Eliseu fazendo a alegria dos consumidores |
A publicação da portaria nº 005/2014, de 17 de março de 2014, que veio assinada pelo
secretário de desenvolvimento econômico do município de Portel, causou revolta
na população.
O documento foi amparado no Código de Postura (Lei nº 616, de 25 de junho de 1999), mas há quem tenha opinião
contrária, inclusive apontando má interpretação da lei, num ato que caracteriza
a individualização, pois há expresso direcionamento a “ambulantes em bicicletas
cargueiras com verduras”. Existem somente quatro vendedores ambulantes de
hortaliças, sendo que um rapaz novato na área conhecido como Josias, Eliseu e
seu filho, que percorrem as ruas de Portel todas as manhãs.
As donas de casa, acostumadas com a comodidade em receber os
produtos fresquinhos na sua porta, estão particularmente revoltadas com a
medida impopular adotada pelo secretário Heron Wagner Pereira Macêdo, secretário indicado por Pedro Barbosa.
O mais absurdo da interpretação da lei é que restringe a um
campo de atuação de pelo menos a um raio de 500 metros da Prefeitura Municipal
de Portel, Câmara de Vereadores, Mercado Municipal, Estação Rodoviária e Feira
do Produtor. Como a Avenida Floriano Peixoto tem apenas 1000 metros e a Câmara
está posicionada no centro dessa via, o ambulante, que já opera há vários anos,
não pode ultrapassar nem pela frente do cemitério para tentar pegar outra
clientela de bairros como Tijuca e Bosque.
Outro impedimento trazido pela medida contra a sustentabilidade
é a proibição de estacionar. Esta causa maiores controvérsias, já que na
avenida Floriano Peixoto e outras estacionam enormes caminhões das lojas e
nenhuma medida foi tomada para aliviar o trânsito, particularmente na frente do
Banco do Brasil. Conjugado com o limite de atuação, a proibição de estacionar
significa que o produtor rural Eliseu está proibido de vender seus produtos sob
a sanção de ter seus produtos (verduras) e bens (bicicleta, bandeja, sacolas,
etc) apreendidos, além de receber multa.
A atitude vai de encontro a combalida economia do município,
que se encontra achatada após o fechamento de empresas de grande porte que
atuavam no ramo madeireiro, como AMACOL, ELMO BALBINOT, CIKEL e outras. Diante
das informações de diretores de escolas, as transferências de alunos para
outros municípios e estado são enormes, algumas registrando até 50 por ano, já
que não há perspectiva de futuro para essas famílias.
Aliás, a Secretaria de Desenvolvimento deveria se preocupar
em promover o incentivo à agricultura e não coibir ambulantes como o Eliseu,
coisa que a gente entende que é incentivado pelos compradores em potencial de
verduras de Belém, ou seja, estamos andando na contramão do progresso amparado
na sustentabilidade. O próprio slogan do atual governo diz
“Sustentabilidade e Desenvolvimento”, mas o que se vê é uma afronta e um recado
para não produzir nada, apenas comprar de outras localidades.
Se for para proibir veículos como bicicletas sob a pretensão
de evitar transtornos no trânsito da cidade, que tal proibir cargas de
materiais de construção despejados na imediação da Praça da Bandeira, caminhões
nas ruas e até tratores de grande porte na beira da praia do Arucará ou mesmo o
caminhão que vende laranjas a preços baixíssimos.
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