Ontem eu estava assistindo às notícias veiculadas pela BBC de Londres e via a cara dos sete presos envolvidos no escândalo da Fifa e, no meio deles, um brasileiro para manchar mais ainda o nome de tão lindo país já com notória fama de corrupto pelo assombroso caso da Petrobrás, o Petrolão.
Os sete presos que serão extraditados para os Estados Unidos são:
- Rafael Esquivel - presidente da federação de futebol da Venezuela;
- Nicolas Leoz - ex-presidente da Conmebol;
- Jeffrey Webb - presidente da Associação de Futebol das Ilhas Caimã, da Concacaf e um dos vice-presidentes da Fifa;
- Jack Warner - ex-vice-presidente da Fifa e ex-presidente da Concacaf;
- Eduardo Li - presidente da federação de futebol da Costa Rica e integrante do Comitê Executivo da Fifa;
- Eugenio Figueiredo - ex-presidente da federação de futebol do Uruguai, atualmente um dos vice-presidentes da Fifa e membro do Comitê Executivo da entidade; e
- José Maria Marin.
Embora os sete acima tenham sido presos em hotéis de luxo, a lista de investigados é ainda maior:
- Julio Rocha, presidente da federação de futebol da Nicarágua;
- Costas Takkas, assessor de Jeffrey Webb;
- Alejandro Burzaco, controlador da Torneos y Competencia, empresa argentina de marketing esportivo
- Aaron Davidson, presidente da subsidiária da Traffic nos EUA
- Hugo e Mariano Jinkis, controladores da Full Play, outra empresa argentina de marketing esportivo
- José Margulies, controlador da Valente Corp. and Somerton, empresa de comunicações
Desde criança que ouço falar de denúncias envolvendo corrupção na Fifa, mas nesta semana o FBI (a polícia federal dos gringos), o Departamento de Justiça dos Estados Unidos e a I.R.S (o que lá é algo como a Receita Federal nossa) revelaram uma investigação sobre crimes como extorsão, fraudes financeiras e lavagem de dinheiro. As autoridades dos Estados Unidos estão investigando o caso porque grande parte foi paga ou recebida por meio de bancos americanos como:
Delta;
JP Morgan Chase;
Citibank;
Bank of America.
Também são alvo de investigações as filiais estrangeiras como os bancos Itaú e Banco do Brasil.
Os esquemas
- O primeiro deles envolve os direitos de transmissão da Copa América, competição de seleções sul-americanas, para os anos de 2015, 2019 e 2023, além da edição especial, chamada Centenário, de 2016, que será realizada nos EUA. A Datisa, uma empresa formada pela Traffic, do brasileiro J. Hawilla, e duas companhias sul-americanas, comprou os direitos de transmissão dessas quatro edições da Copa América por US$ 352,5 milhões e teria aceitado pagar outros US$ 110 milhões em propinas para os presidentes das federações sul-americanas: seriam US$ 20 milhões pela assinatura do contrato, US$ 20 milhões por cada uma das edições de 2015, 2019 e 2023 e mais US$ 30 milhões pela edição especial centenário. Desses US$ 110 milhões, US$ 40 milhões já teriam sido pagos e Marin teria embolsado US$ 6 milhões.
- O segundo esquema envolve a Copa do Brasil, torneio anual de clubes brasileiros. Segundo a acusação, a Traffic pagava a Marin e outros dois dirigentes da CBF R$ 2 milhões por ano pelos direitos de transmissão da Copa do Brasil. De acordo com a denúncia do FBI, em 2014 Marin se encontrou com J. Hawilla e foi questionado sobre a necessidade de a propina continuar fluindo para seu antecessor na CBF (Ricardo Teixeira). “’Já é tempo de vir na nossa direção [a propina]. Certo ou errado?’ O Co-Conspirador #2 [J. Hawilla] concordou dizendo ´Claro, claro, claro. Esse dinheiro tem que ser dado a você. Marin concordou: ´É isso. Está certo’”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário