Para muitos, a eleição aos cargos de prefeito e vereadores
está longe. Para os políticos, no entanto, as amarrações estão em pleno vapor.
Essa distância entre esses “muitos”, que é o povo em geral, demarca a
desorganização popular, que pouco ou nada influencia quem serão seus próximos
mandantes.
Durante décadas, Portel foi e é submetida à vontade de
homens e nenhuma mulher que escolhem prefeitos e às vezes até vereadores, some-se a isso os deputados e governadores que temos que engolir, na maioria
em gabinetes estabelecidos em Belém. De lá vem um pacote de decisões sobre quem
deverá ser o candidato e o povo finalmente começa a perceber que seu candidato não
é exatamente aquele tão sonhado, que promova o tão merecido desenvolvimento.
Sonhar não custa e tenho sonhado em reunir os filhos de
Portel num propósito único para começar uma organização de homens e mulheres
que definam claramente um acordo da sociedade que apontará uma liderança cujas
amarras deverão centrar nos interesses do povo portelense. Há anseios como
transparência nas ações, que tem gerado muito descontentamento e desconfiança
em relação aos homens que administram o pífio recurso do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) e os polpudos
cofres da educação e da saúde, pilares que deveriam ser intocáveis, mas que têm
sido movimentados em direção contrária aos interesses do nosso povo.
É um sonho difícil de aplacado, pois a nossa gente e até a
juventude acredita que essa ação não deve vir de um pé-de-chinelo chamado
Ronaldo de Deus, mas de homens engravatados que ficaram ricos da noite para o
dia gerindo a coisa pública. Tanto que entregam o poder a estrangeiros, como se
os filhos de Portel não merecessem traçar seus próprios destinos e estes ocupam
desde as igrejas até os julgamentos dos nossos cidadãos, sem esquecer o Poder
Executivo e o Legislativo. E sabemos que temos um poder enorme nas mãos, que é
o voto, mas estamos esperando que nos cozinhem vivos e depois de assados,
comidos, para não usar um termo da escatologia.
Ontem, meus irmãos, tomei várias decisões de tentar
arrebanhar, por meio deste espaço que ainda tenho, o maior número possível de
cabeças pensantes que pensem num Portel grande e que assim possamos dar ordens
aos engravatados de Belém que essa terrinha tem vontade de sair do cabresto
para decidir rumos para que nosso povo parar de fugir em busca de outros
lugares, não para escapar da morte como na Síria, mas para evitar a morte pela
fome, pois o desemprego é grande, salvaguardado pela Bolsa Família. Esta ajuda já
superou, até este mês de setembro, o próprio FPM, de acordo com o Portal da
Transparência do Governo Federal, sendo que a Bolsa Família apresenta mais de
13 milhões e o FPM um pouco mais de 10 milhões.
Este pé-de-chinelo aqui se assemelha aos demais pés-de-chinelos
que não suportam tanto enriquecimento dos governantes enquanto que os filhos de
Portel às vezes vêem no tráfico de drogas uma saída para o exemplo dado pelos
poderosos em aquilatar o máximo de riqueza para si e para seus parentes. Será
que o povão pensa mesmo que esse é um comportamento certo? O primeiro sinal de
exorbitância é um cidadão ser eleito e logo portar carro novo, ou estou
mentindo? Só é eu que enxergo que fulano ou sicrano ou mesmo beltrano comprou
patrimônio de 100 mil reais, construiu propriedade de 3 milhões, comprou gado,
comprou navio, comprou isso e aquilo? Como é que eu vou convencer aqueles que
virão ao meu ataque e são tão pés-de-chinelo quanto eu? Inevitavelmente teremos
que combatê-los, porque cheios do demônio da ganância e da corrupção.
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