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terça-feira, 17 de março de 2015

Sobre a violência no interior de Portel

Nos últimos dias não tenho feito as costumeiras reclamações, denúncias, críticas ou seja lá o que cada um interprete, de acordo com sua condição vocabular ou mesmo cultural, mas o fato é que deixei de publicar as aflições que sinto no olhar, nas palavras das pessoas de minha cidade. Não é incomum estar numa fila de banco, num momento de lazer ou mesmo naquelas conversas com alunos e ouvir relatos de violência e aí isso me incomoda muito.

Ouvi dizer que chegou um homem muito machucado no porto de um amigo que vende combustível na cidade de Portel e que este cidadão não tem parentes conhecidos. Foi vítima da violência que ocorre no interior de Portel, especialmente o rio Anapu. Aliás, as próprias pessoas daqui costumam dizer que os urbanos possuem polícia, promotor, juiz e, para quem pode, segurança particular e indagam: "Como fica o povo do interior?"

Até ontem eu não sabia que a propriedade do falecido Antônio Andrada havia sido saqueada, seus trabalhadores amarrados e só sobraram duas mesas de bilhar, num lugar conhecido como Ilha da Iru, se não me engano. De acordo com quem me contou, Andrada tinha vontade de morar num lugar tranquilo e providenciou todo tipo de conforto que um trabalhador pensa ter ao se aposentar. Os bandidos levaram tudo!

Não faz muito tempo que eu conversei com o Sebastião, um homem que trabalhou na Amacol e também num dos navios da empresa que fazia o transporte de compensados para os Estados Unidos. Sabá, como também é conhecido, possuía a mesma mentalidade de muitos que é comprar um sítio e lá produzir desde roça até a criação de pequenos animais. Desistiu após sucessivos ataques de rapazotes que não conseguem produzir nada, exceto tirar o que os outros já produziram.

Algo tem que ser feito, a iniciar com um grande debate listando as autoridades responsáveis pela segurança pública e também a própria população que clama por justiça e o direito de viver em paz, produzir e conduzir os rumos do município a patamares mais aceitáveis. Espero que o texto aqui escrito surta efeitos nas cabeças produtivas e esperançosas de ver Portel no rumo da paz social. Bom debate.

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