O Programa de Proteção aos
Defensores de Direitos Humanos criado em 2004 não tem estrutura
mínima, agravando o risco de vida de lideranças em áreas de
conflito
Entre os defensores ameaçados que atualmente correm grande risco de vida, estão lideranças dos assentamentos Areia e Ypiranga, em Trairão, que além das ameaças, não conseguem sequer registrar ocorrências nas delegacias de polícia próximas. Há também suspeita do envolvimento de policiais militares nas ameaças.
O Ministério Público Federal ajuizou
ação civil pública contra a União e o Estado do Pará para que
implementem medidas emergenciais para proteger os defensores de
direitos humanos ameaçados no Pará. A ação, apresentada na
Justiça Federal em Itaituba, pede que sejam asseguradas escoltas e
rondas policiais, além de atendimento à saúde, psicológico e
jurídico para os ameaçados. O pedido urgente é para evitar mortes
de lideranças ameaçadas em áreas de conflito no oeste do Pará.
As lideranças ameaçadas deveriam ter
sido incluídas no Programa de Proteção aos Defensores de Direitos
Humanos (PPDDH), criado em 2004 pela presidência da República, mas
sem estrutura mínima para efetivar a proteção dessas pessoas. O
Ministério Público do Estado do Pará (MPPA) já avisou o governo
paraense que é necessário incluir o programa no Plano Plurianual
para garantir verbas. O programa deveria ter uma delegacia
especializada para a segurança pessoal dos ameaçados e para a
investigação dos crimes relacionados e atendimento psicológico
especializado, mas nada disso existe no Pará.
Entre os defensores ameaçados que atualmente correm grande risco de vida, estão lideranças dos assentamentos Areia e Ypiranga, em Trairão, que além das ameaças, não conseguem sequer registrar ocorrências nas delegacias de polícia próximas. Há também suspeita do envolvimento de policiais militares nas ameaças.
O assentamento Areia foi criado em 1998
e é uma das áreas de conflito mais tensas do Estado. “Os
conflitos se intensificaram com a atuação de grileiros que
controlam o acesso à área e utilizam-na como entrada para a
retirada ilegal de madeira em unidades de conservação adjacentes –
como a Floresta Nacional do Trairão e Reserva Extrativista Riozinho
do Anfrísio – por meio de uma extensa rede de estradas ilegais
abertas no meio da floresta”, narra a ação judicial do MPF.
Já no assentamento Ypiranga, os
conflitos agrários foram deflagrados por famílias produtoras
rurais, sem perfil de beneficiários de reforma agrária e que não
residem na área do assentamento, mas possuem cadastro junto ao
Instituto de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e utilizam os
lotes para criação de gado e exploração ilegal de madeira.
Ministério Público Federal no
Pará
Assessoria de Comunicação
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