Hoje cedo fui até a escola Ezídio Maciel pra dar suporte no transporte da
minha esposa após uma reunião do Conselho Escolar.
Embora tenha havido um esforço da parte do conselho fiscal e
de pais de alunos, houve a desmobilização da reunião por parte da direção
escolar, que é agora movida por uma “professora responsável”, esse é o nome
dado ao cargo de um professor que deixa a sala de aula para assumir
responsabilidades administrativas, apesar de existir diretor e vice diretor (tenho minhas dúvidas se estão dando conta, a ponto de delegar funções).
Foi uma nomenclatura surgida no governo de Pedro Barbosa e já foi alvo de
chacota, inclusive. Os que gostam de tirar sarro da cara dos outros começaram a
zoar dizendo que se existe o responsável (um único só), existe, em
contrapartida, o irresponsável, aprontação nada agradável aos ouvidos de quem
criou o nome sugestivo, mas que sugere ser a maioria isenta dessa qualidade de responsabilidade.
Cabe aqui um parêntese. É uma tremenda duma cagada e afronta aos direitos do Conselho Escolar, pois diretorzinho ou responsavelzinha não pode interferir na conduta do órgão que está ali, entre outras competências, a de fiscalizar. Vamos parar com essa onda de interferir nos conselhos, principalmente no direito de realizar uma reunião. To ficando de cabelo em pé com essa gente que parece que tá com o fogo no rabo e ratos no sótão para fazer o mal. Por isso que até tiro rolou nessa localidade, por ações indevidas e falta de sensibilidade com a coisa pública.
Enquanto estive no aguardo do planejamento para outra data, me acomodei na casa do agradável Quinca, um aposentado que possui uma venda de
caramelos e biscoitos, mas se destaca pelas muitas histórias que sempre conta,
especialmente no tocante à experiência com pesca. Quincas é uma figura
conhecida na região, desse tipo que todos gostam. Estava na companhia do
segurança Miranda, que, após duras ameaças à direção da escola por alguns
jovens do pólo, está sempre ao lado da professora responsável. Não sei quem
custeia os serviços do segurança, porque não é meu feitio ficar se intrometendo
nos tipos de funções que ficam criando por aqui. Mas é da competência do Conselho do Fundeb saber se o recurso do fundo da educação está sendo utilizado aí. Se bem que esse conselho não demonstra habilidade em prestar contas, tantas são as ausências nos movimentos da educação em que se precise de dados sobre a sua orçada.
A manhã estava bem agradável, coisa que notei logo que
acordei, pois um sol lindo e maravilhoso despontava e, ao pegar a estrada, vi
que havia chovido, deixando a poeira quieta. Na comunidade, senti que as coisas
estavam certinhas, tudo no seu lugar, como se diz. Discorremos sobre escassez
de gasolina, cada um com seu palpite sobre as causas e a exploração de preço
exercida pelos postos de gasolina clandestinos que chegam a cobrar 10 reais
pelo litro desse combustível. Como em qualquer conversa, vagueamos por assuntos
como rompimento de barragens, greve de caminhoneiros, tudo da melhor forma
palpiteira possível, apesar de ser muito agradável perceber como as pessoas
estão bem informadas, fruto da interligação com a cidade e os meios de
comunicação via parabólica.
Já era quase dez horas da manhã quando a reunião de
planejamento encerrou e chegou a hora de dar tchau ao Quincas e pegar a estrada
a tempo de trabalhar um pouco. Antes disso, precisei pegar meia lata de farinha
de mandioca na casa do Zé Carlos, proprietário de um balneário. Aí que meu humor
subitamente mudaria. Ao retornar, o banco da moto tinha sido cortado com
terçado, entrando na lista dois suspeitos. Minha esposa disse para eu esquecer
o incidente maldoso, mas eu fiquei a refletir, porque há dois anos atrás a moto
de dois mototaxistas, que estavam a serviço de diretores do sindicato rural, foram danificadas por golpes de machados. Agora aconteceu
comigo e não havia pessoas estranhas à comunidade, exceto eu. Tudo bem, arcarei
o prejuízo de trocar a capa do banco da moto, que ficou cortado à terçadada por
algum moleque, porque homem algum faz esse tipo de coisa, pelo menos de acordo com a
concepção de homem que eu tenho.
Eu vou fazer birra de estar nessa localidade pra ver quem é o doido de mexer comigo novamente, pois esse tipo de moleque não pode ficar ocupando cargo de interesse vital da educação. O sujeito além de ser manipulado pelas mentes mais levianas, ainda não sabe em que pau tá se esfregando. E é bom a secretaria de educação tomar as rédeas dessas coisas públicas porque há manobras ocorrendo que não podem imitar o fato acontecido há pouco tempo com aquele dinheiro que até hoje não se sabe quem vai repor.
Não quero aqui propor temor nos mais abastados, aqueles que possuem mais dinheiro pra gastar nos balneários, mas é prudente saber do que acontece pra não ter o patrimônio dilacerado assim como aconteceu comigo, um vandalismo barato. Eu sempre visito o balneário da Lene, que fica no Cumaru, mas nunca aconteceu nada de ruim. Pelo contrário, sempre fui muito bem recepcionado, não só porque parente da minha esposa, mas porque o casal que administra o logradouro é digno do termo gente boa. Da mesma forma, a Julinha possui um balneário ali na Prainha e sempre fomos bem acolhidos, sem agressões físicas ou danos materiais, bem recebidos por ela, filhos e esposo, assim como os demais comunitários que logram êxito com a forma como a distribuição do espaço foi feita para os que gostam de trabalhar vendendo churrasco, bebida e outras necessidades humanas com atenção e carinho. Mas vamos respeitar, tratar mal os outros, aí não recomendo nem uma passagem depressa.
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