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domingo, 10 de março de 2013

Carga horária: um dos assuntos da reunião do SINTEPP neste sábado


O Sindicato dos Trabalhadores em Educação (SINTEPP) encaminhou documento ao prefeito de Portel no sentido de pedir esclarecimentos sobre a situação vivida pelos agentes de portaria. O prefeito, através de sua assessoria de gabinete, não expediu um ofício para dizer que não podia receber os sindicalistas.

O prefeito de Portel, Paulo Ferreira, baixou uma portaria de nº 037/13 que estabelece hora/dia maior do que aquela estabelecida em edital do concurso público. O Sintepp encaminhou ofício requerendo uma audiência para tratar do assunto, mas o prefeito recursou a conversa. De acordo com o prefeito, através de um ofício assinado por seu chefe de gabinete, a situação já tinha sido resolvida, daí não receber os representantes da categoria da educação. Em uma reunião realizada no Rafael Gonzaga, o prefeito disse para os trabalhadores irem trabalhar, caso contrário, iriam pegar faltas. O sindicato considerou uma imposição, do que se entende que não houve acordo coletivo.

Mas a coisa está muito séria, já que foi constatada até desvio de função, dada a ordem do prefeito aos agentes de portaria para trabalharem como vigilantes. Diante dessas situações, o SINTEPP reiterou o pedido de uma audiência, ao que o sindicato disse que vai aguardar e caso não seja concedida, a saída será encaminhar o caso para o setor jurídico. O sindicato ainda acrescentou, quanto a essa situação, que não existe documento comprobatório de um acordo coletivo, que poderia ser provado por meio de ata. Nesse sentido, explicou o sindicalista Paulo Junho que o Estatuto do Servidor Municipal prevê 6 e 8 horas diárias. No caso de horas superiores a essas, a solução seria o acordo coletivo. Mesmo eivada de ilegalidade, a ação do executivo não foi sequer registrada em ata.

Mas não são só os agentes de portaria que estão sendo pressionados. Denúncias dão conta de serventes que são impedidas até de sair para fazer refeições, ao que dizem ser ordens emanadas da própria secretária de educação, Valéria Ferreira. No entendimento da entidade, não existe sensibilidade e nem habilidade em tratar com gente, numa clara demonstração de falta de tato no trato com seres humanos.

Como os servidores operacionais não ganham mais de um salário mínimo, o sindicato disse que não existe obrigatoriedade no tocante ao uso de uniforme, exceto se tais uniformes de servidores sejam bancados pelo poder público. O mesmo é válido para os alunos e não se pode aceitar imposição de diretores quanto a isso. Ao tratar dessa questão, o professor Oziel Souza afirmou que existe uma determinação do prefeito para que os cidadãos não usem short e camiseta. Segundo Oziel, não existe essa exigência, porém tem que haver decência. “Cadê a lei que proíbe isso daqui?”, indagou o professor.

Com relação ao Piso Salarial, o município de Portel vinha pagando acima do Piso Nacional. Como o piso é a base e exista condições de arcar com a folha, não existe impedimento para pagar acima do estabelecido na lei como patamar mínimo. A situação foi ventilada porque houve redução na remuneração dos trabalhadores, o que não foi explicitado à categoria pelo prefeito ou sua assessoria de comunicação, nem tampouco houve prestação de contas ao conselho do FUNDEB. O próprio presidente desse conselho afirmou na reunião do dia 24 que a prefeitura não disponibiliza os documentos para que haja a devida análise por parte dos conselheiros. No entanto, o presidente do conselho do FUNDEB, Denis Nunes, não afirmou que tenha sido assinada aprovação das contas.

Quanto à questão das cargas horárias e lotação, houve uma reunião, na terça, com o diretor de ensino Paulo Sérgio, na qual tratou-se de denúncias de professores que receberam a remuneração sobre carga horária nova, mesmo sem que esses profissionais soubessem que estavam lotados. Foi também levado ao conhecimento do diretor de ensino o abuso de poder exercido por diretores de escolas, forçando que as serventes permaneçam no local de serviço mesmo após terem cumprido as tarefas do dia. Ao fazer isso, a diretora tranca a secretaria, sai da escola e, no fim do expediente, retorna com o livro de ponto. Um professor presente relatou sua situação em que foi lotado com 180 horas, porém só recebeu o equivalente a 100 horas. Quanto à lotação, o diretor de ensino disse que as ordens de lotação provêm da secretária de educação Valéria Ferreira e de seu irmão Paulo Ferreira, o prefeito da cidade. A coordenação do SINTEPP reiterou os critérios quanto a lotação, pois, segundo denúncias feitas por concursados, os contratados estariam tendo privilégios em relação aos efetivos.

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