Nas mobilizações para o primeiro seminário sobre a realidade
da educação municipal nas Ilhas de Belém, para o dia 29|04, a Executiva Belém
do Sintepp apurou várias denuncias de precariedade encontradas nos anexos da
Fundação Centro de Referência em Educação Ambiental Escola Bosque Professor
Eidorfe Moreira, ou apenas Funbosque, situada na Ilha de Outeiro, que vai da
falta de estrutura, segurança, transporte escolar regular, até assédio moral
por coordenadores da Funbosque.
Estas foram as principais dificuldades encontradas pelos
Coordenadores do Sintepp em visita recente às UP’s – Unidades Pedagógicas,
mantidas pela Escola Bosque/Semec nas ilhas vizinhas a Belém, que deveriam ser,
em princípio, referência ambiental, educacional de centenas de crianças que têm
direito ao acesso à escola pública de qualidade social para assegurar o direito
de aprender.
Em uma das demandas, a comunidade escolar de Cotijuba
solicitou ao Sindicato que acompanhasse uma reunião entre a Coordenação da
Funbosque e a Comunidade do Seringal, localidade distante do trapiche municipal
da ilha, que há mais de dois meses está sem aula por falta de transporte
escolar para alunos e para a única professora da Unidade Pedagógica, que foi
construída num casarão doado, há mais de 10 anos, pela própria comunidade feita
em madeira, já desgastada pela falta de manutenção ou vontade política de se
construir ali uma escola em alvenaria, com as mesmas qualidades encontradas no
centro de Belém.
A desculpa pela ausência do transporte escolar na ilha, segundo
o Coordenador Administrativo, Sr. Otávio Souza é o excesso de burocracia que
emperra a contratação de bondes e motos para atender os alunos e professores
nas localidades da Faveira, Seringal e Fazendinha. Em relação a não utilização
das lanchas escolares existentes para substituir os meios de transportes
precários e sem nenhuma segurança, se dá por conta do preço da gasolina, frisa
Souza.
Sem transporte, crianças caminham quilômetros expostas aos
intempérie do clima para chegarem à escola. “Precisamos de mais 15 ou 30 dias
para concluir as licitações encaminhadas ao TCM – Tribunal de Contas dos
Municípios e assim, atender as demandas destas comunidades” – explicou Souza.
Que na somatória, as crianças devem ficar sem aulas, pelo menos três meses.
As mães de alunos presentes à reunião levantaram vários
questionamentos aos representantes da Escola Bosque que não souberam esclarecer
ao certo, por desconhecerem a realidade daquelas localidades. “Não aceitamos
essas desculpas, senhor administrador. O governo municipal tem que resolver o
problema, pois alguém errou. Se fala tanto em leis que não entendemos e onde
estão as leis que amparam nossos filhos?”, comentou uma responsável por aluno.
No dia 26 de março os trabalhadores em educação da Funbosque
paralisam as atividades para reivindicar uma pauta específica da Fundação, como
a mudança na direção/presidência da Escola e a saída das atuais coordenações
pedagógicas, acusadas de assédios aos trabalhadores além de reformas urgentes
nas escolas e:
1) Melhores condições de trabalho;
2) Reforma imediata e reaparelhamento das Unidades
Pedagógicas;
3) Resolução dos problemas de transportes de professores e
alunos nas Unidades Pedagógicas;
4) Reparos e melhorias em todas as salas de aula e
banheiros;
5) Contra a perda de espaços pedagógicos;
6) Mudança geral no ensino médio/técnico: equipamentos,
almoço, estágios;
7) Fim do assédio moral promovido pela presidência, direção,
administrativo e coordenações;
8) Merenda escolar de qualidade;
9) Aquisição imediata de carteiras escolares, pratos, copos
e material escolar;
10) Implementação do plano de manejo florestal para salvar o
bosque da Escola Bosque;
11) Contra o grande número de servidores temporários
contratados.
No dia 27|03, às 9 horas – no auditório da Escola Bosque em
Outeiro, será realizada uma Audiência Pública com a finalidade de forçar o
presidente da instituição a prestar contas das graves denuncias de sua gestão,
chamada pela Comissão de Educação da Câmara de Vereadores de Belém. Os
trabalhadores em educação esperam que desta vez, o presidente Fabrício Modesto
não fuja das suas obrigações de gestor público.
O Sindicato convoca a categoria para as Assembleias
Distritais, para saberem dos trabalhadores em educação da Rede Municipal de
Educação, se há dispobilidade para uma greve por tempo indeterminado no ensino
de Belém, depois da várias negativas do prefeito de Belém, Zenaldo Coutinho no
acordo assinado, por ocasião do fim da greve em 2013, entre PMB, Justiça e
Sintepp.
Todos e todas à luta por uma educação pública de qualidade
social e valorização profissional
Agenda:
Dia 27|03 – Audiência Pública da Funbosque – auditório da
Escola Bosque, 9h
Dia 03|04 – Assembleias Distritais:
a) Belém: Sede Social do Clube do Remo, 16h
b) Icoaraci/Outeiro: Escola Municipal Alfredo Chaves
c) Mosqueiro: Auditório da EE. Honorato Filgueiras, 16h30
Dia 04|04 – Assembleia Geral da Rede Municipal – Sede Social
do Clube do Remo, 9h
Leia também:
http://www.sintepp.org.br/anexos-da-escola-bosque-alunos-e-professores-sofrem-com-a-falta-de-transporte-escolar/
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