Há alguns anos um grupo de amigos
resolveu proteger os bens públicos que, de certa forma, produziu seus
resultados. Lembro-me que desse grupo de estudantes e professores estava comigo
o Gringo (Benedito Machado), Edina Fialho, Paixão, Néia, Raimundo, entre tantos
outros. Hoje, olhando o Facebook vejo pessoas que nutrem uma saudade da velha
árvore que tombou, apesar dos nossos protestos para protegê-la. As emoções são
diversas.
No entanto, aquela árvore não foi
apenas uma das milhares que tombaram. Foi um símbolo de luta para que os
governantes abrissem os olhos e protegessem a Praia do Arucará, corroída pela
erosão. Apesar de hoje ser conhecido de todos o cais de arrimo, assessores
daquele governo municipal perguntavam: “O que é um cais de arrimo?”
Anos após aquelas pelejas contra
a ignorância e a inércia dos mandantes do poder, avalio o resultado como
positivo, mesmo que tenhamos passado maus bocados nas mãos dos hoje esquecidos
homens do poder de outrora. Mas nós fomos mais adiante.
A politicagem da época achou por
bem agradar aos católicos e, assim, tentaram demolir a Igreja Velha (Igreja do
Espírito Santo), localizada no bairro da Vila Velha. Lá estava eu e meus
amigos, Edina, Gringo e companhia. Por um triz a igreja não foi totalmente demolida
para, em seu lugar, dar espaço a uma nova igreja. Infelizmente ainda destruíram
a estrutura do fundo e lateral. Para quem quiser constatar, ali restam os
centenários materiais originais, apenas na frente da igreja. Portanto, a parede
frontal é aquela erigida no século XVIII.
Ao terminar esta postagem, quero
pedir desculpas publicamente ao povo portelense por não ter agido quando
deformaram a Escola Amazônica ou Escola Kennedy ou, finalmente, Escola Armando
Pinto, num ato insano de destruição do patrimônio histórico do município de
Portel. Confesso que soube do fato medonho, uma idéia, digamos, macabra, em
transformar a memória do povo numa secretaria de educação. Escrevi esse texto
para pedir desculpas, pois poderia ter feito uma intervenção e não a fiz. Não
sei se seria ouvido ou se teria a chancela da justiça, mas a ação do homem deve
ser de fazer alguma coisa, enquanto outros dormem e reclamam da vida e falam
dos que fazem alguma coisa e tem histórias para contar.
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