Esta semana conversei com um
senhor que fez alguns comentários acerca da educação no município de Portel. Um
cara de pouca instrução, diga-se de passagem. Mas com um poder de observação
muito eficaz. Porém, suas palavras foram de uma sabedoria, um exemplo de que o
povo não é burro como pensam os políticos egocêntricos.
O tal cidadão me falou que todo
ano há um atraso no início das aulas. Em amplas reuniões, disse ele, já abordou
a questão a diretores da SEMED sobre o planejamento da logística para o ano
seguinte. O atraso uma hora é explicado como tendo origem na falta de
combustível, outra hora na falta de material didático. Nos últimos dias o
atraso se deu por conta de contratações e rotatividade de professores. Lembrou
o digno cidadão que três escolas de Portel, na cidade, estão com o início do
ano letivo mais comprometido que o restante das outras. Trata-se das escolas
Lourdes Brasil, Júlia Barbalho e Paulino de Brito. Todas estão em obras, é a
explicação.
Mais adiante, ouvi o prezado
interlocutor da zona rural dizer que o
governo teve vários meses para fazer tais reformas, mas não o fez. Dito isto, o
ribeirinho afirmou que o povo do interior não mais vai aceitar políticos
mentirosos. As palavras foram: “Estou ficando velho de tanto ouvir as mentiras
de Pedro Barbosa!” Acrescento ainda: “Se quiser colocar o meu nome lá (no
blog), pode colocar!”. E se retirou para o mato, onde vive, segundo ele,
desprezado, com uma escola que caiu e os alunos estudando em casa de
particular.
Diretoras escolhidas pelo povo: exemplo para prefeitos |
Ora, senhores e senhoras, o
empreguismo sempre foi uma moeda de troca que elevou a carreira de muitos
políticos. Mas, se pensarmos direitinho, a quem estes caras estariam matando?
Gerações inteiras, etapas dos alunos que são queimadas numa creche, na primeira
série, na segunda série... E só na quarta série é que se vai perceber que algo
está errado? Foram exércitos de pessoas trabalhando na condução da aprendizagem
desses meninos e meninas, contratos e mais contratos. Coordenadores sem a
devida formação acadêmica assinam documentos, expedem relatórios, sem a devida
qualificação. Já estava na hora de ouvir os clamores dos inocentes.
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