A proposta do governo Jatene sobre lotação não contempla uma
jornada digna de trabalho, como determinam as legislações vigentes.
Independente dos impasses que aconteceram durante a Greve do
ano passado, cuja resolução se deu com a intermediação do Tribunal de Justiça
do Estado do Pará (TJE/Pa), o governo Jatene insiste na precarização do trabalho
docente, ao manter a mesma lógica de lotação, considerando o número de turmas
as quais o professor está ligado.
A garantia de 25% de Hora Atividade, onde na prática se
alcançaria 5% de redução turmas, mantendo-se a remuneração atual, é apenas o início
do debate de nossa jornada que vai para muito mais além que este aspecto.
A insistência do governo se materializa, por exemplo, na
manutenção do pagamento das aulas suplementares entre as jornadas, uma
contradição à própria proposta do governo de aulas suplementares, que diz
respeito a extrapolação de carga horária, seja de vaga disponível devido a
carência de professores ou temporária para assegurar licenças.
Na prática, pela proposta um professor com 100h de efetiva
regência (com turmas), será enquadrado na jornada de 20h mensais, sendo que
continuará recebendo 24h como aula suplementar. Neste caso, mesmo a portaria
assegurando que não haverá perdas, o que se aponta é a redução de remuneração
em caso de redução de turmas, uma vez que na próxima lotação o professor poderá
perder até 24h (de aula suplementar) pelo governo entender que se trata de
extrapolação de jornada, no caso, extrapolação da jornada de 20h semanais.
Fica então nítida a posição do governo de não avançar
completamente do ponto de vista da dependência de turmas para se calcular a
remuneração. Por esta posição, ainda ficaremos longe da garantia de uma
remuneração dos educadores independente do número de turmas em que vinculado no
magistério.
Outro aspecto que afronta a razão é a garantia do pagamento
de 25% de hora atividade para a jornada e de 20% na aula suplementar. Da mesma
maneira, é absurda a manutenção do cálculo da aula suplementar sem considerar o
nível no qual se encontre o professor.
Não é está jornada que queremos. Cabe ao governo enquadrar o
grupo do magistério (professor e especialista) nas jornadas de 20, 30 e 40
horas semanais, de acordo com a disponibilidade do professor e a demanda é por
conta da falta de concurso público no estado.
Nossa defesa é que a ocorrência das aulas suplementares só
seja considerada no caso de extrapolação da jornada máxima de 40 horas semanais
(150 de regência + 50 de HA). Abaixo disso, as cargas horárias têm que ser
adequadas a umas das três jornadas previstas no PCCR.
Por isso, precisamos repudiar mais essa manobra do governo
Jatene em falsear nossa jornada de trabalho, mantendo as aulas suplementares
nos interstícios das jornadas de 20 à 40, o que só serve para reproduzir a
mesma lógica nefasta que leva à uma verdadeira batalha por turmas durante as
lotações.
O Sintepp não deixará a categoria ser penalizada. Compareça
à assembleia de 25/03, às 15h, CCNT/UEPA para debater a real jornada da
categoria!
Não há conquista sem luta!
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