O Ministério Público Federal recebeu hoje da Comissão
denúncia de que um jovem contratado pelo Incra para fazer segurança no
PDS Esperança foi assassinado a tiros na estrada.
Ministério Público Federal no Pará
Assessoria de Comunicação
A
Comissão Pastoral da Terra em Anapu denunciou mais uma execução com
características de pistolagem na região. Um jovem identificado por
enquanto apenas como Willis, funcionário de uma empresa de segurança
contratada pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária
(Incra), foi encontrado morto na estrada que leva ao Projeto de
Desenvolvimento Sustentável Esperança, o assentamento fundado por
Dorothy Stang.
A
denúncia foi enviada ontem (17) ao Ministério Público Federal (MPF). O
rapaz assassinado ficava de guarda na entrada do PDS Esperança
justamente para evitar a invasão de madeireiros e grileiros, uma
condição que foi requisitada ao Incra pelo próprio MPF para evitar as
ameaças e invasões no assentamento. De acordo com a CPT o corpo do jovem
foi levado ao Instituto de Perícias Científicas de Altamira.
“A
CPT Anapu/Altamira além de denunciar a gravidade do que está ocorrendo
na região, insiste que se desencadeie operações de emergência, de
investigação e de prevenção, da inominável escalada de violações de
direitos humanos em Anapu. Não é aceitável ligeireza, a parcialidade, as
prévias conclusões, com que certos agentes policiais vem tratando a
situação. Não é aceitável que não se desencadeie séria investigação,
perícias técnicas de qualidade – balística, de local, de busca efetiva
de evidências, circunstâncias que possam levar aos responsáveis”, diz a
nota enviada ao MPF.
Na
última semana, o MPF já tinha requisitado à Ouvidoria Agrária Nacional
que enviasse equipe até Anapu para ouvir as testemunhas da escalada de
violência que, de julho até agora, com a morte de Willis, já soma 8
mortos com características de execução por pistoleiros.
A Comissão Nacional de Combate à Violência no Campo chega dia 1º de dezembro para
colher o depoimento dos familiares das vítimas. Ela também vai até às
áreas conflituosas - lotes do Incra ocupados por fazendeiros.
A
CPT relaciona os crimes à Regivaldo Pereira Galvão, conhecido na região
como Taradão, assassino condenado a 30 anos de prisão pela morte de
irmã Dorothy que nunca chegou a cumprir pena, porque recebeu do Supremo
Tribunal Federal o direito de recorrer em liberdade. De acordo com a
CPT, o lote 83 é terra pública, mas ficou conhecido na região como
Fazenda do Taradão. O documento menciona, além dos sete posseiros já
executados, a existência de uma lista com mais de 30 nomes de moradores
que estariam marcados para morrer.
Ministério Público Federal no Pará
Assessoria de Comunicação
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