Revolta. Humilhação. Abandono. Prejuízos.
Estas são apenas alguns dos sentimentos e perdas que amargam os usuários da ponte e
estrada do Muim-Muim. Não é para menos. Alunos se molham, motos são
danificadas, pessoas perdem compromissos. Tudo porque ninguém ousou melhorar a
estrada que liga Portel a cinco comunidades ribeirinhas. Nem moveram também um
prego para consertar a ponte sobre o igarapé, que ameaça ruir.
Acordei cedo, às 5:15, para levar
minha esposa até o local de trabalho que fica na última das cinco comunidades
que deveriam ser beneficiadas pela estrada Muim-Muim-Acutipereira. Pelo menos
deu para passar, sorte que a água estava baixa. No entanto, na volta, não tive
melhor sorte. A água tinha subido demais.
No trajeto de ida, encontrei
apenas um dois motoqueiros. O primeiro é morador da comunidade Cumaru,
conhecido como Tavico. Comprou uma moto porque o custo da viagem de barco é
mais elevado. Estava com problemas no cabo de embreagem. O segundo motoqueiro é
marido de uma professora que trabalha na comunidade do Ajará, localidade acima
da última vila beneficiada pela estrada, Boa Vista. Sua esposa tem que pegar
uma embarcação para se deslocar até o seu local de trabalho. Na volta,
entretanto, encontrei quase dez motoqueiros a serviço do candidato do PP.
Professor sacrificando moto: autoridades não fazem nada |
Ali chegaram oito mulheres a
serviço da campanha política de um pastor. Foram bem simpáticas. Pedi um
folder. Elas não sabiam o que era um folder. Eu disse: “essa material que vocês
têm nas mãos”. Elas disseram: “Ah, ta!”. Eu falei que queria ver se constava do
programa do governo do candidato a construção de uma nova ponte e a melhoria da
estrada. Infelizmente não estava. Guardei o papel no meu bolso e já anexei à
pasta onde arquivo todas as propostas de candidato a prefeito assim como de
vereador, para futuras cobranças.
Gostaríamos de atenção as nossas
necessidades e o direito de ir e vir é garantia constitucional. Há verbas para
esses cuidados com as ruas, estradas... Quem pensará como nós, que queremos
estradas para nossa locomoção?
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