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quinta-feira, 22 de março de 2012

Nossa história


Há alguns anos um grupo de amigos resolveu proteger os bens públicos que, de certa forma, produziu seus resultados. Lembro-me que desse grupo de estudantes e professores estava comigo o Gringo (Benedito Machado), Edina Fialho, Paixão, Néia, Raimundo, entre tantos outros. Hoje, olhando o Facebook vejo pessoas que nutrem uma saudade da velha árvore que tombou, apesar dos nossos protestos para protegê-la. As emoções são diversas.
No entanto, aquela árvore não foi apenas uma das milhares que tombaram. Foi um símbolo de luta para que os governantes abrissem os olhos e protegessem a Praia do Arucará, corroída pela erosão. Apesar de hoje ser conhecido de todos o cais de arrimo, assessores daquele governo municipal perguntavam: “O que é um cais de arrimo?”
Anos após aquelas pelejas contra a ignorância e a inércia dos mandantes do poder, avalio o resultado como positivo, mesmo que tenhamos passado maus bocados nas mãos dos hoje esquecidos homens do poder de outrora. Mas nós fomos mais adiante.
A politicagem da época achou por bem agradar aos católicos e, assim, tentaram demolir a Igreja Velha (Igreja do Espírito Santo), localizada no bairro da Vila Velha. Lá estava eu e meus amigos, Edina, Gringo e companhia. Por um triz a igreja não foi totalmente demolida para, em seu lugar, dar espaço a uma nova igreja. Infelizmente ainda destruíram a estrutura do fundo e lateral. Para quem quiser constatar, ali restam os centenários materiais originais, apenas na frente da igreja. Portanto, a parede frontal é aquela erigida no século XVIII.
Ao terminar esta postagem, quero pedir desculpas publicamente ao povo portelense por não ter agido quando deformaram a Escola Amazônica ou Escola Kennedy ou, finalmente, Escola Armando Pinto, num ato insano de destruição do patrimônio histórico do município de Portel. Confesso que soube do fato medonho, uma idéia, digamos, macabra, em transformar a memória do povo numa secretaria de educação. Escrevi esse texto para pedir desculpas, pois poderia ter feito uma intervenção e não a fiz. Não sei se seria ouvido ou se teria a chancela da justiça, mas a ação do homem deve ser de fazer alguma coisa, enquanto outros dormem e reclamam da vida e falam dos que fazem alguma coisa e tem histórias para contar.

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