Este blog REPUDIA qualquer tentativa de associar os barqueiros à irresponsabilidade que tragou a vida de um ser em plena fase de amadurecimento e causou danos irreparáveis à família, amigos e comunidade católica a que pertencia o pequeno Thales Cordovil.
Vi várias postagens no Facebook e tantos outros grupos de WhatsApp que imputam aos pobres e sofridos ribeirinhos que labutam sob sol e chuva no transporte escolar, o caso mais chocante dos últimos meses. Os ribeirinhos já foram chamados de preguiçosos por um sem número de pessoas sem noção sobre a vida na roça, que tiram seu sustento do mato, do rio e da força desmedida para sustentar sua família. Não comungo desse pensamento discriminatório, por isso gostaria desde há muito tempo expressar minha indignação quanto alcunhar os agricultores de Portel de preguiçosos. Agora a afronta é bem maior. Há postagens que projetam nosso agricultor, nosso ribeirinho de irresponsável e até de ladrão.
Repudio a todos os que defendem os donos do posto e desprezam as circunstâncias em que vivem os trabalhadores do setor rural de nossa cidade. Chamá-los de ignorante é igualmente ingênuo e desprovido de qualificação para falar de sua própria raça. Chamá-los de ladrão é traduzir sua própria hipocrisia em postar um açaí grosso e delicioso e esquecer que são esses bravos homens que colocam esse produto em nossas mesas. É esquecer também que todo dia, todo santo dia mesmo, comemos um produto que rendeu ao paraense o apelido de papachibé, pelo fato de comer farinha. Não viver sem farinha implica, então, viver na dependência de nossos irmãos do campo. Meus olhos estão cheios de lágrimas ao preencher esse parágrafo. Mas vou continuar meu desabafo, pois nessas veias correm o sangue de agricultores, de índio e de negro. Sou filho dessa terra e repudiarei sempre a molestamento do povo ribeirinho.
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