Cikel: Câmara debate abuso Foto: Nova Cartografia Social |
Desde o período em que Felizardo Diniz (início dos anos 80) que não mais se
achava gente com coragem para enfrentar os abusos cometidos pela empresa Cikel
contra ribeirinhos e foi o próprio ex-prefeito Diniz que promoveu uma ação
contra essa empresa responsável por danos ao meio ambiente. Conflitos agrários
como grilagem já eram relatados nos idos dos anos 70, segundo documentos pesquisados pelo blog.
Publicações como Quilombolas de Portel acusam a empresaCikel de agressão e ameaça vêm se tornando comuns em espaços na Internet, pois
empresas de telecomunicação até o momento não publicam nada que vá de encontro
a essa organização. De acordo com o site que fez essa postagem, a
Associação de Remanescentes de Quilombo
da Comunidade de São Sebastião Cipoal, no rio Pacajá, em Portel, registrou um
boletim de ocorrência contra a empresa Cikel. Os moradores, membros da associação,
em boletim registrado na delegacia do município, três homens conhecidos como
Tonhão, Nildo e Sílvio estão praticando invasão de domicílio, agredindo seus
moradores e até tomando ferramentas usados no trabalho dessa gente, além
alimentos como caça e pesca. O pior, ainda segundo o sítio na internet, é que
os agressores se passam por policiais, pois trajam fardamento do Exército
Brasileiro. O fato aconteceu no último dia 12 de janeiro.
A coisa parece que está se agravando tanto que até os
vereadores do município Portelense se reuniram para debater situações do tipo,
como a sessão ocorrida no último 6 do corrente. A reunião especial foi de
iniciativa dos vereadores Benedito Edivaldo (Tururi) Nunes e Semone Moura da
Silva para tratar de conflitos como o citado no parágrafo anterior. Desta sessão
participaram nove quilombolas das comunidades São Sebastião de Cipoal e Nossa
Senhora do Carmo, o presidente da Comunidade Quilombola de São Tomé de Tauçú do
rio Acutipereira, dois representantes do Sindicato dos Trabalhadores e
Trabalhadoras Rurais do Município de Portel (STTR), representante da secretaria
municipal de educação (SEMED), duas pesquisadoras do Projeto de Mapeamento
Social como instrumento de Gestão Territorial contra o Desmatamento e a
Devastação: Processo de capacitação de povos e comunidades tradicionais (PNCSA-UFPA) e oito vereadores.
O vereador Francisco Ângelo de Oliveira Júnior, em 7 de maio
de 2014,
já havia se manifestado contra o tratamento dado pela empresa Cikel aos
ribeirinhos do rio Camarapi por meio de uma Moção de Repúdio nº 002/2014. No
documento, o representante popular Ângelo diz que “as populações tradicionais e
os ribeirinhos do rio Camarapi [...] estão sofrendo com o tratamento dispensado
pelos policiais militares e seguranças
particulares armados da empresa ABC/CIKEL, que de forma arbitrária, truculenta
e autoritária, humilham, maltratam e ameaçam os pais e mães de famílias daquela
área”.
A CIKEL Verde Madeira é arrendatária da maior parte de
145.000 hectares de propriedade da empresa ABC Norte, que abrange porções dos
municípios de Portel e Bagre. Esse domínio já é alvo de Ação Civil Pública (nº
2007.00.39.011610-4). Essa empresa foi favorecida pela Secretaria de Meio
Ambiente Estadual (SEMA) para a realização de “planos de manejo”, porém, desde
2003 ela vem sendo notificada sucessivamente como autora de agressão contra os
povos tradicionais da região.
A empresa, muito embora denunciada como agressora,
utiliza-se de mecanismos legais e jurídicos para operar a apropriação privada
dos recursos madeireiros e a interdição desses recursos por grupos sociais como
sendo os destruidores e que estes participam de um esquema de toras com os
madeireiros ilegais que atuam no rio Pacajá. A mesma sustentação domina a
opinião dos técnicos da SEMA e IBAMA.
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