Estudo aponta de 68% das mulheres ganham até 1 salário mínimo. De cada 100 mulheres, 54 são consideradas economicamente ativas no PA.
A paraense Esther da Conceição Ferreira trabalhou 19 anos como
empregada doméstica. Antes, exerceu funções em diversos setores da
economia: foi operária em uma fábrica de compensado em Portel, lavradora
e até cozinheira de um navio rebocador. Esther só parou de trabalhar no
dia 3 de fevereiro de 2014, aos 57 anos, para resolver uma emergência
familiar. Enquanto aguarda o dia de voltar ao serviço, deixou o emprego
aos cuidados da filha mais velha, Patrícia, de 23 anos.
O trabalho é muito importante para o ser humano. Ele dá respeito. Por
mais difícil que seja, trabalhar garante o sustento com dignidade, e
isso é muito bom"
Esther da Conceição, empregada doméstica.
"Perdi meu filho mais velho, que era meu braço direito, e por esse
motivo deixei de trabalhar", lamenta a funcionária que, com muito
empenho, conseguiu criar nove filhos. "O trabalho é muito importante
para o ser humano. Ele dá respeito. Por mais difícil que seja, trabalhar
garante o sustento com dignidade, e isso é muito bom", define.
Trabalho e renda
Assim como dona Esther e a filha, cerca de 1,5 milhão de mulheres
paraenses atuam no mercado de trabalho no estado - isto significa que,
de cada 100 mulheres, 54 são economicamente ativas, segundo pesquisa do
Instituto de Desenvolvimento Econômico, Social e Ambiental do Pará
(Idesp).
Apesar disso, o Idesp aponta que elas ainda são a minoria: as mulheres
correspondem a 40% do total da População Economicamente Ativa (PEA) do
Pará, que é estimada em 3,7 milhões de trabalhadores.
A expectativa do Idesp, entretando, é que a participação feminina
contribua cada vez mais na economia. Entre 2000 e 2010, o número de
mulheres economicamente ativas em todo o país cresceu 9,8 milhões -
número quase três vezes mais do que o registrado entre os homens, que
hoje ainda ocupam a maior parte do mercado.
Porém, o estudo do Idesp aponta que, no geral, as mulheres paraenses
ocupam posições de menor prestígio social e econômico que os homens: 68%
das mulheres ativas no mercado recebem até 1 salário mínimo, enquanto
os homens na mesma condição somam cerca de 49%.
Fonte: G1
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