Defensores de direitos humanos e da
floresta que atuam em assentamentos e unidades de conservação
correm risco de vida em Alenquer, Prainha, Trairão, Itaituba e
Santarém
São 10 os
defensores de direitos humanos e do meio ambiente ameaçados de morte
em unidades de conservação, assentamentos de reforma agrária e uma
terra indígena na região oeste do Pará. Para todos eles, apesar de
requisitada pelo Ministério Público Federal (MPF) e pela Comissão
Pastoral da Terra, não foi assegurada até agora a inclusão no
Programa Nacional de Proteção aos Defensores dos Direitos Humanos.
Amanhã, 18 de novembro, a situação desses defensores será
debatida em uma reunião em Santarém, na sede do MPF.
O local com maior
número de pessoas ameaçadas é o Projeto de Assentamento Areia, nos
municípios de Trairão e Itaituba, com longo histórico de conflitos
e mortes por exploração ilegal de madeira e reconcentração de
lotes da reforma agrária. O Areia se tornou porta de entrada para
madeireiros que fazem derrubadas ilegais na Floresta Nacional do
Trairão e na Reserva Extrativista Riozinho do Anfrísio.
Quatro lideranças
dessas áreas, que resistem e denunciam as invasões dos madeireiros,
sofrem ameaças graves e foram incluídas no Programa Nacional de
Proteção, mas até agora essa proteção não se efetivou.
Osvalinda Maria Marcelino Pereira, Gessi da Silva Macedo, Antônio de
Paula Silva e Daniel Alves Pereira recebem ameaças de madeireiros
desde que começaram a trabalhar com gestão florestal nos seus
territórios.
Situação parecida
vivem os outros defensores. Rosa Maria Moraes Viegas e Rosália
Furtado do Ó estão no programa de proteção desde 2009, quando
lutaram e obtiveram a instalação da Reserva Extrativista Renascer,
em Prainha, na mesma região do Pará. São ameaçadas até hoje por
madeireiros. Uma delas chegou a ter a casa parcialmente queimada em
um incêndio criminoso. Na Terra Indígena Maró, em Santarém, que
ainda não teve a demarcação concluída, é o cacique Odair José
Alves de Souza que sofre ameaças de madeireiros e precisa de
proteção.
Em Monte Alegre e
Alenquer a preocupação é com lideranças de dois Projetos de
Desenvolvimento Sustentável (PDS) que tentam proteger os assentados
e a floresta do assédio de grileiros e madeireiros e por isso têm
as vidas ameaçadas. Luiz Paulo da Silva e Antônio Carlos Cruz vivem
com medo, como os demais defensores ameaçados, e não encontram
apoio nas autoridades de segurança pública. Constantemente, em
todos os locais onde há conflitos agrários, a polícia civil
paraense é acusada pelas comunidades de se recusar a registrar
ocorrências de ameaças.
Amanhã (18) a
equipe técnica do Programa de Proteção aos Defensores de Direitos
Humanos estará em Santarém e vai fazer reunião com representantes
da CPT, do MPF e do Ministério Público do Estado do Pará.
Ministério Público
Federal no Pará
Assessoria de Comunicação
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