Hoje estive no porto da Feira do Produtor e, em conversa com
um produtor de açaí, ouvi o seguinte conteúdo, bastante significativo, do qual
parto para o assunto de hoje:
“Antes se via todo tipo de produto chegando no porto. As
pessoas do interior traziam galinha, pato, frutas. Hoje, o caboco volta pro
interior com esse frango de gelo, que não dá pra fazer um caldo”. Morador do
rio Pacajaí.
Nessa conversa, falava sobre o fracasso do governo de Pedro
Barbosa no setor produtivo do nosso povo. E, atualmente, o importado Heron
Macedo não dá conta do futuro nem do presente produtivo de Portel. Até a
criação do peixe ficou restrita a algumas pessoas com melhor poder aquisitivo.
O nosso povo cresceu, um alarmante exército de pessoas sem
emprego, sujeito a ser explorado por qualquer tipo de exploração. Prostituição,
tráfico de drogas, exploração por políticos inescrupulosos que usam da
artimanha do assistencialismo. Eu, portanto, desafio os homens que coordenam a
produção a mostrar rumos pra evitar que a mão de obra do campo se desloque pra
cidade e expor seus filhos a qualquer tipo de exploração.
As terras da estrada Portel-Tucuruí ou Transcametá (ninguém
sabe mesmo ao certo) estão todas loteadas por famílias que não possuem vocação
pra produção, exceto pra exploração com fins de lazer, o que não é nada mais útil
ao seu prazer pessoal do que uma contribuição social dessa economia frágil que
compra tudo de fora, seja o feijão, o arroz, o frango congelado falado acima, a
pimenta queimosa, as roupas e até pessoas que desconhecem a nossa realidade e
não produzem nada, exceto bem estar pessoal.
O capitalismo padroniza tudo no sentido de ganhar dinheiro.
O que eu digo acima é algo semelhante a redução dos 300 tipos de alimentos que
os povos antigos tinham pra se alimentar; depois, houve redução para 80; muito
depois ainda, a redução chegou a 8 tipos de alimentos. É isso que está
acontecendo com os nossos recursos, pois não é interessante ter uma
diversidade, o que reduziria substancialmente os lucros. E hoje estamos comendo
veneno, os agrotóxicos.
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