Um jovem veio me perguntar, há
alguns vinte minutos atrás, sobre o pagamento dos professores. Respondi que
esse dinheiro pode nem sair, exceto pelas vias judiciárias. Mas tem gente que
acha que pode ganhar no grito. Tolice!
Desde dezembro do ano passado que
sugeri uma ação através da assessoria jurídica do SINTEPP. E olha que até o
prefeito municipal, Paulo Ferreira, parece concordar com tal proposição, pois
mencionou isso em um programa de televisão local, pois sabe o gestor que a
prefeitura não é sua e que existe o princípio da impessoalidade.
O grande problema é o engasgo
deixado na garganta de muitos professores pela ex-secretária Rosângela Fialho,
que não recebia a representação do sindicato, parece ter deixado todo mundo em
estado de defesa. Era algo como uma birra, que certamente tinha o apoio da quadrilha
que operava dentro das cintas do governo. Mas isso mudou (creio eu, até o
momento). Agora temos um novo prefeito, uma nova secretária de educação e, com
certeza, espaço para diálogo e não existe melhor caminho para a consumação das
reivindicações do que este. Certo que no passado fomos às praças protestar
(lembra quando houve atraso no pagamento de 1/3 de férias em junho passado?) em
frente à prefeitura e, depois, como se fosse uma praga anunciada por mim, não
saiu o décimo terceiro para custear as despesas do Natal e até aquelas contas
que acumularam no decorrer do ano.
Ficamos aperreados (para usar um
termo muito utilizado pela minha saudosa mãe), a tal ponto de um cara que me
vendeu uma antena à prestação vir me ameaçar na minha porta. Ora, tenho amigos
e bastou um telefonema para que esse amigo providenciasse a merreca. Resultado: o incompreensível perdeu a amizade, acarretou rescisão da prestação de serviços de internet e passei pra Vivo. Esse amigo não
emprestou, deu! O dono do açougue, coitado, veio com os diabos e, ao receber as
devidas explicações, acalmou e concordou que não era só eu o endividado. E
quando acabou o gás, então! E gás sempre acaba no feriado ou de noite. Uma
amiga nos socorreu! Três dias depois, foi a vez da conta de luz chegar ao prazo
de corte e lá vem a equipe da CELPA, carrinho branco com uma escada em cima. A
conta tinha sido paga por uma amiga nossa! Quem tiver amigo, preze-o muito bem,
pois é um bem precioso.
E, falava ao jovem, que um dia eu
prestei concurso, no tempo da Nancy Guedes, e lutei ao lado de Pedro Barbosa
para elevá-lo ao cargo de prefeito e perdemos. O governo seguinte, de Elquias
Monteiro, perseguiu a mim e mais 20 pessoas (só neste caso, sem lembrar outras
situações). Resultado: 21 pessoas demitidas contra as leis deste país, uma vez
que fomos concursados e alguns destes já haviam se estabilizados por força de
tempo de serviço, como é o caso do meu amigo Jabuti e também do meu falecido
vizinho Jacupeba (pai também de Severino, outro afastado ilegalmente).
Quando retornei a Portel, em
2004, Pedro havia sido eleito prefeito e, por uma questão de três meses, eu
havia perdido meu emprego de auxiliar administrativo do qual eu havia pedido
licença sem vencimento por dois anos (foi uma sugestão dada pelo meu primo
Rosimar Moraes, que acatei por ser um conselho de um grande advogado) após a
nossa reintegração, fiquei sem meu emprego estável. Ora, diferentemente dos
professores que ficaram sem receber, devido a gastos em campanha política, eu e
meus amigos entramos na justiça para, em seguida, receber tudo de direito: 13º,
férias, salários e até indenização por danos morais. Em Breves, o então
prefeito Gervásio Bandeira, no último ano de seu mandato – também em época de
eleição -, deixou de pagar os servidores brevenses, mas estes também entraram
na justiça e já começaram a receber o que lhes é devido a partir de 2012.
A minha decepção veio justamente
neste ano. Ao retornar a Portel, fiz concurso para agente administrativo e, com
medo de um atraso inexplicável, entrei, em seguida, num concurso para
professor, na expectativa de que, com um fundo específico para a educação e
vindo diretamente do Governo Federal, meus ganhos ficariam garantidos, livres
de atrasos ou “falta de recursos”. Vi que dinheiro tinha (quase seis milhões de
reais) e vi minha grande decepção: mexeram no dinheiro da educação em época de
eleição também e acabei na pindaíba. Mas não fiquei só nesta situação. Centenas
de professores também passam por dificuldades neste momento, com exceção de
alguns que eu nunca vi madrugarem na frente do banco para receber o dindim. Não
precisam, ganhavam mais do que o prefeito!
2 comentários:
Pelo visto, não devem nem chamar os novos concursados. Eu estava na expectativa, mas depois dessas situações eu me pergunto se vale a pena deixar minha cidade e meu concurso nível médio.
Não se despere, aguarde que vai acontecer a chamada. Prefeitos incompetentes tem muitos, mas o Ministério Público Federal já está cuidando do caso e tudo vai voltar à normalidade.
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