Missão foi agendada a pedido do Ministério Público Federal.
A Ouvidoria Agrária Nacional chega hoje a Anapu, na região da
Transamazônica, no Pará, para ouvir testemunhas e familiares das
vítimas de execuções que ocorreram nos últimos meses na cidade. A
missão da ouvidoria e discutir conflitos agrários, reforma agrária
e violência no campo na região de Anapu, mesmo local onde foi
assassinada a missionária Dorothy Stang, há dez anos.
O município vive uma escalada de violência desde julho de 2015.
De lá para cá, sete pessoas foram mortas e os crimes tem
características de pistolagem. O Ouvidor Agrário Nacional,
desembargador Gercino da Silva Filho, vai estar acompanhado por
procuradores da República de Altamira e pela Polícia Rodoviária
Federal. As reuniões da ouvidoria hoje ocorrem na Câmara de
Vereadores de Anapu.
A Ouvidoria Nacional Agrária permanece em Anapu até o dia 2 e
nos dias 3 e 4 de dezembro terá reuniões e audiências na cidade
vizinha de Altamira.
Escalada de violência em Anapu - Entre julho e outubro de 2015, sete pessoas foram executadas por
assassinos com carapuças ou capacetes de viseiras escuras. Todas as
mortes ocorreram na área urbana de Anapu mas, para a Comissão
Pastoral da Terra, a estratégia de matar na cidade é uma tentativa
de disfarçar a motivação agrária dos crimes: o lote 83, uma área
de terras públicas disputada por posseiros e grileiros.
A CPT enviou carta ao Ministério Público Federal em que
menciona, além dos sete posseiros já executados, a existência de
uma lista com mais de 30 nomes de moradores que estariam marcados
para morrer. “Inaceitável a falta de diligências, a conivência
ou inação”, diz a carta da CPT, que acusa autoridades agrárias e
policiais de ignorar e negligenciar a escalada de violência em
Anapu.
Ministério Público Federal no Pará
Assessoria de Comunicação
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