Estaríamos diante de uma ditadura camuflada? Penso eu. |
Já afirmei que não gostaria de voltar a esse tema, mas é
necessário alertar aos professores que podem estar sendo acusados de forma
leviana por motivações diversas, entre as quais a famosa perseguição ou mesmo
adequação necessárias ao cumprimento de amarras políticas (é bem sabido de
todos que, em cidadezinhas assim como a nossa, há políticos que desejam fazer
cumprimento de suas barganhas assistencialistas e propõem emprego e cargas
horárias a professores que fazem parte da panelinha), coisa que não deveria
acontecer no setor da educação por ser lesiva ao processo de aprendizagem dos
alunos. Depois não se sabe (ou finge não saber) porque Portel aparece nos
índices como Firjan ou mesmo IDH, sapecando o município, já combalido por
práticas similares, ao fundo do poço, uma vergonha nacional. O poder, então estaria cegando nossos representantes sob o ponto de vista que receberam formação na área da educação?
Depois, uma vistoria pode e deve ser feita por profissionais
competentes, avaliando os alunos, até porque estou sabendo de auxiliares
administrativos ou secretários fazendo pré-matrícula, tirando a
responsabilidade do professor e, especialmente, do diretor e seu coordenador
pedagógico. Por que isso? Soa estranho para mim que um secretário vá de escola
em escola fazer deduções incompletas, longe do alcance de uma análise
situacional, dado a formação no campo pedagógico. Às vezes esse servidor nem
sabe – digo isso porque vou a muitas reuniões e também fico sabendo dos
horrores praticados em nome do desconhecimento - que hoje a educação está
dividida em ciclos e que, ao final de cada um, há retenção, como é o caso do
primeiro ciclo (1º, 2º e 3º anos), onde, caso o professor identifique que o
aluno não tem condições mínimas de aprendizagem para seguir para o próximo
nível (4º e 5º anos), deverá permanecer até completadas as competências e
habilidades preconizadas pelo MEC. Deveria eu ser mais claro ou preciso desenhar?
Bem, é importante agora dizer aos incautos fazerem uma
visita in loco e fazer um teste com os alunos, pois nenhum professor (exceto se
for leso, mesmo) vai querer ver o seu fruto de trabalho de um ano inteiro ser
jogado no lixo, junto com sua reputação, pois alta taxa de retenção é um dos
indicadores de que a educação foi de péssima qualidade, sem querer entrar no
mérito das várias nuances que encaminham para o tal fundo do poço, como, p. ex,
a estrutura, a falta de merenda, o apoio pedagógico precário, falta de boa
gestão, falta de combustível para transportar os alunos que pode encaminhar
para o prejuízo nos dias letivos, conselho vagaba que não compra materiais para
a escola proporcionar melhor atendimento aos alunos, início tardio no ano
letivo, falta de formação adequada aos professores, coordenadores e diretores
(estes geralmente indicados por pela politicagem, agem como se fossem milícias
e não vêem no professor um parceiro. Aliás, friso como importante também a
unidade dos membros da comunidade escolar, sobretudo porque tenho visto que a
culpa só recai no pobre do professor, sem fazer considerações estas que fiz, em
breves linhas por questão do espaço, sobre a qualidade da educação (leiam o diz
Saviani, ícone na educação brasileira).
Doutro modo, também é válido uma conversa com o professor
(muitos defenderão a visita em último lugar, considerando que o professor deve
ser consultado antes, sob o prejuízo de cometer atos prejudiciais à educação
como um todo), pois este possui a bagagem cultural, intelectual e de experiência
para, alargada pela sua bagagem profissional, prestar esclarecimentos que, com
certeza, já estão explícitas nos pareceres dos alunos, e o coordenador
pedagógico (exceto se ele estiver lá apenas como figurante) deve ler esse
material avaliativo (hoje, eminentemente qualitativo), podendo confrontar com
as evidências colhidas, respeitando a autoridade e autonomia do professor,
evidentemente.
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