Após o julgamento da situação
complexa que Miro Pereira vinha enfrentando,
um punhado de apoiadores se juntaram na Rua da Vivência. O horário
marcado para o festejo seria 16 horas. Mas o povo não estava lá essas cocas. No
entanto, dentro de alguns minutos a euforia tomou conta das ruas. De cem
pessoas, de repente eram mil, dois mil, três mil... e o locutor JR Lobato pediu
ao DJ Nani Boy que tocasse a música de Jader:
“Eu não queria te bater, mas você
me provocou; vou te dar uma lambada que o Jader Barbalho mandou” e o povo ia ao
delírio, ocupando as ruas, deixando de boca aberta aqueles que andam
descontentes e fazendo com que a coragem brotasse em cada um dos oprimidos. Um
servidor público disse: “Eu tinha certeza! Miro é o candidato que o povo
escolheu”. Acrescentou: “Fui ameaçado no meu emprego, mas sou concursado e
escolho qual o caminho melhor pra mim!”
Em cada rua que a procissão
passava, mais gente aderia, tufando o bolo. Gente a pé, idosos, idosas, jovens,
mocinhas e moços. Mesmo de moto ou quase entupindo os carros, o povo não
desistia da caminhada que parecia não ter fim. Iniciou na frente do Bar do
Arlindo e seguiu em direção à hidrovia, entrando na rua Severiano de Moura (rua
da escola Paulino de Brito), para adentrar na Floriano Peixoto e seguir rumo á
praia do Arucará. Não chegou a tanto, pois logo aquela multidão, dançando e
cantando, balançando a bandeira, seguiu em direção á Cidade Nova. Logo tínhamos
atravessado o bairro do Muruci para, em seguida, percorrer o bairro da Cidade
Nova. Aí a coordenação da passeata encabeçou o povo, quase hipnotizado, para a
Portel-Tucuruí, que é o sonho de ser concluído. Volteou-se, no entanto, para a
direção do bairro do Pinho. Naquele momento já não era mais uma passeata, era
uma explosão de alegria inexplicável, exceto pela razão do terror implantado
contra um filho de Portel. Mas, ao se aproximarmos do bairro do Pinho, eis que
de repente, surpreende-nos um incêndio numa casa que serve de acomodação para
os trabalhos de construção de uma quadra esportiva, ateado, segundo
testemunhas, por três garotos, menor de idade. O grupo seguiu, espalhando-se
pela larga avenida Ypiranga.
Parecia, então, que a longa
caminhada já chegara ao fim. Ledo engano. Rumaram para a 2 de Fevereiro,
seguindo em direção a beira da praia, passando, assim, pela abandonada praça do
Muruci. No fim da rua, junto à praia, seguiu-se em direção ao hospital. Todos
com o som diminuído, ouvindo-se apenas a voz do locutor JR Lobato, saudando aos
servidores da saúde que saíram para vislumbrar o espesso movimento. Já próximo
do cemitério, a corrente humana seguiu pela Magalhães Barata. Entrou-se, com
sons advindos de carros, motos e bicicletas, pela Castelo Branco e nada do povo
se dispersar. Logo em seguida o povão vestido de verde dobrou para a 7 de
Setembro, pegou a Hugo Sabóia, tombou para a Magalhães, pegando a Duque. Uma verdadeira
festa!
Um portelense conduziu tudo e a
todos, em defesa da sua cidade, do povo portelense: Miro Pereira, que sofreu
todo tipo de perseguição, mas venceu mais de dez batalhas na justiça.
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