O ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro, afirmou, nesta
terça-feira (15), que os resultados da Avaliação Nacional de
Alfabetização (ANA) “não são uma história de sucesso”. A declaração foi
dada durante uma palestra em um fórum de educação promovido pela editora
Abril, na Zona Oeste de São Paulo.
Janine também confirmou que os dados serão divulgados na quinta-feira
(17). Esta será a primeira divulgação de resultados da ANA após o Pacto
pela Alfabetização na Idade Certa (Pnaic), assinado pela presidente
Dilma Rousseff, em 2013. “Vamos ter a condição de comparar com o
anterior e vamos dizer que os dados não são uma história de sucesso”,
lamentou.
"O bom é que eles [dados] apontam o que devemos fazer. Apontam onde estão os problemas", amenizou o ministro. De acordo com ele, o número de crianças brasileiras de até 8 anos que se enquadra apenas nos níveis 1 e 2 de alfabetização, em uma escala que vai até 4, é preocupante.
"Nós temos desafios enormes. Temos um país que tem uma deficiência nesse tocante que é muito grande. Porém, nós temos as condições de ir, mesmo num período de recursos econômicos limitados, construindo os fundamentos para quando os recursos voltarem a bombar", completou.
Meta preocupa
Segundo Janine, a meta 5 do Plano Nacional de Educação (PNE),
justamente a que trata sobre a alfabetização de crianças, é a que mais
preocupa devido a sua "aparente falta de ambição", como classificou o
ministro.
A meta 5 determina que as crianças brasileiras têm de alcançar a
alfabetização, que inclui também o conhecimento básico dos numerais, até
o 3º ano do ensino fundametal. Ou seja, até a idade média de 8 anos. A
estimativa foi definida como "modesta" por Janine.
"Basicamente, as pessoas de classe média e classe rica colocam seus filhos em escolas que alfabetizam bem antes dos 8 anos", explicou.
Edição de 2015 cancelada
Alegando motivos econômicos, o Ministério da Educação (MEC) resolveu
cancelar a edição deste ano da ANA. O anúncio foi feito em julho. Em
2014, aproximadamente 2,9 milhões de alunos do 3º ano do fundamental
realizaram a prova que avalia a qualidade do ensino na rede pública
nacional. O custo da aplicação aos cofres públicos foi de R$150 milhões.
Criada em 2013, a ANA seria realizada anualmente, fazendo um
diagnóstico da alfabetização dos alunos com testes de português e
matemática. Diferentemente da Prova Brasil, a avaliação não é levada em
conta no Índice de Desenvolvimento de Educação Básica (Ideb).
Fonte: G1
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