Foto: Vereador algemado |
A notícia sobre a prisão de um vereador da Câmara Municipal
de Portel foi a sensação da manhã de hoje. Comentários em ruas, bares, açougues, velórios, postos de gasolina clandestinos, boca de fumo, igrejas e, finalmente, o mais modernos como Facebook e Whatzapp. Este último então, detonou até a Rádio Cipó, aquela do boca a boca que eternizou os mais fofoqueiros de Portel.
Segundo informações repassadas por anônimos, o vereador Enos
Perdigão bebeu durante a noite toda, tendo iniciado a bebelança por volta das 19 horas do dia anterior. Por volta das sete horas da manhã, Enos e
seu cunhado saíram de carro, batendo na cerca da casa de uma senhora que mora
no bairro da Portelinha. Logo após destruir a cerca, Enos seguiu viagem sem se
responsabilizar pelo prejuízo. A dona da casa foi avisada sobre o incidente e
vizinhos informaram quem foi o autor da batida.
Já na casa onde Enos passou a noite bebendo, no bairro do
Pinho, ficou sabendo que a reportagem de uma emissora de tevê estava gravando
um morador da mesma rua chamado Chibé, que foi testemunho do acidente e, segundo ele próprio me falou, quase foi atingido pelo carro desgovernado. O seu cunhado, o mesmo
que esteve no carro minutos antes, esperou a repórter fazer seu trabalho e
agrediu o vizinho. É que a dona da casa procurou Enos e, não o encontrando,
resolveu chamar a rádio Arucará, que se recusou a noticiar o infortúnio. Mas uma
das duas emissoras de TV da cidade foi até o local e a coisa ficou feia.
O que era pra ter sido resolvido com apenas diálogo e
reparos pagos pelo infrator acabou se tornando um caso de polícia, pois além do
cunhado do vereador bater no Chibé, bateu num adolescente, filho do Chibé. O adolescente, vendo
seu pai apanhando, pediu ao agressor para parar e foi também espancado, fato
que estava sendo gravado pela equipe de TV. Mas a coisa não ficou por aí. O
cunhado do vereador ainda ameaçou a repórter Alba Lobato, caso a notícia fosse
veiculada na TV Amazon.
Temerosa de que viesse também a apanhar, a repórter procurou
a Polícia Militar. Em seguida, uma viatura foi deslocada para o local onde o
vereador e seu cunhado bebiam. Enos desacatou os policiais com acusações e
vociferando amparo no governo municipal, foi algemado e levado até o quartel.
Na entrada, Enos ainda caiu de cara no chão. Lá dentro, o major Dias foi
desacatado pelo vereador Enos. O vereador teria ameaçado mandar embora do município toda a guarnição da polícia porque é gente do governo.
Os colegas de vereança foram comunicados sobre a prisão, mas
a coisa já tinha tomado outro rumo, com acusações e desacato aos policiais. O
fato agravante foi gravado em celular sobre possível propina do tráfico de
drogas. Até as 13 horas, o vereador ainda se encontrava preso na delegacia da
polícia civil. O irmão do vereador preso ainda tentou soltura através do
prefeito, mas não obteve resposta ao seu clamor. Preto da Marina, Semone Moura,
Toia Gama e Ronaldo Alves tentaram tirá-lo da cadeia, mas o delegado não atendeu ao pedido.
Não se sabe se a imprensa noticiou o fato escandaloso. No
entanto, diversos grupos do Whatzapp espalharam a notícia, cada uma contando
detalhes, alguns grupos até criando sátiras engraçadas sofre o lamentável fato que, digo novamente, poderia ter sido resolvido por meio do diálogo com a dona da cerca arrebentada. Segundo informes dados por uma das vítimas agora há pouco, uma
advogada tentou a tarde inteira livrar o vereador da cadeia, usando de todos os
artifícios, porém tudo indica que a noite será atrás das grades. Um dos artifícios, segundo Chibé me falou hoje volta das 17 horas, até dinheiro foi ofertado para que a queixa fosse retirada.
Mas o vereador contesta a versão dos fatos, dizendo em primeiro lugar que não estava no veículo no momento da batida. Segundo ele, quem dirigia era o cunhado. Outro ponto destacado pelo vereador é a invasão da casa de sua sogra por três policias militares sem mandado de busca. O vereador Enos Perdigão se diz ofendido pelos três militares e perseguido e que vai adentrar na Corregedoria Militar sobre os abusos sofridos como deficiente físico.
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