiça da comarca local em função de inúmeras denúncias de irregularidades no manuseio dos recursos públicos da prefeitura, em benefício próprio.

Antonio Mares Pereira, o "Tônico Doido" é acusado, segundo decisão do juiz-substituto da comarca, Pedro Enrico de Oliveira, de "atrasar sucessiva, deliberada e reiteradamente o pagamento dos salários dos servidores municipais, em que pese a regularidade dos repasses constitucionais". 

Mas, diferentemente de outros municípios em que a imprensa A é calada, a B é muda e a C se finge de doida, a população do município de Pacajá foi para as ruas comemorar o afastamento do prefeito. Além de afastá-lo do cargo, o juiz ainda proibiu o "Tônico Doido" de frequentar os prédios públicos da prefeitura, o que também vale para os seus secretários, não incluindo aí os titulares da pasta da Administração, Educação e Saúde. Foi decretado também o bloqueio dos bens dele e de seus familiares. As contas públicas da prefeitura também foram bloqueadas até decisão posterior.

A Câmara de Vereadores de Pacajá, se não se mostrar corrupta igual a outros municípios vizinhos, terá 48 horas para empossar o vice-prefeito Ronaldo “Chapéu de Couro”. Mas o juiz foi cauteloso com o poder corruptível da Câmara: caso os verecos de lá não cumpram a decisão judicial, o presidente poderá ser afastado, inclusive, correndo o risco de ser preso. Toma-te!

No pedido de afastamento, o Ministério Público do Pará (MPPA) afirma que o município não tem saneamento básico, água tratada e urbanização em geral, além do empobrecimento do comércio e da população local, uma vez que os servidores, por não receberem seus salários, não têm como consumir os produtos vendidos em Pacajá.

O mais absurdo, porém, é que apesar de todas as carências da população e dos servidores, "Tonico Doido" decidiu investir pesado na 11ª Expoap, a Feira Agropecuária de Pacajá, que deve se realizar nos próximos dias, pagando cachês para artistas que variam de R$ 22 mil a R$ 240 mil.
O juiz mandou suspender a realização da feira e, obviamente, os pagamentos de qualquer cachê aos artistas contratados pelo prefeito.

Em sua sentença, Pedro Enrico de Oliveira cita o poeta Juvenal, que criticava na Roma dos imperadores, a política do "pão e circo", à falta de obras sociais.  "O poeta latino compreendeu como funcionava aquela estrutura doentia de poder. Bastava dar comida e diversão ao povo, elementos suficientes para manter a sociedade pacificada, pois alimentados e alegres, não teriam razões para reclamar". afirma o juiz. 

"Tonico Doido" foi eleito  em 2012 com 68% dos votos de Pacajá. Agora, enrolado na Justiça, terá que enfrentar uma longa batalha para livrar-se da cadeia, pois é suspeito de ter enriquecido no cargo. Seus advogados já estão se movimentando para que ele retorne à prefeitura.

  

Fonte: G1

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