No ofício, MPF solicita informações sobre as causas e se
houve morte direta ou indiretamente em decorrência do incêndio. Falhas
na segurança do prédio contra incêndios já eram apontadas em laudo dos
bombeiros.
Processo nº 15435-95.2014.4.01.3900
O Ministério Público Federal (MPF) requisitou ao Corpo de Bombeiros
Militar do Pará informações da perícia sobre o incêndio ocorrido ontem
(25/06) no Pronto Socorro Municipal Mário Pinotti, em Belém. O risco de
incêndio no hospital, que é o principal local de atendimento de
emergência na capital paraense, foi apontado em laudo dos próprios
bombeiros datado de março de 2014.
O MPF solicita informações sobre as causas e se houve morte direta ou
indiretamente em decorrência do incêndio. O MPF também quer saber se o
incêndio tem relação com as irregularidades apontadas em perícia do
corpo de bombeiros e na ação civil pública do MPF contra a prefeitura de
Belém, como portas corta-fogo da escada de emergência com molas
desgastadas e sem vedação, ausência de extintor e caixas de hidrantes
sem mangueiras e sem esguicho.
O MPF entrou na Justiça Federal contra a prefeitura de Belém para
obrigar reformas emergenciais e, em outubro de 2014, uma decisão
judicial obrigou o município a fazer as reformas. O juiz José Márcio
Silva, da 5ª Vara Federal, determinou que a prefeitura apresentasse um
plano de regularização que deveria ser concluído no prazo de 360 dias.
Em recurso contra a decisão, a prefeitura alegou que tinha realizado as
reformas apontadas pelo Corpo de Bombeiros. O MPF pediu comprovação das
reformas no processo judicial, mas até agora a prefeitura ainda não se
manifestou.
A ação do MPF foi proposta no mês de junho de 2014, após várias
auditorias do Departamento Nacional de Auditorias do Sus (Denasus) e
recomendações de melhorias que não foram observadas, colocando em risco a
vida de pacientes, trabalhadores e visitantes. Algumas das
irregularidades vêm sendo apontadas desde que o MPF começou a fiscalizar
o Pronto-Socorro, em 2005, sem nenhuma atitude por parte do poder
público municipal.
Na ação judicial do MPF, uma das questões de destaque era justamente o
risco de incêndio, apontado pelos procuradores da República Melina
Tostes e Alan Mansur como absurdo e preocupante. “A deficiente estrutura
do prédio do Hospital e a existência de fiação elétrica velha e exposta
são deveras preocupantes, visto que possuem potencial suficiente para
causar grave tragédia. Há, nos documentos acostados, várias ilustrações
demonstrando a rede elétrica precária do nosocômio e constantes
alagamentos que ocorrem nas enfermarias a cada chuva ocorrida na cidade.
Isso é tão absurdo, quanto grave”, dizia a ação do MPF.
Processo nº 15435-95.2014.4.01.3900
George Miranda
Ministério Público Federal no Pará
Assessoria de Comunicação
Ministério Público Federal no Pará
Assessoria de Comunicação
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